Páginas

sábado, 12 de dezembro de 2009

A flor da pele.

Ainda não sei explicar, ainda não sei me acusar, e ainda não sei me declarar. "Ah, bruta flor do querer, bruta flor, bruta flor...". É de dias, e de 'aliáses', que acordo meio simples, meio largada, meio marcha. É de reclamações, e reclamações, se quero ou não o travesseiro, que cambaleio em trevas e paraíso a procura das metades que faltam dos meios. Meio complicada, meio certinha, meio acelerada. Sem angústias explicadas, misturadas com angústias sentidas, me pergunto qual é o problema, se existe problema, porque se não...existe- problema- nada. E me ocupo de culpa. Talvez, tudo seja uma busca pelo inteiro, talvez eu não suporte tanto meio assim, meio assado e meio sem jeito.
De certa asneira, eu busque pelo inteiro para me encher, me encher até o final. Ou de certa maneira, eu busque pelo inteiro para me encher, e encher...até eu me derramar.
Em pensamento, eu era muito mais do que podia ser? Ou podia ser muito mais do que eu era?
Preciso confessar, com uma urgência, poupando qualquer indecência, eu sou uma flor. Por mais que eu evite, que tenha escrito e escancarado o contrário, mamãe esteve certa o tempo todo, eu não passo de uma flor. E sem tamanho no mundo, sem cor definida para os olhos que me veem e não entendem, e até sem espinho, por mais que eu queira inventá-los e demonstrá-los, só há talo. Simples, cheiro próprio e cinco pétalas sustentadas a caule paciente, não é nada fácil ser assim, não é fácil ser delicada sem querer ser. Ser flor é saber inspirar, é saber ser arrancada e saber crescer mesmo plantada. Atrair, fragilizar, levantar o pêlo e emocionar a pele, é ser rica demais, demais em sensibilidade. Parada, admirada e enfeitando o que parece vazio, o maior problema é ser presente, é quando existe plástico, fitas, e laços (no meio!). Porque o mundo, o mundo é inteiro de maus e bens quereres.

3 comentários:

Marina de Alcântara Alencar, a Nina. disse...

nossa, dá pra parar de criar suas próprias palavras?
kkkkkkk

Gabriel Abreu disse...

é horrível ser quente em um mundo tão frio!

Augusto Rosa Leite disse...

gostei muito!

eu até quase entendi porque nao entendo voz mulheres