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sábado, 6 de junho de 2009

Ex-istindto


Não é culpa de ninguém e ninguém pode fazer nada. Ou a culpa é de todo mundo e todos poderíamos fazer alguma coisa. E fazem.
"É só desse jeitinho?" Me pergunto mentalmente todos os dias no café da manhã.
"Desse jeitinho é chato", me reforço mentalmente no leite da noite.
Sabe, ando pensando em pensar em dinheiro, todo mundo gosta de dinheiro, por que eu nunca me importei diretamente?
Ando pensando em quebrar copos no muro. Mas acho que vão me cobrar.
Quem sabe pensar em dinheiro, atraia dinheiro, que possam pagar o que eu realmente quero. Quebrar quinze copos em um muro. Ao vivo e a olhos estranhos.
Não prendo mais grampos no cabelo, eles deslizam e caem. Eu gosto de grampos. Grampos pretos. Agora marco meus livros com eles, ainda me são úteis.
Cortei minhas unhas, quem percebeu achou um absurdo. Mais para provar para mim mesma que não preciso delas, mandei ver. Voltei a sentir a ponta dos meus dedos.
Não acho mais a distância do ônibus, até onde eu ando morando, longa. Eu só quero chegar, talvez seja isso, isso me conforta, sinal de que tempo é remédio.
Pude perceber que sexta foi diferente de todo o resto da semana, um sol diferente, a nova estação talvez esteja chegando finalmente, estava temendo que essas chuvas ficassem emburradas e não quisessem se retirar tão cedo.
Tossi umas duas vezes essa semana, sinal de que estou sarando.
Mamãe, anda me ligando mais. Acho que percebeu minha carência, mesmo assim, não consigo falar direito, ouvir o que ela me conta e a barulheira caseira me parece mais vantajoso.
A caixa de correio tinha uma carta da Carolina para mim, fiquei feliz.
Não comi churrus de chocolate nessa sexta. Foram três sextas inesquecíveis. Uma que experimentei churrus pela primeira vez, outra que saciei a vontade da semana toda lembrando deles e a terceira, que não repeti. Aproveitando o paladar, descobri que ainda gosto de petas. Comi algumas petas essa semana.
Esses dias, me olhei no espelho e não me reconheci, vi uma mulher.
Acho que escrever se tornou hábito, ando escrevendo muito, até comprei um novo caderno. Escrevendo sobre tudo, até sujeira no chão.

2 comentários:

Marina de Alcântara Alencar, a Nina. disse...

Escreve, porque escrever é bom e alivia a alma! ;*

Unknown disse...

Escreve tmb porque essa cabecinha precisa ir dando espço pra novas idéias, se não congesstiona.... Amu =*)