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Mostrando postagens de 2012

Um bando

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Na geladeira nada derrete. Ela funciona guardando o caminho de todas pra se manterem cheias. Há boatos de que algumas coisas lá dentro se perdem, mas até agora nada foi abduzido. Tudo está sendo aproveitado da melhor forma possível, nós até dividimos.  Com o recesso perderemos  duas ou três coisas, deduziu-se mais cedo isso, porque algumas de nós sempre pensa no futuro, outras na refeição, outras ainda choram de saudade do estado.  Tudo bem...a geladeira se esvazia, desperdício é que é chato, dinheiro gastado é que é chato. Com o calendário acadêmico novo que ganhamos da greve, estúpido por sinal, também foi o tamanho da intimidade que criamos em poucos dias pela cozinha.  Uma não fala mais com o pai e não sabe quando vai perdoá-lo, a outra tem sotaque e namorado mas repete que só casa depois dos 30, uma chora de saudade de casa todos os dias mas tem certeza que realizou seu sonho, a outra deixa que todos peguem o seu sal emprestado com um simples sorriso mas se a unha quebr

A minha fada madrinha não tem varinha mas tem coração

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As vezes meu coração dispara e aciono minha "fada" madrinha. Ela me tráz com palavras de calmaria ou mesma agonia, algum conforto de que a vida não é tão desastrada quanto o meu temperamento ou de que não sou a única a passar por alguns tormentos. Uma fada madrinha quer atender todos os nossos pedidos e são capazes de guardar todos os nossos segredos, nos ouvindo atentamente e com respeito. Fadas madrinhas amam sem pensar e nunca desistem de nos querer sempre por perto, a esperança de que um dia estaremos ao seu lado pra sempre é até meio infantil, mas animadora quando percebemos que ela não desiste do nosso amor e bem, por mais que o tempo passe, corra ou pare nas nossas mãos. As vezes, elas estão dispostas a agarrar nossos erros com unhas e dentes, nos defender sem provas e a jogar uma maldição em quem nos ofender e magoar, é um amor meio desnaturado, desses de conto de fadas que nem todo mundo acredita e sabe se existe mesmo, desses que só é preciso acreditar na magia dos

Você tem medo de que?

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Essa sou eu, fã de zumbis de carteirinha!  E fantasiada e preparada para ir ao halloween do CNA.  Foi a fantasia mais barata, até agora, da minha pequena vidinha. Só precisei de improviso, tinta guache preta e vermelha, algodão, cola, pincel e minha própria maquiagem. O que você pode fazer para melhorar a performance: -Um zumbi tem cara de fome, aproveite na hora das fotos ou desfile pra ficar mais tenebroso (: -Um zumbi não pensa no que os outros estão pensando, ele é instintivo. ;) -E lembre-se um zumbi não tem medo de nada! Pois ele está morto e vivo ao mesmo tempo...rs Pra não perder a feminilidade, usei barriga de fora -coisa extremamente inédita na minha vida, pois não faz meu estilo.- e pra manter o foco, fiz uma ferida bem curuba, claro! ;)                     Usei uma meia preta velha que estava com um rasgado e na outra perna uma meia arrastão cor de pele, as botas horríveis são da minha irmã rs que estuda zootecnia e prec

Malditas castas literárias

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   Tenho vergonha das CASTAS LITERÁRIAS que criaram para determinar que tipo de leitores somos. Se um livro me despertar a curiosidade, eu leio. Se alguém que eu conheça me falar que é bom, confio e leio também. Mas se alguém fica envergonhado, e me diz meio sem graça que é bom, mas que ninguém precisa saber, eu grito! Não acho justo termos vergonha de dizer do que gostamos de ler, não acho justo na verdade termos vergonha de dizer o que lemos, só porque alguém importante disse que é clichê.     Até quando vamos ter medo de ser tachados por algum estereótipo estúpido em nossas miseráveis presenças, só porque alguém “lá de cima”, e que ninguém conhece, mas sabemos que está certo por alguma razão (que ninguém conhece de novo), de que quem ler ISSO é AQUILO?   Perceba como é ridículo sermos etiquetados DISSO por AQUILO... não me parece justo, ser mais inteligente ou mais burra por causa do livro que carrego na bolsa. Ou gostar facilmente de um livro é natural ou existe um gran
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Duas mil de outras

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Já fui dessas que não tinha coração, não sabia pedir, não sabia discordar. Fui dessas que não sabia dizer, não sabia o que pensar, não sabia o por quê. Fui dessas de pouco caso, não se importar muito, e dar o melhor de mim bem pouco. Fui dessas que olha no relógio, conta dinheiro e fala com estranhos com naturalidade. Fui dessas que só sabe sorrir alto, que não fala baixo, que faz escândalo. Fui dessas que jura só ter amado uma vez, que se perdeu devagar, que se entregou de uma vez! Fui dessas que tinha asas mas não sabia voar, dessas que tem o controle mas não sabia se controlar, dessas que nem começava mas já queria que tivesse fim. Fui dessas de rua, de não ter hora nem lugar, de chorar e pedir por favor volte, não consigo mais viver sem você, e dessas que pensa melhor, chora de novo e pedi por favor vá, viver não depende mais tanto assim de você. Fui dessas envolventes, de pirar o cabeção, de dizer não, não, não! E chega tá tudo acabado. Mas também já fui dessas mais medrosas,

O mais difícil que já tentei decifrar

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O meu amor por ti é um eterno detetive,  em palavras tudo é pouco, vago e limitado de se escrever.  Talvez essa seja a tentativa 1001, mas vou arriscar. O teu amor é o mais difícil que já tentei decifrar. Aparece nos teus olhos, sem que eu nada faça e no que quer que faça, está na tua loucura, no teu começo e no fim. É assim tão destemido de garras e faro, protege e ampara desfaz e despedaça. Teu amor é falado, é repetido, é de toque é de beijo e abraço, é de grito é desesperado! Teu amor vem na frente, nunca fica de lado, teu amor é ilimitado, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, teu amor é grande e indubitável. É tua força, teu viver, teu formato, teu prazer. Seu amor é vermelho e acredita em todas as cores, seu amor é as vezes tudo que sobra a meu respeito outrora tudo que tenho. Teu amor dinheiro não compra, papai não daria tanta conta, ninguém retribuiria com tanto sucesso.Teu amor é de leoa, coruja, loba, e animalesco, teu amor não pede segredo, não é poupado, nem ad

1920 mora ao lado!

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Malvina Quem está acompanhando Gabriela (minisérie brasileira baseada no livro de Jorge Amado) assistiu a morte -assassinato- de sinhazinha (mulher que tinha um casamento terrível com um coronel mais ainda, e começou a ter um caso com o dentista e pretendia fugir com ele) e ao ser encontrada traindo foi morta a tiros com o amante e tudo foi perfeitamente justificado pois o coronel precisava salvar - ou como os personagens dizem: "lavar"- a honra  de corno . A minisérie mostrou mulheres e homens a favor do assassinato cometido pelo coronel a sua esposa, demonstrando claramente o pensamento das pessoas de 1920 (e vai saber se também não desmascarou o preconceito do adultério feminino de muita gente desse século mesmo!) Gabriela A cena foi polêmica, apenas Malvina personagem a frente de seu tempo, e com um pézinho no feminismo (lembrando que o termo não tem nada a ver com odiar os homens, muito menos achar que mulher é um ser superior e sim achar que homens

Te mato na saída

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Hoje é um daqueles dias que preciso esvaziar a lixeira pra não empestear a casa inteira. Hoje é um daqueles dias que suas promessas vem atormentar meu sono e que mesmo rodeada de gente me sinto sozinha como se fosse ficar pra sempre. Hoje é um daqueles dias que não tenho vergonha de ser mal, de ser terrível, de não desejar bênçãos até sua quinta geração. Daqueles dias que eu torço para que sua infelicidade seja dobrada, daqueles que eu não quero lutar, não quero culpar, não quero ser e estar. Hoje é um daqueles dias que eu penso que talvez esteja perdida pra sempre, infeliz pra sempre, que tenha morrido e esquecido apenas de cair. Hoje é um daqueles dias que o seu sorriso me incomoda, que torço pra que venham me contar que você sofreu um acidente de carro e tenha morrido de verdade, e não só aqui dentro de mim. Hoje é um daqueles dias que eu acordo desejando seu mal, alimentando meu ódio que dorme pesado e sonha com suas sobras proibidas.   Hoje é um daqueles dias que eu não sei

Ninguém paga com a lingua

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"Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre." Albert Einstein Assim que entendi que existia, fui ficando cada dia mais perdida, e sem pensar fui enquadrando os lugares, as pessoas, situações e opiniões. Dei nome a todas as cores, cheirei algumas flores e onde não tinha mapas eu fui fazendo uma trilha para cada coisa e jeito, porque era demais pra mim saber que eu não sabia nada, era demais pra mim saber que pra quem quer que eu perguntasse, todo mundo do mundo também era desinformado e criador, como eu. E a minha busca pra não ser tão ignorante, parecia cada dia mais vazia, porque cada dia eu aprendia e desaprendia numa graça desnaturada que atrapalhava todo o meu percurso. E todas as regras que ia anotando e formulando de como as coisas podiam funcionar, ser e aparentar levavam há uma razão exata que lá na frente era desmerecida.  Por determinado tempo, algum

Quando atingimos um nível de tristeza maior do que o saudável

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Um dia após o meu aniversário do ano passado, eu que nem gostava de assistir tv, liguei pra me distrair das turbulências e monstros que ocupavam minha cabeça e tive o desprazer de saber a notícia de que Amy Winehouse havia morrido. Eu não era fã de carteirinha da Amy, mas sempre me emocionava muito com seu timbre de voz, eu gostava do talento da moça,  era fã do seu cabelo anos 60, do delineador nos olhos, dos laços e todo seu estilo vintage, aquilo tudo que compunha a Amy, se não fosse o bad romance dela, e as drogas, poderiam ter sustentado até hoje uma grande personalidade e talento. Como a minha fase era meio pra baixo, achei que a morte da Amy só podia ser mais um jeito do universo me deixar ainda mais triste, e pensava: "Como é que tantas coisas ruins podiam estar acontecendo ao mesmo tempo, e até uma das minhas cantoras favoritas partir de presente de aniversário?" Eu estava com a alma mutilada, tive uma conversa com meu pai dentro de um carro, sobre a

Vou morar no rio

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Quando eu era pequena, e chegávamos na beira de um rio, quando tudo ficava em silêncio eu dizia: "Ei vou embora, vou entrar no rio de roupa e tudo sem ter medo da areia sumir dos meus pés." e na minha imaginação eu ia indo embora sem saber até quando ou se voltaria, e entrava no rio de roupa e tudo deixando a cabeça por último, seguindo lentamente na certeza de que via o mundo pela última vez e a medida que a água tocava cada centimetro das minhas pernas, tudo que estivesse ao meu redor ia se despendido, e eu tinha certeza de que aquela era a última vez que eu sentiria aquelas cores, barulhos e habitat completamente seca.  A sensação de estar molhada passava a ser normal, debaixo da água eu me tocava e sentia que jamais estaria seca outra vez. Agora meu mundo era debaixo de água, sendo portanto estar seca um sinal de estranhamento. E a medida que a água vinha entorpecer meus buracos, quando eu já não lutava contra o ar, eu virava quase uma espécie de peixe, e minha visã

Sensação Tênis

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Sexta feira passada liguei pra minha prima de 12 anos pra pedir um tênis emprestado, pra usar no acampamento do inglês (inclusive: foi maravilhoso!) e quando ela disse que emprestava sim e que o número do pé dela era o mesmo que o meu, eu desliguei o telefone e senti um estranhamento...para onde foram todos os meus tênis?! Houve uma época da minha vida (creio que dos meus 11 aos 17 anos) que tênis era uma peça que não faltava de jeito nenhum no meu guarda roupa. Eu gostava de me sentir confortável, gostava da ideia de que um dia eu iria precisar correr e estaria preparada, gostava de inventar meus próprios laços e amarrar os cadarços com certa adrenalina de que mais um dia seria enfrentado, e eu tinha pares de tênis sempre de 3 cores variadas, porque queria que combinassem com meus trajes e mantinha uma certa intimidade com cada um deles a qual me proporcionava no ar a idéia de que usando tênis eu estava livre, leve, solta e a vida era mais emo

Tigres e lobos não se misturam.

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E stava faminta, com sede, uivando inúmeras vezes para as luas que falecem e renascem. Havia me esquecido de como era as tuas invasões no território, havia me esquecido em como me mantém alerta e excitada para amenizar o tédio da vida que me enlouquece dentro do peito. Agora que meus pêlos já não se arrepiam de medo, nem minha carcaça se arregaça toda pra você, agora que já não tens o direito de  devorar-me até não sobrar mais nada, não pretendo deixar também que invada essas cercas e divida os cordeiros comigo, porque tigres e lobos não se misturam.                            Pare de rosnar pra mim tigre branco, pare de rosnar que eu não tenho tempo para cuidar de felinos metidos a heróis. Engula seu próprios pêlos em lambidas vorazes pra se limpar da sujeira que cravei no teu corpo, engula-se porque o impossível só é atraente pra quem não morre, quem é de carne e osso como eu, precisa acordar todos os dias e caçar, precisa aprender a caçar. Essa será a terceira vez na sua vid
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"Não lamente aquilo que passou e nem chore com o que o tempo desfez. Repare que o vento que foi nunca voltou, mas um novo vento sempre sopra outra vez. Não pense que as coisas são impossíveis, nem o amor. E nunca desista pois quando o outono derruba uma flor, a primavera coloca várias outras no lugar!" (Autor desconhecido)

A suicida

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Tinha o diabo no corpo quando menos esperava, despertada numa raiva sobrenatural, o seu lado mais malvado e sedutor foi ficando cada dia mais repugnante e auto-destrutivo. Aquilo gerava um pânico sobrenatural antes de dormir e ao acordar de uma maneira que só ela podia aguentar e experimentar. Foi perdendo o equilíbrio entre  a realidade e a fantasia, percorrendo um caminho de insanidade, no qual não sabia mais por onde ia dar. Não pensava mais antes de agir, não se controlava. Isso fez com que perdesse as artimanhas de uma outra guerra, então perdera também a chance de dividir aquele fardo, não dava mais pra compartilhar, não dava mais pra dividir o temor em pedacinhos e um dos cavalheiros que mais aparentava coragem e quase tomou conta de seu reino, partiu de última hora levando na garupa, com algumas das melhores lutas, a enferrujada armadura que já não lhe cabia pra se proteger.  Os sentidos vinham dessa vez de queimar o corpo, ao acordar, ao pensar, na hora de se alimentar e