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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Sagrado

Descubro em ti um amor admirável. Te acho inteligente, atenciosa, humana e errante. Tu quebras como eu, brigas como eu, percebe como eu, fala o que pensa, dá risada, é bem humorada... e feliz, mesmo que por dentro tenhas tristezas engavetadas. Descubro em mim uma paixão ensurdecedora. Me acho pretensiosa, quiçá seja eu tua fã, teu segredo, um pacto sagrado... o teu lado. Sou teu lado há tanto tempo... Quando tu contas as histórias, meus ouvidos se enfeitiçam. Quando me lembro das histórias, minhas lembranças te enobrecem, apesar de todas as imaturidades e certezas que eu já pequena, sabia. Talvez não fosse ideal, mas era a que eu tanto gostava. Talvez não fosse tão amada, mas era a que eu queria que fosse. Talvez não fosse a mais presente, mas era a que eu sempre esperava incansavelmente. As vezes estranhamente ainda estou lá... quando a casa ainda não estava reformada, quando as árvores ainda não haviam sido cortadas, quando haviam mais grades, um poço, casinha de cachorro, raizes de árvores pelo corredor da mangueira, portãozinho e portãozão, placa de cuidado com o cão... nós quatro, num quarto. 

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