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quarta-feira, 29 de junho de 2011

correr

Afastei os últimos beijos – aceitares pela primeira vez o afastamento-  tudo fazia parte, não é?   Começaram a ter gosto de desculpa, de súplica, de despedida? Eu não podia aceitar que aquilo estivesse acontecendo comigo, não agora, não com você, mas não dá-los – e perceber sua desistência- aumentava tanto minha saudade, e sustentava minha insegurança, não sei mais se só eu fui fraca. Sempre fui ruim com crenças, não podia acreditar que você estava finalmente de acordo comigo, comigo que não era só amigo,  comigo que insistia ser doce. Não podia acreditar na frieza da última rosa, e como se não bastasse, nem do que você pretendia –me devolver tudo, só pra me ver sofrer- e no meu útltimo show, não pergunte porque eu so consegui correr.
Medo. Por que agora resolveu aparecerer nos meus sonhos?

domingo, 26 de junho de 2011

Ele me disse que vai vestido de flor

Está escrito que deve-se procurar uma pá; só ela trará coragem suficiente para a frieza necessária; que me fará enterrar as lembranças ainda tão vivas e escandalosas - "pela amor de deus! nao me enterre! somos intensas e felizes!" - nos jardins da incosciência; isto é; se eu quiser me manter ereta pra seguir. Esquecer anda tão fácil pra mim, por vezes desconfio se não faço de propósito, se não esqueci minha carteira pra esquecer dentre aqueles documentos, quem sou, se não esqueci as chaves pra esquecer o lugar que me rendeu tanto choro, se não arrombaram meu guarda roupa ontem para descobrir o que eu podia ser.
Meu coração permite mas prefere que meu arrependimento não seja ouvido, tudo bem... depois que o sofrimento mandou dizer que vai a festa vestido de flor; eu lavo minhas mãos, acho que não precisava se manifestar, mas ele fez questão. E vai combinar, porque vou desmembrando suas petálas (que nem quando eu fazia com os buquês recebidos. Sabe que eu não entendo até hoje porque escondia as pétalas -antes que murchassem- debaixo da cama? No íntimo desse meu ceticismo deve  morar aquela feitiçeira que eu tanto acreditava ser quando criança, porque eu despedaçava as flores no começo;  e as guadava debaixo do colchão, para não vê-las morrer, para que se mantessem ali intactas, como uma simpatia, sei la, e isso mantinha uma crença de que estarem ali nos ligava de alguma forma.)  e desmembrando essa fantasia de flor, eu vou dizendo: continuar, desistir, continuar, desistir, conti...conte pra mim! Meu humor te deu mais gargalhadas ou nem se compara com quantas vezes te tirou do sério?
Não vou mentir que sentia prazer em todas as suas reações. Deve ser meio doentio isso, mas independente do semblante das suas sobrancelhas; me importava mais se estavam se mexendo por minha causa, isso de alguma forma queria dizer que você estava comigo de todos os jeitos.
Eu tinha outra crença também, uma antes de te conhecer, em que eu me dizia que um dia eu ia testar todos os meus limites, só não constava que ia estar acompanhada; é ai que eu te devo desculpas. Talvez seja por isso que eu gostava tanto daquele filme que você não via graça, o da garota interrompida.
A sede de viver emoções, a constante percepção de vida...será que não foi isso que tenha deixado tudo tão gostoso ao ponto de apelar para a gula e depois começou a me dar sede, sede, sede... e está terrivel dor de barriga?
Minha sede podia se decidir pelo menos se o problema era em nao querer - e querer- ser importante. 
O azul me consome como a água da piscina parece não ser transparente. Mas no pense e não pense, não tinha mais o que fazer. (tirando a parte que eu ainda tenho muito o que fazer).
Essa maré que vem vindo tem um cheiro tão ruim, ruim demais, acho que só eu estou sentindo... está borbulhando o meu estômago consumindo meu animo, creio que muita gente não vai me reconhecer, minha aparência deixou de ser engraçada; Acordar é tão assombrado, mas se eu vou para o sol e ele aquece meu corpo magro, eu lembro que de noite existe dormir, que existem sonhos os quais me levam sem minha permissão para outros jardins, então me agrado; então eu paro.