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Mostrando postagens com o rótulo Ponto de vista

Ele me disse que vai vestido de flor

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Está escrito que deve-se procurar uma pá; só ela trará coragem suficiente para a frieza necessária; que me fará enterrar as lembranças ainda tão vivas e escandalosas - "pela amor de deus! nao me enterre! somos intensas e felizes!" - nos jardins da incosciência; isto é; se eu quiser me manter ereta pra seguir. Esquecer anda tão fácil pra mim, por vezes desconfio se não faço de propósito, se não esqueci minha carteira pra esquecer dentre aqueles documentos, quem sou, se não esqueci as chaves pra esquecer o lugar que me rendeu tanto choro, se não arrombaram meu guarda roupa ontem para descobrir o que eu podia ser. Meu coração permite mas prefere que meu arrependimento não seja ouvido, tudo bem... depois que o sofrimento mandou dizer que vai a festa vestido de flor; eu lavo minhas mãos, acho que não precisava se mani festar , mas ele fez questão. E vai combinar, porque vou desmembrando s...

Matar um bicho de sete cabeças com um tiro no pé

Considerada por compositores renomados como a “cidade maravilhosa”, Rio de Janeiro em novembro, está praticamente em guerra. Combatendo nada mais nada menos que seu próprio desleixo: a desalmada violência. A qual, comanda e desmanda os cariocas bonitos, bacanas e sacanas que já cantava Adriana Calcanhoto.   O governo toma medidas drásticas e mais uma vez usa da política barata e compensatória, na qual a quantidade e ações rápidas são sagradas. E mandam policiais, exércitos, carros blindados e todo tipo de homem armado para as favelas do Rio, em caos pela bandidagem. No objetivo de fazer um “limpa” relâmpago, percebermos que quando o governo quer, ele resolve. Acabar com os resquícios da violência que já vem se fortificando há anos, é bastante infeliz quando pensamos que foi preciso o aumento de roubos, arrastões, assassinatos, armas de guerra nas mãos de crianças, trafico exacerbado, para... de repente! O que nunca foi relevante nos escritórios vazios e caros dos políticos brasi...

Ciúmes, vende-se fiado.

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Hilda, ele se o cupa de quase todo o espaço da fertilidade cruel da minha imaginação, ganha num formato irracional e imaturo. Me faz prisioneiro inconstante de uma cadeia de crimes que não foram cometidos para mim. E consigo perdidamente me desfazer dos agrados e me juntar aos ofendidos. É dessa forma que a torno patética, junto a todas as promessas olho no olho, dente por ouvido. É injusto eu ter raiva de certas letras de músicas, do que houve, de fotos, cartas, bilhetes e cartões que não são meus. É injusto que isso tenha arruinado minhas chances de criar coisas mais livres, sinceras e bonitas para ela. Quiçá, ela seja desprendida, nem perceba e nem sonha com minha malícia. Quiçá, eu tenha feito questão demais para saber dela. O que eu sabia já era o bastante, já bastava para sermos felizes. Hilda, é que não me afetava tanto no começo quem ela fosse, era ou é, eu era normal - pensemos em risos – talvez até um infeliz que acreditava ser feliz e a deixava  contar tudo sem medo....

Não tem nenhum monstro.

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Deitada. Em cima da tampa do poço, é o melhor lugar da casa. A tampa é de um poço que havia há muito tempo atrás na cozinha lá de casa, hoje serve de mesa de quintal. Olho para o céu. Um poço que eu nem lembro se era usado, que eu nem lembro se tinha água. Pisco. Há uma mudança radical da casa naquele tempo e da casa hoje, havia varais em cima do poço e em cima da tampa havia eu, eu dançante. Abro os olhos. Dançanva num show perigoso de "se essa tampa quebrar, você vai parar no fundo do poço." Nubla-se o céu. "No fundo do poço?", eu perguntava metida, "É. No fundo do poço.", "E o quê que tem no fundo do poço? É só vocês mandarem uma corda e esperarem eu subir!", dizia em tom que a irritava, "É tão fundo que você cansaria de subir e é escuro...já tentou ouvir o que tem por de trás dessa tampa que tanto pula?". As nuvens vão se juntando. "Nunca ouviu nada? Ás vezes eu ouço a água balançando, repare Fernanda." Pisco devagar. Lemb...

Aguaceiro danado.

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Quem não esteve na capital em julho (período de férias para alguns) se espantou ao voltar, e perceber que a fumaça estava por todos os lados. A cidade estava coberta de “névoas” que mais parecia um filme de terror. O horizonte da cidade, de onde se viam planaltos de curvas verdes e inalcançáveis, agora estava devastado pelo fogo insaciável que iluminava as noites e dias da cidade e queimava a consciência do cidadão abafado.Desde agosto, passamos por um período de seca extremamente conturbador. Perceptivelmente, neste período de sol “rachando”, é de se observar que nas rotatórias os jatos de água estão sistematicamente a encharcar não só as gramas como os asfaltos, enquanto em alguns bairros a água da população nunca chega. A justificativa da assessora de comunicação da Saneatins (companhia de saneamento do Tocantins) , Jesuíta, responde que “os jatos de água nesses jardins e rotatórias, a Saneatins não tem nada a ver, isso aí é da prefeitura, a prefeitura que faz a captação de ág...

O Homem

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Protegia o nome dele por amor. Não era em codinome beija flor, mas era uma ave que não voava. Ele nunca pareceu ser do tipo que quisesse voar, e também, ela acabou esquecendo de perguntar sua opinião sobre flores, mas mesmo assim o fez, e então ele era ave. Ela percebia nas entrelinhas que ele era mais sensível que um casal que acabará de descobrir que antes tudo fora ilusão e agora sim! Agora sim era amor. Demorou um pouco, mas hoje ele já podia dizer que a odiava, sem desesperá-la, porque ela aceitou que não queria mais entender quando ele estava vestido de homem espelho. Tudo começou quando ela dormiu e o encontrou nos sonhos, meses sim e meses não, se assustou muito quando intuiu que acordava feliz e tão tão mais feliz. “Os olhos estavam lá!”, suspirava, “Tristes do jeito que é na foto”. Ela nunca entendeu porque a melancolia dele a esquentava tanto. Mais tarde abordou a teoria de que talvez fosse porque assim, destruía com rebeldia aquela vida bela que a novela tanto a queria faz...

O Sr. Nunca Acha

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N a realidade é como se ela e todos nós tivéssemos aprendido a lidar com teu silêncio, com a insignificância do teu silêncio. Eu interpretei que seu silêncio nada tem haver com a falta de coragem de dizer alguma coisa que sente, muito menos está ligado há algum tipo de covardia, apesar de que ás vezes depende do ponto de vista, pode ate ter sido, mas acho que seja simplesmente vontade de não falar. Não falar de amor, não falar o que acha, não se lamentar, simplesmente nunca se entregar. Aos de fora você até parece mais entregue, talvez não, mas parece que é, e só quem convive dentro, sabe como é encurtada sua convivência. Poucas foram às vezes que vi você deslanchar um pouco mais curioso sobre alguma coisa que alguém de dentro comentou. Reparo que a ansiedade de quem te escuta é grande, e acaba sendo expressada inusitadamente, como se teu silêncio fosse uma espécie de castigo. Muitas ...

A fê chora das impossibilidades

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N em imaginar as conseqüências deu tempo, deixei que viessem vestidas do jeito que quisessem, foi um ato... Oras, claro que foi, que viessem as conseqüências. Fui me transportando para um estado, aos poucos senti o quanto a carga de se posicionar é pesada, mas ao mesmo tempo infesta-me como heróica. Quando acreditava, bem intimamente algo obscuro se escondia, eu negava perceber, talvez porque sabia que podia ser verdade, talvez porque sabia que podia ser mentira, talvez porque simplesmente existia possibilidade. Quando acreditava, não era feliz todo tempo, porém admito que eu era mais otimista e sonhadora. Por fim, não acreditava mais. O obscuro, era ao que eu hoje estou entregue, ao que agora me é fato e me achei e desencontrei na falta de fé, de uma forma que nem imaginava os caros e baratos dos preços. Me declarei sem flores e cartões para as minhas hereges indagações e me sentia muito bem, pois sempre algo esteve mal explicado. Julgar sem medo e cheia de argumentos magoados, vind...

Pelo o ar que eu não respiro.

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Pestanejei tonta, mas ao abrir a boca pela primeira vez no dia, foi gosto de liberdade que me fez acordar pensando que o sol tivesse decidido sair e brilhar por mim. Entretanto, numa falta de educação tremenda, lembrei do oxigênio e respirando fundo, já numa malícia frenética entre mim e o ar, lembrei que o ar, indiferente, auto suficiente e preciso, quer sempre entrar e sair sem dar satisfação. Só de sacanagem decidi que em mim ele só entraria e não importa se má, maldita ou maluca, eu seja. Sei que já de manhã pensava vingativa, conseguindo transformar toda a áurea matinal de sossego em perigosa e medrosa, como só a noite é campeã em conseguir ser. Aliás, a noite é campeã em deixar tudo mais bonito e mágico também, é definitivamente: O escuro mais paradoxal(mente) terrível e... romântico que temi. Maquinando, bem sabia eu e mal sabia o ar, passando pelo meu cérebro, que me dava idéias absurdas de como driblá-lo. Meu plano só deu certo, porque o ar não pode percorrer pelas vísceras d...

Não resisti.

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O assédio de fechar, aquele que eu pensei que não viesse cedo, e acertei porque foram anos, subitamente me rodeou. Não é precipitação, é decisão. E já faz mais de quinze dias que me sinto cercada, quinze é demais para mim. Então, Eu, não repasso mais tudo que passo as minhas esferográficas aqui. (Fê declara que o blog passa a ser uma boa lembrança.)

Olhos fechados.

-Nem aqui mais. -E lá? -Lá também não. -Então onde? -Isso que eu queria saber...mas se bem que ninguém disse que eu ia me sentir a vontade em um lugar para sempre, né? -Sabe o que eu acho? Agora só...só quando for casamento. -Hãm?! -É. Ai será a sua casa, seus... -...Tô com sono.

Gorda porque quis.

Passa o pente na barriga, arranhando só para arranhar mesmo, e pergunta sem neurose, só por que ele estava ali calçando a meia concentrado para o segundo dia de aula, -Dudu, acha que estou gorda? Ele olha nos olhos, olha para cima, e responde. -Bom, sim. E antes que eu me admirasse, calça a outra meia, me olha sério e responde: - Mas sabe? É só porque você me disse uma vez que era seu sonho. (Fernanda já inventou um sonho desse para Eduardo mesmo, mas nem se lembrava...e Eduardo sabe lidar com as mulheres.)

Quando era eu e o Anderson.

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Tínhamos uma dívida muito grande. Antes, muito antes de nos conhecermos como preferidos, no entrosamento dos primos horas antes da viagem para a fazenda, eu quebrei a perna da sua única ranger rosa . E num impulso assustador, você tomou todos os seus bonecos das mãos das meninas, como se todas tivessem culpa do meu estrago, e disse que não queria mais brincar, saindo em busca da mãe. Fiquei abismada, e também de impulso, me culpei, eu nem era acostumada a brincar com meninos, para quê fui me meter nessa? Depois, resolvi me defender e me argumentei que se eu fosse você, teria disfarçado o desagrado. E para ser mais estranho, você não quis viajar na presença dos primos na carroceria, foi na frente com vovó e vovô, no colo de algum caronista , e disseram que você chorou por causa da ranger . O que foi muito chato para mim. Lembro que na fazenda, brincávamos todos de tudo, ríamos todos de nada, e que a noite você vinha com seus bonecos, e só tocavam neles: Você, seu irmão e com muito sac...

Ferraça

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O cinza. Foi o que fez sentido e parte da minha vida esse ano. E antes que qualquer ser humano se remeta a algo baixo astral, adianto que eu não vi (e nem vejo) dessa forma. O nove. O qual eu nunca tinha reparado melhor, e o qual esta reparação não acrescenta em nada (já que de numerologia eu não entendo porra nenhuma) foi o número mais conturbado que eu já vivi, foi o ano que eu "sai de casa a procura de ilusões", como já dizia uma música do Kid Abelha. Não é fácil, nem impossível decidir. É apenas responsável. Se trata da anulação dos palpites e sugestões de todo mundo pela palpitação e sugestão do seu sozinho, seu sozinho que talvez você não quer procurar ou deixa para domingo. Cinza, nada mais é que: nem branco, nem preto. A definição perfeita para esse ano, seria um corredor. Um corredor cheio de portas abertas. E o que aconteceu durante todo esse ano, foi o meu passeio pelo corredor, observando o que tinha dentro dessas portas desconhecidas e rindo, chorando, desc...

A flor da pele.

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Ainda não sei explicar, ainda não sei me acusar, e ainda não sei me declarar. "Ah, bruta flor do querer, bruta flor, bruta flor..." . É de dias, e de 'aliáses', que acordo meio simples, meio largada, meio marcha. É de reclamações, e reclamações, se quero ou não o travesseiro, que cambaleio em trevas e paraíso a procura das metades que faltam dos meios. Meio complicada, meio certinha, meio acelerada. Sem angústias explicadas, misturadas com angústias sentidas, me pergunto qual é o problema, se existe problema, porque se não...existe- problema- nada. E me ocupo de culpa. Talvez, tudo seja uma busca pelo inteiro, talvez eu não suporte tanto meio assim, meio assado e meio sem jeito. De certa asneira, eu busque pelo inteiro para me encher, me encher até o final. Ou de certa maneira, eu busque pelo inteiro para me encher, e encher...até eu me derramar. Em pensamento, eu era muito mais do que podia ser? Ou podia ser muito mais do que eu era? Preciso confessar, com uma urgê...

Besteiras.

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Eu fazia escondido, porque eu fazia errado. Lembro que tive a ideia do escondido por que fiquei pensando naquela princesa. Uma princesa que eu deixei, o que acabou destruindo um príncipe mala que eu ia inventar, e que acabou destruindo um drama que me divertia só de pensar. Tudo por causa de um errado. Eu não sabia se usava o S ou C. Existia uma forma certa para as coisas serem escritas e eu era errada, (e ainda posso ser) mas tão erradinha, que incomodava. Continuei fazendo escondido porque não sabia responder de onde tinha vindo todas aquelas...coisas. Quem lia sempre me perguntava desconfiado. E foi por causa disso que eu por algum tempo, também continuei fazendo escondido. Podia não ser eu no papel, podia ser invenção, podia ter vindo em um simples pestanejar, mas isso era muito difícil de aceitarem. Parece-me que quanto mais eu inventava, mais eu precisava, que quanto mais eu despejava, mais eu me entendia, que quanto mais eu fazia, mais perto de alguma coisa eu chegava. Mas eu f...

O mistério das comidas.

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Não sei cozinhar. E eu penso nisso às vezes. E esse é um dos meus dilemas que empurro com a barriga. Não saber cozinhar é praticamente não saber sobreviver. É admirar o cheiro da comida saindo da panela como se fosse um...um... desenho do Picasso! Que você admira mas não sabe fazer, que está sendo feito para você com toda uma penumbra de criativadade, atenção, e mistério. Não saber cozinhar me fez afirmar: " Eu admiro o que não sou capaz de fazer, incrivel! " Segundos depois, me fez entrar em crise: " Mas, se eu admirasse o que não sou capaz de fazer, eu admiraria também qualquer coisa vinda ou vinculada a exatas, não?" e terminei desafirmando tudo por conta do que eu nunca gostei, matemática. Quando eu era menina, pensava que cozinhar seria resolvido com livros de receita, tive ainda um plano de comprar um caderno e entrevistar minhas avós anotando tudo que eu queria aprender a cozinhar, minha missão seria começar do arroz e terminar nos grandes banquetes de ceia...

Na ilha Fê(cunda)

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Vivo, não aparentemente, em uma ilha. Uma ilha de pensamentos, de conceitos, de ideias, de vontades, de devaneios. Nessa ilha ninguém pisa. Nessa ilha, eu, livremente, passeio pela vegetação sem horário de chegada, sem horário de partida. Faço chover em um pestanejar, e e nsolarar num simples estralar . Apesar de viver em uma ilha, descobri que sou a ilha! E que mesmo assim, preciso de liberdade, eu morro de vontade! E como me é pernicioso ser livre por aí, vou no meu barco voador. Meu barco, pequeno barco flutuante de madeira ou sem motor. Dessa forma, consigo estar adentrando em muitas praias, posso rechaçar, posso dissuadir, ser unânime! E brinco, falo, me impressiono, porque tudo é novidade. Eu não desço do barco. O meu negócio é embarcar nas viagens. Fico ali sentada, com meu guarda-chuva, protegendo-me da luz demasiada, acho que todos nós devemos ter um pouco de sombra. Estar na penumbra, é o que há! Nessas praias, eu viajo feliz, e não há fadiga, nem injúrias o suficiente para ...