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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Cinza de culpa.

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Meu mundo é cinza. E eu sei bem porquê. Cinza no céu, cinza no mar, cinza por fora e fadas. Fadas cinzas... Meu mundo é cinza e eu sei porquê. Mesmo sendo cinza, conheço as cores. Sempre tive apreço por quem não sabe falar mas sabe se expressar bem, e as cores fazem parte disso e eu certamente dividiria o mundo com todas! Por conta disso, ainda quando era tudo colorido, resolvi mudar as cores das coisas por brincadeira... Um céu amarelo. Uma árvore rosa. Um rio branco, como leite! Um leite verde como...o que era verde antes, mesmo? Fui mudando tudo tão rápido que eu não me lembrava mais das cores verdadeiras das coisas. Nessa brincadeira irresponsável, e o mundo nas minhas mãos, sobraram eu, Alguém e Ninguém. Alguém tomou as cores de mim. Hoje, espera que eu me lembre de todas as cores primárias das coisas. De castigo e para que eu não me confunda, deixou somente o cinza. Meu mundo é cinza, cinza de culpa. Agora, eu anoto as cores das coisas que vou me lembrando para entregar para o N...

Eu, brutamontes em: Pelo Rei!

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Jogando uma moeda para o alto e me deparando com a coroa em vez da cara, enfim pude entender o porquê daquelas grandes, longas e terríveis guerras. - Guer - ra ! Bandeiras, idéias ,cavalos,escudos! (Ai! Eu amo ver filmes com esse tipo de guerra...) É tudo tão fascinante para mim! A guerra pela qual eu me fascino são justamente as antigas, aquelas de espada e escudo em cima de um cavalo em alta velocidade no meio de um campo grande, com o exército inimigo do outro lado, com o mesmo nervosismo, mas disfarçado a todo orgulho e coragem. -Pela honra, glória e família! Minha idade está correndo e meu gosto por luta não passa. Todo mundo disse que um dia eu cansaria disso... Não passa! Será que eu deveria arranjar um movimento? Talvez se eu segurasse uma bandeira...se eu pintasse meu rosto, se eu queimasse sutiãs ... Por que não me convidaram para aquelas revoltas? Por quê?! Maldita época errada... Eu até que sei expressar bem, minhas idéias , mas admito que um bando de pessoas comigo, o che...

Ade.

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Eu não posso mais escrever. Três segundos atrás, achava que estava terrivelmente apaixonada pelo ato. Dei quase a resposta do sentido da minha vida ao verbo escrever. Agora que não sou mais ingênua quanto a esta paixão, percebo quão irresponsável eu fui e estou sendo. Responsabilidade! Quando ela não vai estar? Como descobri que ela está aqui? Na tinta...dessa caneta. Não vou mais escrever. A sensação que tive a seis segundos atrás é de que a cada texto que escrevo distorço o que acontece. A cada vez que escrevo, sou responsável. O pior de tudo é que essa mensagem foi escrita. O pior de tudo é que isso não anula responsabilidade nenhuma, acabo de ser mais uma vez responsável. (Por isto!) O pior de tudo é que não estou nem um pouco preocupada em procurar sinônimos de "pior" e deixar de estar sendo repetitiva. O pior de tudo é que quando eu escrever de novo vou estar sendo contraditória. O pior de tudo é que a três segundos na frente, me acho tola por ter achado que liberdade é...

Incomodada pela lebrança de um cômodo .

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Sem o computador, aquele dia, reparei melhor as tralhas do escritório. Quantos escritores, cantores e atores vivem ali, por tanto tempo. E reparando tudo, vi aqueles dois inseparáveis. Aqueles dois pretinhos, iguais, irmãos e parados como sempre, portas CDs. Vi, depois de tanto anos sem tê-los vistos ou me perguntado aonde foram parar. Os dois, tão imperceptíveis no meio de tantos livros e filmes. Costumavam, ser recheados de CDs, mas ali, empoeirados, escondidos e com tão poucos CDs encaixados e ainda de qualquer maneira, chegava a dar dó. Sem contar com os arranhões. Lembrei-me então daquela, quase esquecida, sala de música que existia. A sala de música que portava duas poltronas, um quadro de paisagem no meio das duas e uma janela na frente, do lado o som e aqueles dois portas CDs, num ponto de vista muito mais alegre, cheio de CDs do primeiro ao último buraco, encaixados em fileira, todos ainda dentro das capas, e alguns que pareciam ser intactos de tanto zelo . Quase todos os d...

Para os meus atrozes.

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Já faz algum tempo, eu nem sabia mais como era ter pesadelos. Ontem tive um. Boba, eu fico bobinha depois de um pesadelo. Primeiro, por tentar decifrar e associar as loucuras e dificuldades que ele me põem ( impõem !) em cena, com o mundo real. Segundo, por me perguntar como eu mesma fiz questão de estragar minha própria noite de sono. Terceiro, eu não sou nenhum pouco, depois de acordada, fácil de se desligar novamente. Eu aposto dois reais, é o que existe na minha carteira, que eles resolveram aparecer por que souberam a mando de alguém (alguém = de mim) que eu tenho um blog. Eles, realmente, se acham a última pitchula do deserto por aqui (por aqui= minha mente) afinal de contas, não se evita pesadelos, não que eu saiba, e por isso eles tem de alguma forma, liberdade para aparecerem quando bem entenderem no meu sono. No meu! sono... Zzzz ... Isso não é injusto? Meus amores, meus atrozes malditos, já entendi que era para eu lembrar de vocês, não era? Pronto, já escrevi sobre vocês....

Pintando o sete.

- Ei, a moça está falando contigo! Responde! - Hãm? Quê? Desculpe, pode repetir por favor? - Ela quer que você escolha um número, só. - Hum... E pensou... - E aí, é para hoje ou não? - Sete! No decorrer do caminho... - Por que você escolheu o sete? - Porque o cinco me parece um homem gordo sentado, a barriga deve incomodar por demais, é melhor deixá-lo lá e o seis é o número da besta. Antes da besta e depois dela ...sete! Perfeito. - Nossa! Eu preferia que tivesse escolhido o sete por preferência mesmo... - Sete! O sete é sempre bem lembrado. Média sete, sete anões, sete pecados, já ouvi falar até que o número de Deus é sete! - (riso) E para quê Deus teria que ter um número? - Pois bem, sete é realmente agradável, místico e famoso! - Sete é um número, me-nos! - Sete reais! - O quê? - Sete reais é caro ou barato? - Bem... - Não é! Entendeu? É sete reais apenas! O sete não é estranho? - Hãm? - Sete, oito, nove e dez! O sete é tão sete que nem elogiado de nota dez, ele poderia ser, o desc...

De mala e cuia.

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Não exatamente assim, foi. Não me deram, apareceu uma arma de vento na minha mão direita. Meus ouvidos ouviam somente o que minha mente e minha " submente " me diziam, " Mate. É necessário que um deles esteja morto." E escutando, pensando, viajando e voltando a pensar de novo, POW ! Matei um dos destinos. Matei um deles, um lá...um lá que des -escolhi! Era necessário, não sou duas, apesar de achar que se fosse, me daria menos trabalho. Exatamente assim, estou aqui, em Brasília, e estarei por algum tempo. Diferente de onde vim e já esperado, aqui é diferente. Exceto os carros, que não param, as pessoas (que não são verdes) e o céu! (Graças a Deus!) é o mesmo que o de lá. A vantagem de morar em apartamento é que me sinto uma espécie de deusa, vejo tudo e todos daqui de cima. É até mais legal espiar vizinhos em prédios, dá menos trabalho (eu não fazia isso a muito tempo, rs ) e como sempre, pensei nos primeiros seres humanos (é inevitável, porque eu não paro de pens...

Até a última bolacha do pacote.

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A vida (por hoje) foi definida. Uma estante, da ala de todos os pacotes de bolachas recheadas de um supermercado. Abre-se e come. Alguns pacotes, come-se de supetão e já se parte para outro. Outros pacotes, ao contrário, param de ser desejados já na metade, então, seu pacote é enrolado e destinado a ser comido depois. Se muito demorar, perdem a crocância e talvez vão para o lixo. Tempos muito distantes, uma bolacha que engoli, me disse que é necessário ser comida. Me explicou que poucos perceberiam, mas que elas são um segredo por trás de tanto açúcar e conservante. "Um pacote de bolacha recheada enrolado e jamais desenrolado é o mesmo que uma situação mal resolvida do passado." Situações mal resolvidas devem ser resolvidas um dia, a não ser que queira relembrar " forever -mente." Se exageras em um pacote, pode ter dor de barriga. Mas aí é burrice, todo mundo sabe que todo pecado só é pecado por conta do exagero. Demais! Exagero é demais. A bolacha recheada não qu...

Esperando sentada.

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Me digo sempre que esperar é para poucos. Perigoso, acho que esperar se encaixa bem nessa palavra. Enquanto se espera, nada garante-se, se sustenta apenas acreditar que vem, seja o quê ou quem for. Esperar exige estar consigo mesmo. Exige não fazer nada. Exige estar e não ser. Para esperar deve-se ter praticamente... fé. Nos damos bem, se esperamos a hora exata de falar, de comer (sim!), de silenciar, de não se interferir. Nos damos mal, se esperamos demais. Esperar demais nos põem em um círculo viciante de supor. E o perigo disso é que com o tempo, você acredita, sem perceber, no que você mesmo criou. Mesmo sabendo que são suas e meras suposições. Você esperou tanto, que acabou sendo verdade. Você esperou tanto, que acabou se entregando a sua criança e esqueceu de separar o que era fantasia e realidade. Você esperou tanto que quando chegar e se chegar, talvez decepcione. Se for para esperar esteja ciente do que pode te acontecer, talvez assim você espere saudavelmente. Fazer aconte...

Admito que um grampo me faz sofrer.

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Dentre as coisas que detesto, a primeira é esquecer. Detesto esquecer! E a segunda é: Admitir. Detesto admitir! Talvez, não detestasse tanto, se ainda quando moldava , sem saber, meus próprios conceitos de certo e errado, que ser materialista por exemplo, é ruim. Nas minhas entranhas isso não é bom. Isso é coisa de gente fútil, de gente sem sensibilidade, de gente estupidamente racional a qualquer preço. Acabei de descobrir que de todos os meus "sou", também sou materialista. Contudo, porque será que ser materialista não é um conceito muito legal por mim? Será que é porque, precisar e necessitar não sejam atos muito legais de admitir? Fazendo uma retrospectiva (como sempre faço) admito, detestando, eu sempre fui uma materialistazinha . Eu sou mesmo uma verdadeira mãe com o que é meu. Objetos , roupas, sapatos, cadernos, qualquer coisa material! Dura muito tempo na minha mão. Nunca deixava uma caneta fora do estojo, sempre corri atrás de algo material meu que sumisse. Posso d...