Postagens

Mostrando postagens de maio, 2009

Esqueleto de peixe

Imagem
Comprei a cordinha do meu pen drive, quando perguntei ao moço, ele me mostrou só cordinhas cor de rosa, odeio quando isso acontece, (será até quando vão me mostrar apenas sessões de cor de rosa?) Mas aí... no meio das cordinhas rosas eu vi a vermelha, e sabe o que tinha no zíper da cordinha vermelha? Um esqueleto de peixe! Sim! Sabe nos desenhos animados? Quando os personagens comem o peixe e sobra só a espinha dele? Poisé! Achei tão inusitado, me apaixonei e levei. Aqui estou eu com a cordinha no pescoço, e um esqueleto...um esqueleto de peixe de zíper.

Nunca. Ouvi. Falar.

O carro parou no posto. Ela desceu para sacar seu dinheiro e comprar um maço. Do meu lado parou um fusca que parecia ter sido bem branco antigamente. Desceu um homem de cabelos até o pescoço e que usava um óculos maneiro e roupas largadas. Até aí tudo bem, mas foi aí que o som do fusquinha começou. Um rock daqueles bem antigos, que só eu tenho vontade de descobrir quem canta e nunca me vem a oportunidade de descobrir. Veio-me a sensação "agora ou nunca", e reparei se tinha alguém no carro, tinha uma moça do lado de fora, encostada, e gritei: -Ei! Moça! Ela não ouviu. Tentei de novo. -Moça! Ô moça! Nada. Desisti rápido e minha tia voltava com seu maço e dinheiro nas mãos. Pergunta-me: -E essa cara? -Queria saber a música que está tocando... -Por que nao pergunta? Eu já tinha perguntado. Mas absorvo a sugestão indo até lá. Futuco o ombro da moça e pergunto. -Sim, estou nesse carro, quem canta é o...o...Espera! Aquele rapaz ali te responde, ele é o dono do carro e do cd. E veio ...

No mundo dos mimimi.

Me idealizam. Me provocam. Me mudam. Me sentem. Me deixam. Me odeiam. Me olham. Me secam. Me beijam. Me fazem. Me espantam. Me divertem. Me invocam. Me " peitam" . Me amem... Me mato! Me deixam...

Sem ideia.

Faço ideia do que sou. Mas é só uma ideia. Eu faço parte dela, entrando em contato. Provando. Provar, parece incorreto, já que quando se é, se é e acabou. Faço ideia do que sou. Mas é só uma ideia. Tenho que saber se eu ajo de acordo com ela mesmo, mas...se tenho que saber, quer dizer que não sei, posso não saber, se sou? Faço ideia do que sou! Mas é só uma ideia. Preciso sentir que faço e sei só vivendo com ela. Mas se preciso, não tenho, não é?! Não provo, não faço, não sei, não tenho, e acho que precisava de tudo isso. Não faço ideia de quem sou. Mas ainda assim... é só mais uma. Uma ideia!

A princesa e o sapo em um passe de marcha.

O sol estava normal. A rua estava normal. E as plantas do caminho estavam agitadas. Vento, ele gosta delas. Passava carros, e um parou do lado da moça bonita desconhecida, o vidro se abria e saiu uma voz bonita e desconhecida que lhe disse: -A princesa quer carona ? (Terminou sorrindo) E ela lhe respondeu ironica : -E o sapo? Quer a princesa não é? -É uma pena que eu não dê caronas para princesas engraçadinhas ... -Logo agora que eu ia resolver pegar carona com sapos sérios? E virou-se para ele. Que ficou abismado. Ficaram sérios e riram. Ele disse então: -A princesa quer ou não carona ? -Não posso aceitar carona de sapos, ainda mais estranho. - Beto, engraçadinha . - Sueli, r ua 75, por favor. E foi nessa esperteza que a princesa entrou no carro rápido. O sapo ficou de boca aberta, riu e levou-a em um passe de marcha para a rua 75.

Um para o outro.

Imagem
Ele escreveu uma carta dizendo que não ia mais voltar. Ela leu, abraçou o papel, e rasgou.Todas as letras se desuniram, como se não bastasse apenas a separação deles. Depois, ele ligou dizendo que não ia mais voltar. Ela atendeu, tampou o telefone, e bateu ele no gancho com tanta força que o fio saiu do receptor. Toda uma conexão desviada, como se não bastasse apenas o desvio entre eles. Passou-se alguns dias e ele mandou um email dizendo que não ia mais voltar. Ela clicou no item, leu, e excluiu sem ler mais de uma vez. Todo um trabalho de mãos desperdiçados ... Mas porque ele insistia em dizer que não voltaria? Queria fazê-la sofrer? Ela escreveu uma carta dizendo que já sabia que ele não ia mais voltar. Ele leu, abraçou o papel, e rasgou. Mas uma vez as pobres das letras se desuniram . Depois, ela ligou dizendo que já sabia que ele não voltaria. Ele atendeu, tampou o telefone, e bateu no gancho com tanta força que o fio só não saiu porque não existia. Passou-se alguns dias e ela man...

Uma pessoa doce no meio da confusão.

Imagem
Eu ficava meio que sem entender aonde eu vivia, aonde eu tinha que estar, e porque aquelas pessoas eram determinadas a serem minhas. Mas eu não perguntava para ninguém, nem para aquela moça bonita e carinhosa que vivia me dizendo que eu tinha saído da sua barriga. Eu acordava cedo, cedinho, e via aquela menina que diziam ser minha irmã, dormindo. O chão era gelado, mas eu gostava de pisar. Aquela época todo mundo gostava de ar-condicionado, nos churrascos de família mesmo, as pessoas falavam de ar-condicionado. Eu descobri com o tempo que tinha primas, que tinha avós e que tinha cachorros. Acho que foi desse jeito mesmo que estou contando, um belo dia eu resolvi entrar em contato com o que eu vivia. Eu era pequena, não lembro de pensar na estética, nem em grandes amores, mas lembro que fazia isso com minhas bonecas. Fazia elas pensarem nisso, enquanto observava minha própria casa. Eu tinha que usar um pijama vermelho, cobria tudo, por causa do frio do quarto, minha irmã tinha que usar...

Dentro daquela pia morreu um duende.

Imagem
Com o endereço nas mãos, foi parar na nova casa. Abriu a porta pela segunda vez, a primeira foi quando decidiu comprá-la. A casa, com poucos móveis ainda, cheirava churrasco, descobriu depois que vinha dos vizinhos, e abriu as janelas. Como a casa não estava suja, não sabia o que fazer, resolveu então fazer uma lista de compras e tirou as malas do carro, organizando uns livros na prateleira depois. Deitou-se no chão com uma almofada chinesa que ganhara do irmão, aniversário passado, e dormiu. Com o olho meio aberto escutou passinhos rápidos perto da cozinha, mas não se levantou, o sono estava a consumindo, se sentiu presa pelo próprio corpo. Os passinhos ouvidos estavam chegando cada vez mais perto, mas ela não conseguia abrir os olhos e nem se virar para ver, talvez fosse o cansaço do corpo, ou um sono com sonhos de fantasias poderosas que a prendiam entre o acordar e continuar a dormir. Subitamente, sentiu alguma coisa escalando no ombro, ficou fria, mas o sono não a deixava agir, e ...

Sem esmolas.

Como toda feira: Muita gente, muito barulho, muita comida e cheiros para dar e vender. No meio da bagunça, um som. Era uma sanfona quando conseguiu ouvir mais de perto, um cego que tocava, um cego que parecia gostar de viver, e olhando para a sanfona, cantou o trecho: -"...deus do céu ai, por que tamanha judiação..." Planta, pimenta, torta, espeto, cerveja, vestido, brinquedo, colher de pau... Não estava com dó do velho, nunca esteve. Estava pensando nela.

Diálogo comido.

-No que você está pensando? -Pão. E foram felizes para sempre.

Fê-brão

Imagem
Tossindo. Passei a madrugada inteira tossindo. Mais um resfriado na minha vida, eu podia contar, do primeiro até este, mas pensando melhor? Contá-los para quê? Pelo menos quebrou minha rotina...vejamos pelo lado positivo das coisas. Lado positivo... das coisas... Acordei assustada, estava quente, tão quente que pensei que o colchão estava pegando fogo, e mesmo assim, sentia frio. Me lembrei, sou um corpo. Sou tão avoada que quase sempre ajo como se fosse uma ideia, uma almazinha flutuante. Tão frágil, dói e adoece...E as ideias, pobres ideias, dependem dele. Mesmo queimando, com frio, tossindo, eu ainda pensava, isso de algum modo, me confortou, "Nada demais, por dentro estou bem." era o que ela (eu) me falava.

A talentosa de amarelo.

Imagem
Sempre, ela me interrompe na faxina, perguntando-me se eu tenho um isqueiro. Na maioria das vezes eu tenho. Isso é a a única coisa que nos liga. Uma faxineira e uma atriz , a mesma necessidade de soprar fumaça cinza. Não sei porquê com tanto dinheiro que deve ter, fogo ela nunca tem. Tenho a mera impressão de que me pedir um isqueiro quando estou a varrer seu camarim, seja um pedido de socorro, um jeito de não estar consigo mesma, um jeito de me fazer percebê-la. Uma mulher de talento, nunca vou entender. Não me arrisco entrar em contato com ela, apenas ponho a mão no bolso e entrego seu vício cinicamente, sem sorriso, sem nada, como se ela mandasse em mim. De certo modo, a beleza dela me deixa sem graça, acho que ela é uma das mais belas mulheres que eu já varri camarim, ela tem um nariz feio, mas quase imperceptível em comparação ao que mais chama atenção nela, os cabelos, brilham tanto! Que às vezes me parece o redor do fogo que ela nunca tem, ou um raio de sol materializado. É en...

Eu só vejo os espinhos.

Imagem
Listando comandos eu perco meus subjetivos, e algumas partes das minhas emoções. Eu vi muitas coisas, ouvi outras tantas. Mato, qualquer ideia que surgir meio rosa, tudo que me vier meio rosa. É que não me parece legal nesses momentos rosas, sonhar e inventar. Esse mundo é encarado por tanta gente, será que eu sou a única que atira no escuro sem saber se tem ladrão? É perigoso ué! É idealizador, não tenho problemas com isso, fantasiar é tão fácil e divertido, mas assim... é uma grande responsabilidade. Não vai se tratar só de mim, não vai se tratar só dos meus pronomes, e não estará no meu governo, é uma enorme responsabilidade. Sem contar que... Viu como eu mato possibilidades?

Uma impressionada sobre pressão.

Imagem
A animação correu de mim tão rápido que me sinto egoísta comigo mesma. Ando incomodada, porque os dias andam de um jeito, que podem estar ensolarados, coloridos, mas eu, não o transformo, como se não tivesse oportunidades, em diferente. Eu deveria estar feliz. Eu devo ser feliz. Nós deveremos ser felizes? Eu, devo estar procurando...é. Seriamente, eu estou procurando. Sentidos, continuações, entender, julgamentos. Encontrar é que eu não tenho certeza, até porque esse próprio encontrar é subjetivo , está no ar... não respirado. Se eu encontrasse, acabaria. Acabaria de começar a procurar algo a mais. Não acaba nunca. Procura-se sempre. Me entendam: É tudo tão friamente calculado, estamos (todos nós) programados para perceber profundamente tudo a nossa volta, na hora errada! Ou de forma mais otimista , na hora certa! Na hora que já conhecemos ou amamos. O erro, ou cartada final perfeita da vida , está aí. Só vamos descobrir que existimos, quando já estivermos manipulados por quem amamos...

Para: "As plantas".

Imagem
Eu deveria ter uns 7 anos, minha casa ainda era amarela, Júlia ainda trabalhava nela, e eu acordava cedo todas as manhãs para assistir um desenho de detetives e mistério que só dava para assistir se acordasse bem cedo. Na frente da casa havia o portãozinho, o portãozão, e do lado três árvores das quais eu nunca descobri a espécie. Tinham folhas de formato xifoide, e espinhos. Espinhos por todo o caule. Da direita para à esquerda, a primeira portava flores amarelas, a outra flores rosas e por último e a de caule mais grosso, e talvez por isso, me passasse a impressão de ser a mais experiente das três, brotava flores brancas. Não me lembro como começou, só sei que eu conversava com elas, elas três, as árvores. As chamava de: "As plantas". As nomeei de "Brancas", "Amarelas", e "Rosas". Isso mesmo! No plural, porque minha professora dizia que uma planta apesar de ter uma folha bem distante da outra, possuir flores, no todo é uma só. Eu achava meio es...

Quando Fernanda chorou.

Imagem
Uma vez, lá em Natal ainda (Ê viagem boa que foi aquela...) eu estava com minha família no shopping, e entramos em uma loja bem grande. Cada um se distraiu por uma coisa e ala que a loja grande mostrava e dessa forma acabamos dispersos e nós perdemos uns dos outros... Eu só fui me dar conta disso depois de algum tempo, e quando eu olhei para a direita e para a esquerda e subi em uma prateleira para ver se via pelo menos um fio de cabelo conhecido andando, e não encontrei ninguém, me deu uma sensação que nunca havia me dado antes na vida, nojo e medo ao mesmo tempo. Eu já sabia me virar, eu podia muito bem ir a um telefone e ligar para eles, mas eu não sei porquê eu senti um tremendo "tapa na cara" aquele dia, um terrível "NODO". (Junção de nojo e medo que eu inventei agora) e como se eu estivesse me torturando, não me permitia procurar um telefone e resolver o problema, era como se eu precisasse viver aquela raiva. Começava a me lembrar então, de quando entramos na ...