Não voltarei para casa. Aquele dia, matei, morri, e suicidei todo um processo. Não voltarei para casa. Não do jeito que saí. Não na fome que sentia. Nem nunca mais vou me despedir ferida. Não vou deixar de amar quem em casa continua. Do jeito que eu sonhei, o que vivemos, permaneceu com um “Para sempre” e seguiremos felizes. Não vou esquecer de nada, porque esquecer é a coisa mais feia do meu mundo. A única tragédia é que não sinto mais tanto, e por mais trágico, foi só assim que finalmente ganhei uma bóia e parei de me afogar. E foi assim que deixei para sempre (e sem querer) de sentir a sensação: casa, mesmo que eu volte por lá. O jeito sozinha, é basicamente cambalear ali e aqui, com o guarda chuva em pé, no foco da corda, que ás vezes é bamba. Equilibrar é fundamental, e às vezes sambar na frente de todo mundo na rua também. Aconselho continuar na bolha enquanto o instinto for seguro. Só espoque quando sufocar. Quando der, telefone, chore, grite, (e escreva sempre), de vez em quand...