A flor da pele.

De certa asneira, eu busque pelo inteiro para me encher, me encher até o final. Ou de certa maneira, eu busque pelo inteiro para me encher, e encher...até eu me derramar.
Em pensamento, eu era muito mais do que podia ser? Ou podia ser muito mais do que eu era?
Preciso confessar, com uma urgência, poupando qualquer indecência, eu sou uma flor. Por mais que eu evite, que tenha escrito e escancarado o contrário, mamãe esteve certa o tempo todo, eu não passo de uma flor. E sem tamanho no mundo, sem cor definida para os olhos que me veem e não entendem, e até sem espinho, por mais que eu queira inventá-los e demonstrá-los, só há talo. Simples, cheiro próprio e cinco pétalas sustentadas a caule paciente, não é nada fácil ser assim, não é fácil ser delicada sem querer ser. Ser flor é saber inspirar, é saber ser arrancada e saber crescer mesmo plantada. Atrair, fragilizar, levantar o pêlo e emocionar a pele, é ser rica demais, demais em sensibilidade. Parada, admirada e enfeitando o que parece vazio, o maior problema é ser presente, é quando existe plástico, fitas, e laços (no meio!). Porque o mundo, o mundo é inteiro de maus e bens quereres.
Comentários
kkkkkkk
eu até quase entendi porque nao entendo voz mulheres