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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Matar um bicho de sete cabeças com um tiro no pé


Considerada por compositores renomados como a “cidade maravilhosa”, Rio de Janeiro em novembro, está praticamente em guerra. Combatendo nada mais nada menos que seu próprio desleixo: a desalmada violência. A qual, comanda e desmanda os cariocas bonitos, bacanas e sacanas que já cantava Adriana Calcanhoto. 
O governo toma medidas drásticas e mais uma vez usa da política barata e compensatória, na qual a quantidade e ações rápidas são sagradas. E mandam policiais, exércitos, carros blindados e todo tipo de homem armado para as favelas do Rio, em caos pela bandidagem.
No objetivo de fazer um “limpa” relâmpago, percebermos que quando o governo quer, ele resolve. Acabar com os resquícios da violência que já vem se fortificando há anos, é bastante infeliz quando pensamos que foi preciso o aumento de roubos, arrastões, assassinatos, armas de guerra nas mãos de crianças, trafico exacerbado, para... de repente! O que nunca foi relevante nos escritórios vazios e caros dos políticos brasileiros virar em três, dois, um, ação! E ser manchete heróica na TV.                                        
Frustra, o fato dos que tem poder para solucionar desde o inicio um bicho de uma cabeça, enrolar ao ponto do bicho ter sete. Penso que a gravidade de uma denúncia ou caos urbano-social não ter sido solucionada a tempo, deve ser porque o problema estava sem sal para a vida cheia de graça e temperada dos políticos.
Porém, parar rotinas de pessoas e causar uma guerra particular para resolver o bicho de sete cabeças que se encontram as favelas do Rio, de certo modo, faz todo sentindo quando fazemos parte de uma política compensatória. Isto é, sempre nos educaram a pedir mais, ninguém pede, portanto, menos hospitais, menos policiais ou menos postos de saúde. Pois não existe fé de que possamos precisar cada vez menos de tantas instituições, não pretendem exercer a política cara, longa e preventiva, na qual educa e “vacina” o cidadão a precisar cada vez menos de quantidade e cada vez mais de qualidade. 
Metaforicamente é como se vivenciássemos numa época de trocar por exemplo, a nota de dez reais por duas notas de dois reais. Pode parecer absurdo, afinal de contas o valor é menor, mas é justamente isso que quero provocar: a falta de percepção no valor, na qualidade, na política longa e preventiva  que não precisaria de surpresas ou de atitudes inesperadas e emergenciais.

2 comentários:

Pedro Renan disse...

Excelente visão dos fatos.

Elisa disse...

Tá virando jornalista hein!!!Bom texto!

bjs e te amo!
mamãe!!