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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Negócio de namorar.

Pensativa, chuva caindo, um suspiro lhe faz dizer:
-Entendi.
-O quê meu amor?
-Entendi o que é esse negócio de namorar.
-E o que é?
-É tipo, os acontecimentos acontecendo e te prendendo sempre mais e mais...
-Como assim? Não entendi.
-Hum...por exemplo, suponhamos que o namoro seja um... corpete.
-O que é corpete?
-Aquilo que amarra aqui na cintura.
-Ah...
-Dai uma ponta que amarra é um e a outra é o outro, cada vez que acontece algo legal e que nunca mais vamos esquecer, como um beijo na chuva, um poema que se recita, uma surpresa, essas coisas...a gente se encontra num laço, e vamos nos prendendo, prendendo...até que fica difícil se soltar depois, porque cada dia é um laço mais forte, cada dia é mais difícil de voltar.
-Entendi, mas você pensa em me largar?
-Todos os dias.
-Sério?!
-Aham, todos os dias menos.
-Ah, pois eu vejo como um tênis.
-Rãm?
-No tênis você tem que passar o cadarço para andar melhor, para não cair, para se sentir segura, correr, pular, é confortável...e não algo que te prende negativamente.
-Hum... um cadarço...
-Do meu tênis.

2 comentários:

Andréa Nobre disse...

Adorei esse amiga! Vc conseguiu descrever sentimentos muitas vezes indescritíveis.

Pedro Renan disse...

Meu tênis!