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sexta-feira, 31 de outubro de 2008


Irmãos são engraçadinhos. Querem nossa atenção sempre. Nos tem como ídolas-sem perceberem- e sempre falam coisas cômicas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O meu tempo não tem inspiração.


O meu tempo não tem inspiração,
de qualquer modo eu não sei fazer poesia.

Desconheço o amor,
Procuro não reclamar
do almoço e nem da dor.

Não participo de um contexto
conflituoso e já parei de cinismo
quanto aos padrões...
-Eu não participo?

O meu tempo, ideologia e torcida
só se for por futebol.
Bolsas quase quebram, mas só quase.
E política saiu de moda totalmente.
Chega-se até a ser idiota.

Rio muito. Choro pouco.
Eu poderia até escrever sobre
felicidade!Mas sempre terá aquele
leitor cheio de hipérbole nas veias que
dirá:
-Ela quis dizer morrendo de felicidade!
Com isso eu não posso.

De qualquer modo, eu não sei mesmo fazer poesia.

domingo, 26 de outubro de 2008

A bruxa tá solta presa.


O dia das Bruxas não é mais tão esperado por mim. Há muito tempo atrás, eu tinha uma paixão por bruxas - exatamente, eu tinha uns 12 anos- e eu era apaixonada mesmo! Foram três anos de paixão. Quase nos fins dos meus 14 anos, minha paixão acabou.
Tem gente que diz que eu era muito engraçada naquela época. Outros que já chegaram a me dizer que tinham medo de mim com aquele papo de ser bruxa, outros que me convidavam a ir em igrejas (rs), alguns gostavam do meu papo e viajavam no que eu falava, e ainda tem uns que ao me verem hoje em dia, dizem: "E as bruxas Nanda? Como vão?"
Existia uma lojinha aqui na cidade, aquela época, que se chamava "Equilíbrio", lá uma música calma e gostosa tocava, -tinha até música de barulho de àgua- o cheiro era de acordo com o incenso queimado escolhido pela dona da loja que não me lembro mais o nome, e vendia-se muitas estatuetas de bruxinhas, algumas meras fadinhas e duendes, cristais, livros de mensagens reflexivas, incensos claro! E outras bugigangas esotéricas que eu... espontâneamente! Amava.
Lembro, que recebia 25 reais da mamãe por cuidar do dudu- não só eu mas nina também- e com esse dinheiro enriquecíamos a Equilíbrio - juro que éramos as clientes número 1! Isso sem contar com algumas primas minhas que também entraram na onda da bruxaria, claro que não eram exageradas ao meu ponto, mas gostavam da brincadeira- e assim sempre fazíamos um passeio por lá, víamos as novidades, comprávamos mais umas bruxinha para a coleção, conversávamos com a dona da loja e até pechinchar pelo "Mago Merlim" eu penchinchei! Enfim, essa época li muitos livros "encantados", criei muitos cadernos mágicos, fiz uma varinha e até vassoura de bruxa encontrei na rua! (Não era voadora! Mas era igualzinho de bruxa!)

P.S: Agora, penso que ter me tornado bruxa aquela época foi toda uma estratégia do meu incosciente para que eu mesma me libertasse dos meus medos. (Eu criava muita neura que já estava me fazendo mal!) Creio sinceramente, que minha cabeça tenha me próprio boicotado e como diz aquela frase: "Se eu não posso contra esse mal, me junto a ele." E através de toda essa paixão estudei e aprendi um pouco sobre os vilões, o mal, os monstros, os mitos, e muito mais...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A moda do indireto.


O mundo lá era quadrado. Dentro dele morava Ritinha e mais um mundo de gente! As pessoas desse vilarejo eram diretas, claras, e para os que viam de fora, grosseiras. Não era isso! Acontece que a população daquele lugar sofria de "incoloridade", uma doença que no começo dos tempos ainda, havia infectado e alastrado todo aquele vilarejo. Os mais velhos contavam que os construtores do vilarejo foram assaltados pelo município vizinho, e assim perderam um sentimento muito valioso o qual acarretou essa tragédia e infecção. Não existia segundas intenções, não existia planos nem enrolação, era tudo direto. Pedidos eram pedidos diretamente, escolhas eram escolhidas diretamente e ações eram acionadas diretamente. O pior era que lá você não tinha muito tempo pra pensar, aliás você era obrigado a dizer o que pensava, pois a regra era ser direto! Não é atoa que as pessoas daquele vilarejo sabiam muito sobre qualquer outro cidadão dali, pois ali o papo era reto. Não é atoa também que agiam muitas- mas muita mesmo- das vezes, por instinto, o que gerava-se muita intriga, entretanto também muitos pedidos de desculpas rápidos -algumas raras exeções de demorados- pois, o que era sentido era falado, e o que era falado era sentido.

Ritinha na verdade não fazia parte daquele vilarejo, morava ali porque perdera a família e o único parente que lhe restava era um tio, Ulisses, que morava justamente no tal vilarejo direto. Ou seja? Ritinha não era direta. E mais! Ritinha era espetacular! Misteriosa, articuladora, sensível e pouco, mas era, tímida. E por culpa de Ritinha alguns habitantes que conviviam com ela ou a conheciam, começaram por tomá-la como exemplo, o que gerou tumulto geral, porque agora, ninguém mais sabia o que era verdade, ou parcialmente verdade ou mentira... os que agiam diretamente passaram a sentir vergonha dos que agiam indiretamente - como era fácil ser indireto!- Os diretos passaram até a serem mal vistos por aqueles que já dominavam a "moda do ser indireto" e foi por causa dessa erva daninha chamada Ritinha que o vilarejo direto deixou de ser direto e passou a ser torto.

Ditadas regras eternas.

Na verdade, as crianças nascem para serem mandadas... Isso não é engraçado? Lido imediatamente soa violento, mas diretamente é sim. Nascem para serem mandadas, subordinadas, e testadas. E o pior é que obedecem, não todas, quase todas. Aliás é seu dever obedecer. O que eu acho mais triste é que nem todos os pais são pais, mas toda criança é criança.

domingo, 19 de outubro de 2008

A mão esquerda que segurava a ausência de um coração.

Diniz sempre fora chamada pelo sobrenome, por isso o nome mesmo não nos interessa. Nasceu prematura, era curiosa e adorava novidades, tanto! Que quando via algo diferente queria descobrir a todo modo! Idolatrava, calculava, pechinchava, até conseguir encontrar algo mais diferente e enjoar do que agora para ela passava a ser comum e descoberto.
Um dia na escola conheceu Caio, um novato que nada tinha de especial, a não ser o modo de escrever, que era com a outra mão. Canhoto. Caio era canhoto de nascença, por mais que Diniz perguntasse para ele como fazia aquilo, ele não sabia responder e chegou até a se achar muito valioso pela tamanha importância que Diniz lhe deu durante toda aquela semana.
Na sexta-feira Caio não aguentava mais tantas perguntas de Diniz... "Como faz?", "Dói?", "E a mão direita? Não sente ciúmes?", "Quem te ensinou?"
Ninguém havia se importado tanto com o fato dele escrever com a outra mão. Ele estava impressionado com a insistência de Diniz, ele estava indignado com a atitude da moça, ele estava apaixonado pela atenção recebida. Diniz apesar de atrevida era bem formosa e talvez por isso Caio resolveu ensiná-la a escrever como canhota.
Se encontravam na biblioteca da escola, e a "rabiscação" começava, foram muitas "letras monstros" criadas, muita dificuldade, mas a perfeição podia ser profetizada. Caio já estava gostando da situação, a curiosidade dela arrancavam-lhe bons sorrisos, a dificuldade era recompensada por tocar mais em suas mãos e o fato da missão dele se cumprir resultava em desespero. Diniz não possuía coração, possuía curiosidade. Também não possuía razão, possuía novidade. E isso todo mundo já sabia, só não o porquê.
Radiante e com um "bom dia" dito euforicamente, Diniz chegará em uma dessas sextas-feiras da vida, informando para a escola inteira que finalmente sabia escrever com a esquerda! Caio não se impressionou pois na quinta à noite teve a certeza pelo último reforço que tinha dado, que ela em poucas horas estaria dominando a esquerda, por isso já temia que em breve a curiosa formosa estaria satisfeita e pronta para uma "nova". Diniz mostrou aquela novidade a quem quisesse ver, e "metidamente" começou a escrever com as duas mãos ao mesmo tempo.
Duas semanas depois Caio resolveu que aprenderia a escrever perfeitamente com outras partes do corpo.
Caio agora era veterano, canhoto e apaixonado.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sem resultados


Não sabia se ía ou se não ía. Lembrava do ontem, de repente naquela viagem, depois no amanhã, de uma conversa com o novo amigo e retornava ao ir ou não ir. Se impressionava com objetos do quarto que sempre via, com formas na arquitetura da penteadeira que sempre estiveram por ali, percebeu até melhor a moldura do gesso do céu do quarto, isso tudo pra não se decidir se ía ou não ía. Abriu a geladeira umas cinco vezes quase que seguidas para nada pegar, como se a luzinha da geladeira fosse a solução do ir ou não ir. Começou a perguntar para a funcionária sobre sua filha, sua família, sua cidade natal, e saiu de repente sem ouvir as respostas. Ela estava fugindo de todas as respostas aquele dia...
Foi.

sábado, 11 de outubro de 2008

Rio.



Minha consciência diz: "Então...Ria! Demonstre que para ela você não muito se importa, e que é feliz." então eu rio.
Mas tarde minha consciência volta e deixa recado: "Chore, se pensarmos bem, estamos bobiando demais...é melhor nos preocuparmos." Passam-se 3 segundos, penso, desobedeço e digo para a consciência:"Ordeno que as lágrimas voltem e que os neurônios informem para as minhas bochechas que água daqui não saí."
Rio. Depois comento: "Rio de água de ordens, nunca rio de lágrimas." os neurônios dizem "Isso foi cômico."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Agente 007- das coisas que pensamos não terem vida.

As coisas que pensamos não terem vida, me telefonaram ontem às sete da manhã, não sei quem era o indivíduo que falou comigo, sei que me deram um endereço, e pediram meu serviço.
As moscas. Nem as micro e significantes moscas estavam para poderem me contar que extravagância teria tido ali poucos minutos atrás.
Perguntei para as cadeiras no chão, entretanto, se sentiam tão humilhadas que voz não saía.
Pude escutar quando entrei, a música baixinha até sumir, sendo levada embora.
As fitas, bêbadas no chão, me disseram que pela bagunça da mocidade, passaram de penduradas no ar, para caídas e pisadas no chão por saltos pontiagudos, pesados e de todos os tamanhos e cores sem a menor explicação.
Nem a terra e as pedras foram poupadas daquela mocidade eufórica - pelas pegadas vi o estrago que fizeram- encontrei a Pedra Mãe revoltada dizendo que seu filho Pedrinho foi levado grudado pelo relevo de um sapato masculino tamanho 42!- Que tal?- "Pobre Pedrinho! Nunca mais voltará..." dizia a única árvore do lugar, que sem exceção, também foi prejudicada pela mocidade! Foi tatuada no meio dos peitos, uma frase do tipo: "Amo você." dentro de um coração todo torto para a direita.
Copos, copos, muitos copos! Cheios de pistas, e restos de bebidas, aquele chorôrô não parava! E frustrados os copos diziam: "O que eu tenho? Porque não consumiram o que tenho por inteiro?" - para poupar aquele sofrimento, tirei os restos de bebida de cada chorão. Mais adiante vi corpos, muitos corpos dilacerados, eram balões, pareceu-me serem antes tão,tão... cheios de respiração...
Penso que essa mocidade não deve mesmo ter coração.



sábado, 4 de outubro de 2008

In-verso


In-verso.

Pipas saltitantes flutuam
Bolhas de papel voam
Livros coloridos são assisitidos
Filmes instigantes são lidos
Cães piam e nossos
pássaros latem.

Palmas são beijadas e
Bocas são batidas...

Isso lembra Ramom, um cara todo atrapalhado, que
não era gago pra falar mas era gago para "palavrar".



p.s: Essa figura foi encontrada por acaso no google imagens, a vi pela primeira vez em um episódio do castelo rá tim bum -era tão bom aquele progama! Aiii!- e decide botá-la aqui, não é lindo esse quadro? Reparem bem!?)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Andei andei andei, andei que
cansei cansei cansei, casei que
sentei sentei sentei , sentei que
deitei deitei deitei, deitei que
dormi dormi dormi, dormi que
sonhei sonhei sonhei, sonhei que
andei andei andei...

(Música escutada no banheiro feminino por Joelma e Rafaela - garotas do fundão do 3 "C")