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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Besteiras.

Eu fazia escondido, porque eu fazia errado. Lembro que tive a ideia do escondido por que fiquei pensando naquela princesa. Uma princesa que eu deixei, o que acabou destruindo um príncipe mala que eu ia inventar, e que acabou destruindo um drama que me divertia só de pensar. Tudo por causa de um errado. Eu não sabia se usava o S ou C. Existia uma forma certa para as coisas serem escritas e eu era errada, (e ainda posso ser) mas tão erradinha, que incomodava. Continuei fazendo escondido porque não sabia responder de onde tinha vindo todas aquelas...coisas. Quem lia sempre me perguntava desconfiado. E foi por causa disso que eu por algum tempo, também continuei fazendo escondido. Podia não ser eu no papel, podia ser invenção, podia ter vindo em um simples pestanejar, mas isso era muito difícil de aceitarem. Parece-me que quanto mais eu inventava, mais eu precisava, que quanto mais eu despejava, mais eu me entendia, que quanto mais eu fazia, mais perto de alguma coisa eu chegava. Mas eu fazia errado, muito errado, contudo, escondido ninguém saberia, e errado ou não, aquelas coisas que queriam desesperadamente sair dos meus dedos em movimento não seriam mais, por mim, deixadas novamente.

"O que você está fazendo?"
"Escrevendo."
"Escrevendo?!"
"É."
"Hã? Você tá escrevendo? Mas escrevendo o quê menina?"

Eu, mais ou menos sabia o que era, mas fazia sentindo fazer, não sabia porquê, nem de onde vinha, mas vinha e eu fazia. E como explicar isso para os perguntadores?

"Umas... besteiras."
"Ah tá."

Entretanto, escondido que é escondido, sempre é encontrado. Foi aí que eu parei. Na verdade, troquei, comecei a desenhar.

(Lembrancinhas dos tempos interrompidos.)

3 comentários:

Marina de Alcântara Alencar, a Nina. disse...

começou outra coisa que faz muito bem também...

NaNa Caê disse...

urgh.
volte por completo para as palvras.
desenhar que nada..

NaNa Caê disse...

PALAVRAS !!!!!!!!!!! *