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terça-feira, 13 de maio de 2008

Quando abro os olhos.

Todos os dias durmo para à esquerda e acordo para direita. (Não, não estou falando de política.)
Todos os dias acordo por um sonho. Ou pelo despertador.
A janela sempre de "braços fechados" e um grande sorriso no rosto consegue influenciar no meu humor.
Shiiii! Não contem pra ninguém, mas tenho a impressão de ouvi-la dizer: "Bom dia Dona Fê! "
Ela, por vezes, profetiza os meus dias com aquelas já conhecidas imagens, que nunca mudaram.
A janela tem 32 quadradinhos. Do lugar que me encontro na cama, só posso ver o mundo lá fora por estes 32 quadrados transparentes.
Vejo sempre...7 varais transparentes! Às vezes com peças de roupa, às vezes sem. Às vezes com bolinhas de água pendurada. Às vezes sem. Às vezes parados no tempo. Às vezes dançantes pelo vento. Uns com a sorte de estarem sempre na sombra outros com o karma de estarem sempre para o sol.
Vejo sempre...Um muro verde. Uns 70 ou 80 cm afastado da janela. Pois a um corredor que os separa. O muro cobre mais da metade do que eu poderia ver, mas eu sei que existe coisas além, pois em cima desse muro vejo 4 fios da cerca elétrica, que como os varais, também recebem ,às vezes, a visita das gotinhas de água e por traz desses 4 fios da cerca, vejo um grande pedaço do pé de manga (raras vezes com mangas) do vizinho.
O pé de manga tem folhas entre cruzadas. Todas as folhas tem um movimento e posição. Desalinhadas, bagunceiras, e sem querer, deixam brechas, buraquinhos em quase toda sua árvore, graças a essas falhas consigo enxergar pedacinhos do céu atraz de toda aquela confusão, isto é porque eu não contei quando o vento às visita.
Sobram poucos quadrados no cantinho de cima direito. Tímido, um pedacinho da casa do vizinho, sempre parado, se encontra.

E é aí... que eu me levanto.


domingo, 4 de maio de 2008

Sobre:Decisões

Para quem não conhece, Dorothy é uma doce personagem da estória "O mágico de Oz". Dorothy tem sapatos vermelhos mágicos. Eles realizam nossos pedidos ou desejos em uma ...sapatada! É esse o nome? Enfim...O que quero dizer é que bastava ela bater os dois sapatinhos entre sí, e pedisse o que desejava, que "PAFT"! Acontecia! "Isso não seria ótimo?" Era o que sempre pensava até descobrir que na vida real as coisas também são assim. Às vezes com sapatos, outras sem.

sábado, 3 de maio de 2008

Em defesa de: Joãozinho e Maria.


Estava eu com um delicioso gosto de brigadeiro na boca, quando me recordei das estorinhas dos livros infantis. O gosto muda, passa a ser de alumínio, percebo então que a colher dentro da minha boca já estava sem brigadeiro. Pergunto-me, do nada. "Como pode os contos de fadas serem tão hipócritas?"
Tiro a colher da boca, e carrego-a de mais brigadeiro, abro a boca e deixo a colher lá dentro novamente.
Começo então a pensar comigo mesma...

Na verdade as estorinhas são tristes e nós, assim como as crianças, quase não percebemos a tamanha tristeza, porque nos deixamos enganar pelas ilustrações doces e coloridas.
Em Joãozinho e Maria por exemplo, o pai lenhador a pedido da madrasta, deixa as crianças na floresta sozinhas. As abandona. Maria como leva um pedaço de pão e brinca de jogá-lo no caminho inteiro, percebe depois que fez uma trilha, e contando para João, seu irmão, voltam pra casa, seguindo os pedacinhos deixados no caminho.
O que Joãozinho e Maria não pensam é: Porque papai me deixaria aqui na floresta sozinho?
Papai nos ama, porque faria isso?
Joãozinho e Maria voltam para casa. São enganados outra vez pelo pai. São abandonados outra vez pelo pai. Só que dessa vez, um passarinho come os pedacinhos de pão que Maria, esperta, novamente deixou no caminho.
(O que não é relatado na estória é que Maria concerteza já esperava que o pai estava os enganando outra vez. )
Quando? Me diz quando, uma criança não desconfiaria do seu pai depois de uma vez, "esquecida" na floresta?
Eu sou extremamente a favor do passarinho que comeu a trilha do caminho de volta. Bendita hora que o passarinho comeu aquelas migalhas. Sorte das crianças! Para que voltarem para casa? Para serem daqui a pouco "esquecidas" de novo?
Depois a estória diz que os dois encontram uma casa feita de golozeimas (chocolate, pirulito, chiclete, caramelo, tortas, bolos, e tudo que á de doce e de bom nesse mundo!)
O conto no final quer que levemos como lição de moral de que não devemos mexer no que não é nosso...

Me diz, Quando? Quando que crianças abandonadas, perdidas na floresta, cansadas, e mal amadas, não iriam devorar aquela casa, seja lá de quem fosse, na hora que vissem?!
Eles comeram da casa. Uma velha apareceu, bruxa e dona da casa, e depois os prendeu por terem comido a casa dela.
O conto diz depois que a bruxa, pretendia comê-los. Maria virou empregada. João uma espécie de "chester perdigão" que só comia para engordar e depois ser devorado.
Só que Maria esperta como sempre percebeu que a velha era cega, deu a João um graveto para que ele sempre mostrasse o gravetinho fino, quando a velha bruxa pedisse para ver seus dedos. Dedos gordos, era sinal de "estar no ponto".
Um dia, o graveto some. E a bruxa consegue perceber o dedo já gordo de João, feliz resolve prepará-los. Quando está preparando o forno, Maria a enrola dizendo que a ajudaria em algo na cozinha. A esperta menina, analiza a hora em que a velha prepara o forno, e com muita coragem e rapidez empurra a velha forno a dentro, e fecha o forno, salva o irmão e fogem dali.
***

Agora que as coisas começam a melhorar, os irmãos podiam ir para a cidade contar sua triste estória a um escritor que faria dela um livro e que logo depois estaria nos cinemas, e assim os irmãos seriam amados, jamais esquecidos, ricos e felizes. Mas a tristeza é tão grande desses "contos de fadas", é tão grande, que o final acaba assim:
O pai os encontra. Se arrepende. E os 3 vão embora felizes para sempre. Como se nada tivesse acontecido.
Me digam, quando? Quando que Maria esperta daquele jeito, iria fingir que nada tinha acontecido?
Porque é que o pai só se arrepende quando João quase virou comida de bruxa?
Porque as "fadas do conto" só colocam o pai arrependido quando Maria foi obrigada a matar uma velha e má senhora para poupar a vida do irmão?

Decidi. Filhos da Srta* Fê. não lerão "contos de fadas"! Pronto.