Para o meu observador.
Teve uma época que eu cismei que alguém estava me espionando. Sentia sempre que estava sendo observada. Fazia o pré-escolar e quando prestei atenção naquela oração da professora ,sobre anjo da guarda, pensei: "Então, só pode ser ele." Naquela suposição, todas às vezes que sentia que estava sendo observada, eu começava a puxar assunto com aquele observador. Ele aparecia sempre quando eu nem mais lembrava. Eu poderia estar por exemplo, no meio de uma conversa com alguém, que sentia a sensação. Logo que a pessoa não visse, eu conversava com ele. Fazia sempre escondido, achava que seria bem complicado explicar para os de fora o que se passava aqui dentro. Eu não o sentia sempre e confesso que ele aparecia em horas que eu nem esperava lembrar mais. Na escola, brincando de casinha com alguém, na hora de passar na linha de pedestre na rua, no parquinho , balançando na rede, na hora de fechar a porta do carro! Eu poderia estar correndo, gritando e pulando em uma festa de aniversári