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segunda-feira, 2 de março de 2009

Hipnose mal amada.

Com enormes fones de ouvido, jamais descobri tua música, mas na curiosidade, ficava a observar e vi que olhavas engraçado, desconfiado. Levantava de um jeito, que parecia que ia cair, suas roupas eram folgadas, cheias de conforto, pareciam-me egoístas, nunca me deram chance de imaginar teu corpo. Adorava sua voz, só a conheço perguntando. Era uma dança, entre seu gogó e meus olhos...
Voz, que nunca foi direcionada a mim, mas que era fervorosamente desejada pelos meus ouvidos e chorada pela minha mente, atéia, para que nunca deixasses de ter dúvidas, não quando eu estivesse por perto, pois era minha única chance de te ouvir. Era motivo também, para te olhar sem ser descoberta, e ver você me reparar por três meros segundos, sem intenção nenhuma, por reflexo de movimento, desse jeito, eu era uma curiosa inocente.
Teu pescoço, arrastava-se para o alto, a cabeça encostava na parede e em um estalo o maxilar de barba rala e clara se expressava suave, fazia isso sempre antes de perguntar, obtida a resposta, coçava a cabeça, depois do ritual, saciado, olhava-me mais uma vez, desconfiado, e para que eu não percebesse talvez, tratava logo de pegar nos alargadores das orelhas. Eu imaginava então, como seria enfiar meus dedos no buraco que os alargadores fizeram nas tuas orelhas, devia ser mole, eu balançaria um pouco, aproveitaria que estava perto, e beliscaria a ponta do queixo, me aproveitando de novo olharia nos olhos desconfiados bem de pertinho.
Não sei se eu gostava mais da voz, dos alargadores, da barba clara e rasa do maxilar, talvez, do processo inteiro de perguntar alguma coisa, ou do mistério egoísta do conforto que tuas roupas me proporcionavam, mas você no canto, imperceptível, piscava.
Rindo em conjunto com a sala, era um momento que eu também me aproveitava para te ver mais pouquinho, ria gostoso, ria inteligente, sorria com aqueles maxilares e piscava lerdo, direcionado para baixo.
Descobri que você nunca vai deixar de ser desconfiado, infelizmente lembrei só depois, das regras... Vai acabar e a culpa é minha. Esquecerei-o mais rápido do que eu pretendia.
Quando tudo que entendi de você sumir, vai sobrar só dois alargadores e as roupas, sem ninguém.
Não descobri teu nome.

(Para quem ama platonicamente e acha o maior barato.)

5 comentários:

Augusto Rosa Leite disse...

PORRA MAE ME DEIXA FAZER UM ALARGADOR
esahiueaihuse

Elisa disse...

...Lindo demais isso aí!!! Adorei!!

Bj e te amo!!

blog do gallo disse...

HUUUMMM???!!!

Marina de Alcântara Alencar, a Nina. disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk²³
Olha o comentário do papai!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.