Páginas

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Carta para um banheiro.

Para o meu querido banheiro de sua fiel e apaixonada usuária.
Diz aí caro leitor, você não tem um canto preferido em seu "LAR DOCE LAR" ?
O meu, como já devem ter deduzido, é o meu banheiro.
Meu banheiro é um retângulo azulejado de branco.
Hoje o post é dedicado a ele. Mesmo que ele não seja um ser vivo, ou pensante como todos pensamos. (Risos)
Querido banheiro, Tem gente que fala com gente, tem gente que fala com porta, tem gente que fala com bicho, planta (essas eu ja falei!) e tem gente que fala com o vento. (como me lembro de uma ex funcionária daqui de casa que teimava em xingar o vento.)
Eu estou escrevendo para você, meu querido banheiro, que passo e o vejo todos os dias.
Primeiro os obrigados:
Obrigado por me escutar todas as vezes que chorei dentro de ti. Obrigado por me esconder em todas as brincadeiras do "esconde, esconde", na infância. Obrigado por ter me aguentado em cima da pia até quando pode e desculpe ter quebrado-a da última vez que subi! Hêhê...
Obrigado por ter me agüentado nos meus dias de gaiatiçe, dos quais eu ficava em frente ao espelho fazendo caras e bocas ou conversando comigo mesma. (Ah! e ...é...desculpe pelos dias de empolgação isto é dos showzinhos... se é que se lembra! rs...)
Obrigado pelo o silêncio que você tem. Que me faz ler sossegada quando não dá para ler no quarto. (Por causa do sono da Nina, COINCIDENTEMENTE ele é anti-luz)
Eu sei também querido banheiro que eu e você não nos dávamos bem na minha infância. Você aquele tempo era grande, e quando eu desligava a luz você era misterioso demais para minha cabecinha cheia de neuras de antigamente -Ainda tenho algumas- Afinal,
"Por que é que toda vez que eu desligava a luz e fechava a porta, barulhos estranhos insistiam em ser ouvidos? Por que é que a pia era tão alta e difícil de usar e o tapete sempre impedia a porta de ser fechada quando eu estava com pressa e medo de olhar para o seu escuro?"
Hoje espero que entenda por esses porques o por quê da minha raiva de banheiros quando criança.
Agora posso abrir a janelinha sem subir em nada. Pendurar a mangueirinha no chuveiro sem precisar de uma cadeira. E escutar a descarga sem medo. Nossa relação mudou muito. Está bem melhor tirando os dias de chuva que alguns bichinhos aparecem, mas eu sempre dou um jeito naqueles intrometidos , nojentos!
Gosto muito de você. Principalmente limpo e cheiroso, claro!
Beijos de bolhas!


ps: Até a hora de escovar os dentes!

2 comentários:

Marcos. disse...

Maravilha! é a primeira vez que leio uma homenagem ao banheiro! Ficou objetivo, tem sensibilidade, bom gosto e, sobretudo, boa narrativa.
Ocorreu-me uma idéia: seu texto sobreposto a uma propaganda (destas que divulgam decoração e utensílios sanitários..)
Parabéns!

Anônimo disse...

nossa adorei a linguagem do seu blog. muito massa! vou add no meu