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Mostrando postagens com o rótulo rotina

Ferraça

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O cinza. Foi o que fez sentido e parte da minha vida esse ano. E antes que qualquer ser humano se remeta a algo baixo astral, adianto que eu não vi (e nem vejo) dessa forma. O nove. O qual eu nunca tinha reparado melhor, e o qual esta reparação não acrescenta em nada (já que de numerologia eu não entendo porra nenhuma) foi o número mais conturbado que eu já vivi, foi o ano que eu "sai de casa a procura de ilusões", como já dizia uma música do Kid Abelha. Não é fácil, nem impossível decidir. É apenas responsável. Se trata da anulação dos palpites e sugestões de todo mundo pela palpitação e sugestão do seu sozinho, seu sozinho que talvez você não quer procurar ou deixa para domingo. Cinza, nada mais é que: nem branco, nem preto. A definição perfeita para esse ano, seria um corredor. Um corredor cheio de portas abertas. E o que aconteceu durante todo esse ano, foi o meu passeio pelo corredor, observando o que tinha dentro dessas portas desconhecidas e rindo, chorando, desc...

Até mais ver...

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Não voltarei para casa. Aquele dia, matei, morri, e suicidei todo um processo. Não voltarei para casa. Não do jeito que saí. Não na fome que sentia. Nem nunca mais vou me despedir ferida. Não vou deixar de amar quem em casa continua. Do jeito que eu sonhei, o que vivemos, permaneceu com um “Para sempre” e seguiremos felizes. Não vou esquecer de nada, porque esquecer é a coisa mais feia do meu mundo. A única tragédia é que não sinto mais tanto, e por mais trágico, foi só assim que finalmente ganhei uma bóia e parei de me afogar. E foi assim que deixei para sempre (e sem querer) de sentir a sensação: casa, mesmo que eu volte por lá. O jeito sozinha, é basicamente cambalear ali e aqui, com o guarda chuva em pé, no foco da corda, que ás vezes é bamba. Equilibrar é fundamental, e às vezes sambar na frente de todo mundo na rua também. Aconselho continuar na bolha enquanto o instinto for seguro. Só espoque quando sufocar. Quando der, telefone, chore, grite, (e escreva sempre), de vez em quand...

Recôndito.

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A acomodação me abraça, acho que a acomodação, inclusive, é a única que sente alguma coisa por mim que eu corresponda sem me fazer muitas questões. Eu a amo será? Dizem que o amor não se explica...A questão fundamental e interessante é que cada pensamento futurista, a cada aperto e decepção, a cada realidade engolida, quem me consola são pensamentos suicídas. Não que eu esteja querendo me matar. Sim, que eles dão solução temporária. "Não sou obrigada a viver tudo isso", "Não sou obrigada a me sentir mal hoje." Se essas são minhas formas de conselho, vejo que é porque há conselhos, e se há é porque vejo saídas. Saídas pelas quais eu não tenho audácia nenhuma em trilhar, mas que para o pensamento vale alguma coisa. É confuso, não desistir e no entanto não se esperançar. O lugar que me caiba perto do perfeitamente talvez é agonizar, é passar cada dia meu, matar cada parte do meu corpo e mente, um dia...tão sádios... Lembro de quando dias ruins eram compensados com velh...

Tarde demais.

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Meu pai há dois dias só falava no doutor, tanto sobre sua casa aconchegante quanto na sua personalidade cativante. Não sei se por conta disso, mas antes mesmo de conhecê-lo eu gostei do que foi me contado sobre ele. E por conta do simplório da ideia de reunião entre amigos, que são convidados a dormirem, comerem, beberem, recitarem e acordarem durante alguns dias na sua casa, em troca do prazer da consideração, eu me lembrei de cinco bonecas adultas que eu tinha e sempre as reunia com suas famílias de plástico imaginando um dia ser assim, e como ele, eu me vi. Nós chegamos umas onze da manhã, fomos abordados por todo o pessoal que lá estava como se muito nos admirassem. O Dr. Murilo logo recitou rimas agradáveis e bem humoradas, no começo, pensei até que fosse para provar sua boa memória, mas depois percebi que é como beber água. Quando eu me sentei, ele passou por mim e com o polegar e o indicador encostou em mim. No meio do que separa meus olhos em dois, aquela distância que abaixo ...

Uma cabeça no travesseiro.

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Perdi a hora. Perdi o paladar. Perdi a caneta. Perdi a emoção. Perdi a manicure . Perdi a fé. Perdi as moedas. Perdi meu umbigo. Perdi um par dos meus sapatos. Perdi vocês. Perdi na estação. Perdi o aceno. Perdi o medo. Perdi o gol do meu time . Perdi o número. Perdi a resposta. Perdi na loteria. Perdi aqueles sonhos. Perdi a carona . Perdi a ousadia. Perdi de propósito. Perdi aquela coleção . Perdi aquele final de semana. Perdi o que era importante. Perdi...por isso não perdi o sono.

In-fêrnizando

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Ela não é mais bonita que eu. Tenho que tomar remédio. Que horas são? Eu não comi ainda, esqueci. Minhas unhas cresceram. Digitar com todos os dedos, digitar o mais verdadeiro que eu conseguir. Abrir o livro e marcar a página, abrir a boca, abrir a carteira. Não consigo atender o celular, ele não me espera. Eu estou com sede ou estou agoniada? Essa caneta não presta, por que não me desfaço das coisas tão bem como minha irmã...? Eu era mais organizada. Ele tá olhando para mim? Queria chocolate. Não sei mais varrer casa. Minha sapatilha tá velha. Por que eu sou desse jeito? Ah! Eu trouxe meu caderno, ainda bem. Esse livro é bom. Tenho dentista terça. Não vai chover, não quero saber, odiei aquele comentário. As pessoas não aceitam! Onde que tem papel aqui? Se ele existisse, serve para quê? Essa blusa tá mostrando o sutiã . Melhor prender o cabelo. Eu podia largar de ser besta...Essa mulher não para de falar! É, hoje acabou. Halo, halo...gosto ruim na boca.

Parada.

Espero pelo ônibus , assim como a árvore um pouco longe de mim, mas na minha frente sempre espera. Não temos diferenças. A estrela em cima da árvore brilha igual ao poste do lado dela. Quatro. Eu, a árvore, a estrela e o poste, idênticos! Sozinhos, cheios de pessoas ao redor, esperando, no mundo. Deve ser difícil ser árvore, crescer e nunca sair do lugar. Ter frutos, secar, molhar, sem nenhum pio. Aliás, os pios dos passarinhos... ás vezes deve ser infernizante ter que aguentar, é incrível como ninguém pensa nos ouvidos verdes. Deve ser difícil ser estrela também, brilhar e nunca poder sair do lugar. Estar sempre longe, longe... Ser vista por gente do sul e gente do norte, mas não ouvir nenhum elogio. E a falta de privacidade todas as noites? Todas as noites! Sem contar que ninguém pensará nela durante o dia. Aliás, deve ser um saco saber que seu brilho não é próprio. Deve ser mais difícil ainda ser um poste. Ninguém quase nunca vai olhá-lo por inteiro por causa do seu tamanho, e tal...

Chique na parada.

Sabe o que me deixou feliz? Edgar Morin (da teoria da complexidade), Michel Brunet (que reforça a teoria da evolução humana) e Cristovam Buarque (Lembra daquelas eleições? Um carinha que sempre falava em educação?), Poisé...vi os três de terça para quarta dessa semana, lá no auditório da universidade(Vi de verdade!) , em palestras empolgantes e prazerosas! p.s: Tinhha até fones de ouvidos que traduziam o que os franceses falavam! Lindo né?

Sem poder para querer.

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Quero que os dias passem logo. Quero minhas pessoas, minhas férias, agora.

Eu e o frânces despindo o rei.

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Ela nos desafiou, ofereceu dois pontos em troca de que falássemos sobre algum filosófo contemporâneo, aceitei o desafio e ela me entregou uma lista, com o nome dos caras, escolhi o frânces . Meu caminho então, foi cruzado com o de Michel Onfray . O dia de apresentar sobre ele chegou, comecei contando a fábula do rei, de Andersen, aquela em que ele pensa que está bem vestido mas está nu. E dessa forma trilhei meus colegas para a palavra: ilusão, chegando a deus , e ao " Projeto hedonista ético" de Onfray (que criou uma universidade em Caén sem fins lucrativos, para ensinar filosofia para as pessoas, sejam elas de qualquer tipo) achei o cara um máximo, aliás, quando comecei a saber sobre quem eu pesquisava, me achei sortuda de ter pegado um filósofo do qual os pontos de vista não são tão diferentes dos meus. Foi um acaso muito lindo mesmo, e eu fiquei feliz. Onfray diz em Tratado de Ateologia : "Os três monoteísmos, animados pela mesma pulsão da morte geneológica , p...

Esqueleto de peixe

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Comprei a cordinha do meu pen drive, quando perguntei ao moço, ele me mostrou só cordinhas cor de rosa, odeio quando isso acontece, (será até quando vão me mostrar apenas sessões de cor de rosa?) Mas aí... no meio das cordinhas rosas eu vi a vermelha, e sabe o que tinha no zíper da cordinha vermelha? Um esqueleto de peixe! Sim! Sabe nos desenhos animados? Quando os personagens comem o peixe e sobra só a espinha dele? Poisé! Achei tão inusitado, me apaixonei e levei. Aqui estou eu com a cordinha no pescoço, e um esqueleto...um esqueleto de peixe de zíper.

Nunca. Ouvi. Falar.

O carro parou no posto. Ela desceu para sacar seu dinheiro e comprar um maço. Do meu lado parou um fusca que parecia ter sido bem branco antigamente. Desceu um homem de cabelos até o pescoço e que usava um óculos maneiro e roupas largadas. Até aí tudo bem, mas foi aí que o som do fusquinha começou. Um rock daqueles bem antigos, que só eu tenho vontade de descobrir quem canta e nunca me vem a oportunidade de descobrir. Veio-me a sensação "agora ou nunca", e reparei se tinha alguém no carro, tinha uma moça do lado de fora, encostada, e gritei: -Ei! Moça! Ela não ouviu. Tentei de novo. -Moça! Ô moça! Nada. Desisti rápido e minha tia voltava com seu maço e dinheiro nas mãos. Pergunta-me: -E essa cara? -Queria saber a música que está tocando... -Por que nao pergunta? Eu já tinha perguntado. Mas absorvo a sugestão indo até lá. Futuco o ombro da moça e pergunto. -Sim, estou nesse carro, quem canta é o...o...Espera! Aquele rapaz ali te responde, ele é o dono do carro e do cd. E veio ...

Fê-brão

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Tossindo. Passei a madrugada inteira tossindo. Mais um resfriado na minha vida, eu podia contar, do primeiro até este, mas pensando melhor? Contá-los para quê? Pelo menos quebrou minha rotina...vejamos pelo lado positivo das coisas. Lado positivo... das coisas... Acordei assustada, estava quente, tão quente que pensei que o colchão estava pegando fogo, e mesmo assim, sentia frio. Me lembrei, sou um corpo. Sou tão avoada que quase sempre ajo como se fosse uma ideia, uma almazinha flutuante. Tão frágil, dói e adoece...E as ideias, pobres ideias, dependem dele. Mesmo queimando, com frio, tossindo, eu ainda pensava, isso de algum modo, me confortou, "Nada demais, por dentro estou bem." era o que ela (eu) me falava.

Adeus madeixas.

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Foi no último dia que estive lá, aliás, ninguém de lá viu a não ser o pessoal de casa e duas primas que me despedi à noitinha, (e que tanto pediram para que eu ficasse ali para sempre) cortei o cabelo. Foi na casa da Dona Amélia, uma mulher que nunca tinha visto na vida, uma negrinha descabelada, magra, e de mãos que me pareceram experientes e bonitas, estava frio, odeio araguaína fria, odeio mesmo! Não combina nem um pouco... E expliquei que na verdade eu estava tão incomodada psicologicamente que o que eu queria mesmo era ficar careca, ou deixar minha cabeça tosada , como os pêlos de um cachorro, ela riu e ficou meio desgostosa, tentando me convencer de que aquilo seria um erro, e que meu rosto jamais ficaria bem daquele jeito. Eu juro que teria coragem, juro mesmo! E juro que nunca vou entender de onde veio minha alienação para cortar os cabelos, logo eu, que sempre tirava só as pontinhas sentindo uma dor. E ela mandou eu abaixar a cabeça, eu a obedeci, e todas as minhas madeixas v...

Eu aqui :)

A viagem está sendo bem engraçada, não para vocês e talvez para mais ninguém, mas para quem passou quase três meses sem pisar na própria terrinha , é bem engraçado. Os buracos, eu senti saudades dos buracos, dos boatos, fofocas e acontecimentos de quem está na política, de ver pessoas conhecidas por todos os cantos, de poder rodar pela cidade de carro com a Duda e chegar rápido nos lugares, de ver quem terminou com quem, quem começou com quem, quem passou em quê, quem mudou e porquê. A casa realmente me pareceu menor na altura. Só depois me lembrei, que talvez eu esteja maior. Tem novas torneiras, novos armários, novas regras, e a mesa de jantar mudou-se da área. Meu quarto continua sendo o melhor do mundo, apesar de parecer está totalmente manipulado pela Nina e suas tralhas. Às vezes, me flagro pensando: "Não vou me adaptar."É tudo tão delicioso! Sua casa, suas primas, suas amigas, sua cidade e confusões, seus habitantes... Visitei todo mundo que eu queria ver, sentir, e...

Entre impressões.

Acordo, não pensando em café da manhã, vou direto para a caneta, escrever. Se acordei subjetiva, escrevo naquele caderno, se acordei objetiva escrevo na agenda. Setas e afazeres para se lembrar, para encher, para dar sentido. Escovo os dentes, pensando em como será quando não tiver mais aparelho, vou sentir falta, vai ficar bem vazio. Amarro a cabeleira, pensando em como seria se não a tivesse, depois já penso na demora de uma careca deixar de ser careca e desisto de uma futura espontaneidade. Calço sapatos, pensando em como seria se pudesse flutuar, acordo do sonho impossível. Me afirmo, abrindo a janela, o frio da manhã vai sumir à tarde. Penso em alguma lembrança longe. Falo comigo mesma. Pego as chaves e desço as escadas, cantando. Tenho a impressão de que está acontecendo tudo rápido demais. Tenho a impressão que já me acostumei com a rotina. Já conheço muita gente, já guardei muitos nomes, já choquei-me com muitas novidades que participavam do meu mundo, mas não tão diretamente. ...

Sobre umas quatro rodas em movimento.

Minha poltrona era a 25, joguei a Bete (minha mochila) nela, tinha um senhor na 24, um velho até bem portado, gordo, mas reparei mesmo foi nos cabelos, brancos e brilhosos. Me lembraram nuvens gordas em dias ensolarados. Enfim, quando joguei Bete, a sobrancelha dele se levantou e minha Tia disse:"Senta lá para trás, terá mais espaço, tá vazio mesmo."(Antes dela dizer isso, eu ia mesmo para trás, ir exprimida ali com aquele senhor não me fazia sentido nenhum.) Me despedi da minha Tia com abraços e juramentos. Fiquei com dó dela, o comportamento estava mudado, ela gosta de mim de verdade, sabem? Ela é uma das pessoas que eu mais me esforço para entender e menos compreendo os olhares. Conhecê-la de perto foi maravilhoso. Despedi-me do Cláudio, seu marido, que me esmagou um pouco, e eu sei que foi de propósito. Nossa relação foi uma espécie de competividade divertida. Entrei no ônibus, tirei Bete do lado do "cabelos de nuvens" e aconcheguei-me nas poltronas 27,28. Olhei...

Alalaô, alalaVou.

Quinta-feira, já estarei em Palmas, vai começar a universidade, pensei que fosse segunda, já que não é, e a parte de apresentações é legal, parto quarta-feira, sem feira. Não entendi a pressa, mas! Eu não entendo várias outras coisas nesse meu planeta...Não é mesmo? Ontem fomos (eu e minha nova -e daqui a pouco, ex :( -família daqui) para um "clube do exército", foi muito divertido, dança, música, pulo, picolé, máscaras, pessoas, spray, confete, aliás! Hoje de manhã me pareceu que os banheiros também pularam Carnaval, estão cheios de confete. xD Hãm...Posso dizer, que morar aqui foi curto e maravilhoso. Um mês e doze dias, para ser exata. :) (Não decoro datas, ok? Acontece que eu tenho agendas e cadernos dos quais posso conferir o que se passa e o que não se passou.) *** Morei em apartamento. (Às vezes, dá vontade de gritar no quintal, como não tem, isso me abriu idéias do tipo: "Como extravasar, sem quital?") Peguei ônibus. Abanei a mãozinha nas faixas de pedestre ...

Eu, Darwin e a seleção natural.

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É engraçado como a vida resolveu ser uma caixinha de surpresas...sim! Ela não me era. E- ra ... Estava tudo programado, sabem? Só que aí veio a notícia inesperada e eu realmente parto daqui a alguns dias, para Palmas. Serei universitária (Jornalismo!) legal, né ? Hum...Não vou dizer que a notícia foi ruim, não vou dizer que foi boa. Foi, e apenas é. Vai ser legal, mesmo indo embora da "cidade do Lula" ( DF ) que eu tanto gostei. Vejamos pelo lado igual das duas coisas: Continuará sendo uma experiência para mim, longe da família, (e agora da madrinha) e continuará sendo mais uma cidade que eu conhecia de passagem, viagem e diversão para moradia. Eu passei semanas pensando, horas, sonhos, segundos e assobios, nesses dois verbos: "ir" e "ficar", e... vou-me. Ah! Parabéns ao Darwin atrasado! Esse cara super legal que eu sempre fui com a cara e teoria! ( haha ), essas semanas foram inteiramente cheias de seleção natural para mim. Darwin faria 200 anos, se ain...

Independência ou morte.

Nessa semana as sensações foram diversas. Primeiro, peguei ônibus pela primeira vez em uma cidade onde ainda existe muito para se conhecer. Segundo, dali fui para o cursinho. Terceiro, também peguei ônibus sozinha para ir para a rodoviária dessa cidade onde existe muito para se conhecer e de lá fui para o conjunto nacional ver minha querida Dalva, a psicóloga. Lembrando que fiz esse percurso todo sozinha (A-LO-NE!). Isso não é extremamente...emocionante? Também fui no cartório. No correio. So-zi-nha. Lindo né?