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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Nenhum sentimento. Nenhuma graça. Nenhuma aflição suficientemente importante para ser postada.

ps: Isso não é o fim. Eu volto.

p.p.s: "Pode falar da semana passada?"

p.p.p.s: Brincadeirinha, isto é apenas um recado com o significado de:"Sem tempo para computador."
Assinado: A senhorita.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Velha, vendida, e jamais esquecida... Fazenda!


A camionete não andava nem depressa nem devagar. Andava pulando e tremendo. Andava assim por causa da estrada que não era de asfalto. Hoje é. A camionete estava cheia de "menineira". Cheia de malas, bolsas, sacos, entre outras "tralheiras". A camionete estava indo para a fazenda.
Ah! A fazenda...Que saudades da fazenda do Vovô Fernandes.
Sempre uma prima ligava para as outras avisando: "Estamos indo para a fazenda! Arruma as malas aí, e vai pra casa da vovó Dorinha, que vai estar todo mundo lá! Se tu não for nem eu nem ____ , vamos! Tu vai, ?" (o espaço significa o nome de alguma prima ou primo que só ia se eu ou a Nina estivesse presente. Esse papo sempre existiu. Era costume dos nossos primos e meu e da Nina também, ameaçar um primo ou prima de não ir. Para que no final todos os primos estivessem lá. Sempre deu certo, até deixarmos de ter coisas em comum...)
Me dava até embrulho no estômago quando atendia o telefone e recebia essa notícia. Embrulho no estômago no melhor sentido possível!
Gritava pela Nina. Ou, se ela que atendesse, ela me gritava.
Um grito delicioso...
"Arruma as coisas!!!!!!!!!"
Corríamos para o baú e pegávamos as redes. As redes sempre eram a primeira coisa que pensávamos em pegar.
Depois de tudo pronto, mamãe olhando de longe perguntava onde íamos naquela arrumação, e dizíamos: "Pra fazenda! Oras!"
É engraçado mas naquela época nunca tivemos muitos problemas com permissão.
Sempre no outro dia, na casa da vovó Dorinha, estava aquela bagunça na garagem. A casa da vovó começa com uma garagem que na época era grande e longe. Hoje não parece mais. No final dela, uma porta e depois dela está a sala e tudo que existe em uma casa.
Lá estava a camionete, na garagem, abarrotada de coisas.
Minha na cozinha arrumando coisas e mais coisas, resolvendo sobre com quem o gato ficaria, arrumando os cabelos no boné e carregando a garrafa de água. Meu avô andando de um lado para o outro, olhando para o relógio instantaneamente, ligando para umas pessoas, revisando a carroçeria da camionete, amarrando uns trem ali outros aqui.
(Um detalhe importante: Nós (todos que iriam na viagem) só tínhamos certeza 100% de que iríamos mesmo naquele dia para a fazenda se ele colocasse o chapéu. Muitas vezes acontecia de estar tudo pronto e arrumado e aí... BUM! Ele simplesmente dizia que só iríamos no outro dia. Era decepcionante... Mas acho que ele sabia o que estava fazendo.)
Quando ele colocava o chapéu...Ah... Aí era festa! Subíamos todo mundo na carroçeria.
De vez em quando, um de nós ia lá dentro. Lá ficavam vovó, vovô e sempre algum indivíduo desconhecido que estava pegando carona, ou a funcionária, ou um tio-avô ou tia-avó ou tio e tia mesmo...ou qualquer outro tipo de parentesco que eu desconhecia.
Na carroçeria era uma "menineira" e "conversadeira" sem ponto final.
Tínhamos tanto assunto aquela época!
Conversávamos sobre filme tal, novela tal, quem ia com quem em que cavalo, quem ia dormir no meio de todas as redes, os micos de cada um, as festas de aniversários, as páginas mais engraçadas dos diários mais polêmicos -o meu esta incluído :( -
Sobre nossos medos, nossos "odeio isso", "amo aquilo", sobre as brincadeiras que faríamos ao chegar lá, sobre alguns segredos de família que só podiam ser contados para as primas mais velhas - eu como irmã mais velha estava incluída nessa!
Naquele tempo, eu era bastante medrosa, contudo, meu medo não impedia muito minha diversão. Eu era a única que sempre demorava mais a entrar no rio, -chamávamos de PACA- sempre pedia que alguém entrasse primeiro, que alguém arranjasse um pau para que se algum bicho aparecesse estivéssemos prevenidos.
Eu também era a única que não tomava banho sozinha, nem de dia nem de noite. A única que acordava de noite com medo e acordava quem estivesse do lado pra conversar. E no final, estávamos todos acordados. Só depois que aprendi a não dar tanto trabalho...rs...
Outro detalhe importantíssimo: A única que sempre via ou ouvia alguma coisa estranha.
Isto era tão sério! Mas, agora me faz rir.


(Boas lembranças, jamais esquecerei a fazenda do vovô)





sábado, 2 de fevereiro de 2008

Carta para um banheiro.

Para o meu querido banheiro de sua fiel e apaixonada usuária.
Diz aí caro leitor, você não tem um canto preferido em seu "LAR DOCE LAR" ?
O meu, como já devem ter deduzido, é o meu banheiro.
Meu banheiro é um retângulo azulejado de branco.
Hoje o post é dedicado a ele. Mesmo que ele não seja um ser vivo, ou pensante como todos pensamos. (Risos)
Querido banheiro, Tem gente que fala com gente, tem gente que fala com porta, tem gente que fala com bicho, planta (essas eu ja falei!) e tem gente que fala com o vento. (como me lembro de uma ex funcionária daqui de casa que teimava em xingar o vento.)
Eu estou escrevendo para você, meu querido banheiro, que passo e o vejo todos os dias.
Primeiro os obrigados:
Obrigado por me escutar todas as vezes que chorei dentro de ti. Obrigado por me esconder em todas as brincadeiras do "esconde, esconde", na infância. Obrigado por ter me aguentado em cima da pia até quando pode e desculpe ter quebrado-a da última vez que subi! Hêhê...
Obrigado por ter me agüentado nos meus dias de gaiatiçe, dos quais eu ficava em frente ao espelho fazendo caras e bocas ou conversando comigo mesma. (Ah! e ...é...desculpe pelos dias de empolgação isto é dos showzinhos... se é que se lembra! rs...)
Obrigado pelo o silêncio que você tem. Que me faz ler sossegada quando não dá para ler no quarto. (Por causa do sono da Nina, COINCIDENTEMENTE ele é anti-luz)
Eu sei também querido banheiro que eu e você não nos dávamos bem na minha infância. Você aquele tempo era grande, e quando eu desligava a luz você era misterioso demais para minha cabecinha cheia de neuras de antigamente -Ainda tenho algumas- Afinal,
"Por que é que toda vez que eu desligava a luz e fechava a porta, barulhos estranhos insistiam em ser ouvidos? Por que é que a pia era tão alta e difícil de usar e o tapete sempre impedia a porta de ser fechada quando eu estava com pressa e medo de olhar para o seu escuro?"
Hoje espero que entenda por esses porques o por quê da minha raiva de banheiros quando criança.
Agora posso abrir a janelinha sem subir em nada. Pendurar a mangueirinha no chuveiro sem precisar de uma cadeira. E escutar a descarga sem medo. Nossa relação mudou muito. Está bem melhor tirando os dias de chuva que alguns bichinhos aparecem, mas eu sempre dou um jeito naqueles intrometidos , nojentos!
Gosto muito de você. Principalmente limpo e cheiroso, claro!
Beijos de bolhas!


ps: Até a hora de escovar os dentes!