Páginas

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um coração azul.

Fernanda entra no quarto da mãe, foi tão de repente, sentiu saudade de um contato familiar.
Elisa está deitada na cama, cabeça mais alta pelos travesseiros, com livros espalhados ao seu redor, amarrotando levemente o lençol. O quarto está frio, ar condicionado ligado, o chão também, Fernanda então aproveita para deitar-se ao lado da mãe e escrever seus rascunhos para a redação que teria que entregar na quarta-feira, os travesseiros são poucos para Fernanda, não levantam sua cabeça o quanto queria, ela queria estar exatamente na mesma sintonia que a mãe, lado a lado, centímetro por centímentro. Pergunta-lhe então:
-Mãe, aonde está meu coração?
Elisa, abaixa a folha de papel que lia e confusamente olha para Fernada.
-A senhora sabe onde está ou onde deixei meu coração?
A mãe, confusa, responde:
-Quê...como assim?
-Estou te perguntando se a senhora sabe onde está meu coração.
-Quê isso menina? Endoidou?
-Hãm? Como assim?
-Você disse coração, não?
-Sim, meu coração azul mãe! Onde está?
-Mas é cada coisa que essa menina me pergunta...parece que é doida...
Fernanda sai do quarto, segundos depois volta com um enorme coração de pelúcia azul nos braços, poem no lugar dos travesseiros e consegue então, estar simetricamente lado a lado da mãe, na mesma altura. Começa a escrever a redação. Segundos depois a mãe vira-se e diz:
-coração...
-É mãe, coração.

Um comentário:

Marina de Alcântara Alencar, a Nina. disse...

hahahaha*
Muiito boa essa do coração, mas é que vindo de você a mãe só iria pensar loucuras mesmo(!)

ps: Ser gostosa e revolucionária, e ainda por cima palhaça medieval é pra poucas(!)
hahahaha* depois te ensino como faz(!)