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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Na sala de espera.

Abri a porta do consultório e me deparei com duas pessoas dentro, a moça que anota os horários e um menino de mais ou menos minha idade, sentado, de certo, esperando. Bebi água, peguei uma revista, cruzei as pernas e sentei-me. Silêncio sepucral(Três pessoas ali!). E só não era tão sepucral porque o ar condicionado clamava um único som. Então, resolvi conversar com a revista (toda vez que leio escuto uma voz). Não sou desesperada por uma conversa, àlias necessito de mim mesma (ficar sozinha) muito, agora quando existem pessoas ali, o ambiente se torna desconfortável e sinto cheiro de desconfiança, isto é ameaçador pra mim! Pronto, falei.
Eu e a revista conversamos sobre o açúcar. O menino logo foi atendido e sumiu lá pra dentro. Ficamos eu e a anotadora. Logo depois, um garotinho chegou e sentou-se, de frente pra mim mas para esquerda um pouco. (confesso que quando ele entrou, pensei "se ele se sentar na minha frente é porque não é tão tímido, se ele sentar do meu lado é tímido, se ele se sentar na segunda cadeira de frente pra mim é tímido que se solta). Ele se sentou na segunda cadeira de frente pra mim. Perdi o interesse pelo o açúcar e fui observá-lo, a avó do garoto entrou, era loira, baixinha e gordinha. Como toda avó, perguntou se ele já havia comunicado à dentista sobre a banda (do aparelho) que tinha soltado, ele disse que não. (Avós sempre perguntam se já tomamos iniciativa). A ajudante da dentista chegou e disse em tom lento e meio esnobador (Tons que alguns seres humanos usam para falar com crianças) :" Oi Vitor! O que foi dessa vez?" Ele olhou para cima. Eu ri (ri e pensei: "A quanto tempo ninguém fala mais nesse tom comigo?) Vitor apenas levantou o dedo indicador, nele havia a banda do aparelho, a ajudante disse: "Vitor e sua banda!", no mesmo instante, a mãe chega e diz para a avó "Mãe vamos ali na lojinha enquanto o vitor concerta essa banda?" Vitor pulou da cadeira dizendo: "Ah não! Eu vou também!"
Ela: "Filho, depois a gente vê suas coisas, eu vou comprar um presente para Tia márcia! Vamos mãe." A ajudante disse: "Vitor e sua banda, hein mãe?" A mãe riu e disse "Poisé!" Vitor então se defendeu: "Não teria acontecido novamente se tivessem colado a banda direito!" A ajudante disse com um tom de acusação: "Ouviu mãe? Menino esperto! É mesmo vitor!" (confesso que pensei, "a ajudante teria alguma rivalidade com a dentista?) a avó então, levantou-se e disse: "Não tocaram na banda direito, dá nisso!" terminou rindo.
Eu, a mãe, o garotinho e a avó sorrimos. A ajudante não, e ainda perguntou como assim. Pensei: "Essa ajudante alguma vez na vida ouviu falar em tocadilhos?"
De novo, três pessoas ali. O garotinho, eu e a anotadora. O garotinho então, começou a falar do seu irmão de 6 anos que enchia muito seu saco, (confesso que pelo o que eu ouvia, ele mentia, o irmão o fazia mais rir do que o encher a paciência) contou algumas estórias do irmão, ele contava com palavras entupidas de sorrisos, e eu ouvia rindo sem parar também, falou que a mãe o obrigava a levar o irmão nas festinhas, e mais um pouco...perguntei a idade dele, 10 anos. Impressionei-me, ele era baixinho. Disse-lhe que também tinha um de 6, ele retribuiu com um: "Ah! Então você sabe como que é! Eles são chatinhos né?"- disse rindo. Ri mais um pouco mesmo não havendo aquela graça exata. Acho muito engraçado os jeitos pessoais de cada um. (deve ser um típico humor ainda não revelado.)
Me chamaram, e fui ser atendida.

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