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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quase do mesmo tamanho

 
Uma planejava, a outra fazia. 
Eram irmãs de sangue. 

Uma mandava, a outra obedecia.  
Eram irmãs quando uma sentia medo
a outra tinha coragem suficiente pras duas.

Uma acordava, a outra morria de preguiça.
Eram irmãs na escola e na frente dos amigos.  

Uma  passava o pente e ja estava pronta, 
a outra desembaraçava até que se cansava.
Eram irmãs quase do mesmo tamanho.  

Uma rezava, a outra dormia, 
mas na frente dos pais, 
por motivos desconhecidos,
eram sempre inimigas. 

A que nascera primeiro se achava no direito, 
a que nascera depois achava tudo muito injusto. 
E enquanto uma assistia Tv, a outra reclamava. 
Não tem nada pra fazer. 
E se não ia desenhar, ia espiar através dos muros. 

Nas outras casas... 
o que é que eles faziam, 
do que é que sorriam, 
porque é que brigavam.
Venha ver. E sorriam.

A que fazia então tinha uma ideia. 
Pega sua bicicleta, 
vamos pegar a subida da rua , 
e tocar todas as campainhas na descida. 

Ta doida? Perguntava morrendo de vontade de cometer a traquinagem. 
E tava.
Lá se iam sem serem pegas, lá se iam em busca do desespero. 

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