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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

Sobre umas quatro rodas em movimento.

Minha poltrona era a 25, joguei a Bete (minha mochila) nela, tinha um senhor na 24, um velho até bem portado, gordo, mas reparei mesmo foi nos cabelos, brancos e brilhosos. Me lembraram nuvens gordas em dias ensolarados. Enfim, quando joguei Bete, a sobrancelha dele se levantou e minha Tia disse:"Senta lá para trás, terá mais espaço, tá vazio mesmo."(Antes dela dizer isso, eu ia mesmo para trás, ir exprimida ali com aquele senhor não me fazia sentido nenhum.) Me despedi da minha Tia com abraços e juramentos. Fiquei com dó dela, o comportamento estava mudado, ela gosta de mim de verdade, sabem? Ela é uma das pessoas que eu mais me esforço para entender e menos compreendo os olhares. Conhecê-la de perto foi maravilhoso. Despedi-me do Cláudio, seu marido, que me esmagou um pouco, e eu sei que foi de propósito. Nossa relação foi uma espécie de competividade divertida. Entrei no ônibus, tirei Bete do lado do "cabelos de nuvens" e aconcheguei-me nas poltronas 27,28. Olhei...

Alalaô, alalaVou.

Quinta-feira, já estarei em Palmas, vai começar a universidade, pensei que fosse segunda, já que não é, e a parte de apresentações é legal, parto quarta-feira, sem feira. Não entendi a pressa, mas! Eu não entendo várias outras coisas nesse meu planeta...Não é mesmo? Ontem fomos (eu e minha nova -e daqui a pouco, ex :( -família daqui) para um "clube do exército", foi muito divertido, dança, música, pulo, picolé, máscaras, pessoas, spray, confete, aliás! Hoje de manhã me pareceu que os banheiros também pularam Carnaval, estão cheios de confete. xD Hãm...Posso dizer, que morar aqui foi curto e maravilhoso. Um mês e doze dias, para ser exata. :) (Não decoro datas, ok? Acontece que eu tenho agendas e cadernos dos quais posso conferir o que se passa e o que não se passou.) *** Morei em apartamento. (Às vezes, dá vontade de gritar no quintal, como não tem, isso me abriu idéias do tipo: "Como extravasar, sem quital?") Peguei ônibus. Abanei a mãozinha nas faixas de pedestre ...

No plano ar.

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Um avião passou. Eu vi e imaginei. Pessoas lá dentro, aeromoças bem maquiadas, preocupações em cada cabecinha de cada corpinho ali sentado. Vi o título do livro de um leitor, escutei a música de um ouvinte, presenciei mas lá em baixo, o relaxamento dos pés daquele que tirou os sapatos. Até a descarga daquele que saiu, eu ouvi. Por último, ouvi a respiração do copiloto. Não me dava mais tempo de ver nada. O tempo da distância do começo, e fim da janela de onde eu habitava, acabou. Tudo sumiu. Foi para algum lugar, de certo...mas um avião passou. Eu vi e imaginei.

Almejando.

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Toda vez, que eu olho para o céu, me rogo uma praga de que daqui alguns anos, vou estar olhando para esse mesmo céu e nuvens brancas brilhosas, deitada em um plano diferente, quem sabe uma praia de mar. E olhando para esse mesmo céu, posso prever, no plano diferente, eu mesma me lembrando de quando almejava. Agora, é só esperar, para ver se minha praga é boa mesmo. Agora é só esperar, para ver se esse céu vai ser o mesmo. Agora, é só esperar minha promessa de sentir...a mesma paz, independente do que eu estiver vivendo lá.

Eu, Darwin e a seleção natural.

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É engraçado como a vida resolveu ser uma caixinha de surpresas...sim! Ela não me era. E- ra ... Estava tudo programado, sabem? Só que aí veio a notícia inesperada e eu realmente parto daqui a alguns dias, para Palmas. Serei universitária (Jornalismo!) legal, né ? Hum...Não vou dizer que a notícia foi ruim, não vou dizer que foi boa. Foi, e apenas é. Vai ser legal, mesmo indo embora da "cidade do Lula" ( DF ) que eu tanto gostei. Vejamos pelo lado igual das duas coisas: Continuará sendo uma experiência para mim, longe da família, (e agora da madrinha) e continuará sendo mais uma cidade que eu conhecia de passagem, viagem e diversão para moradia. Eu passei semanas pensando, horas, sonhos, segundos e assobios, nesses dois verbos: "ir" e "ficar", e... vou-me. Ah! Parabéns ao Darwin atrasado! Esse cara super legal que eu sempre fui com a cara e teoria! ( haha ), essas semanas foram inteiramente cheias de seleção natural para mim. Darwin faria 200 anos, se ain...

Independência ou morte.

Nessa semana as sensações foram diversas. Primeiro, peguei ônibus pela primeira vez em uma cidade onde ainda existe muito para se conhecer. Segundo, dali fui para o cursinho. Terceiro, também peguei ônibus sozinha para ir para a rodoviária dessa cidade onde existe muito para se conhecer e de lá fui para o conjunto nacional ver minha querida Dalva, a psicóloga. Lembrando que fiz esse percurso todo sozinha (A-LO-NE!). Isso não é extremamente...emocionante? Também fui no cartório. No correio. So-zi-nha. Lindo né?

O desencontro sonolento.

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Saíram aquele dia para jantar. Sentaram-se um, na frente do outro. Ele pegou o cardápio, ela acendeu o cigarro e pensou consigo, sem entender-se, o que estaria fazendo ali. Perguntou-se então, porque continuava com ele e como deixou que as coisas se prolongassem dessa forma. Assoprando a primeira fumaça, perdia o juízo por dentro, tentando encontrar o que ele tinha de interessante. Teve de súbito, uma horrível sensação, e imaginou que forças sobrenaturais a adormeceram por todos aqueles anos. De todos os anos, foi ali, que teve a certeza absoluta de que nada existiu. Não tinha ódio dele, tinha dó de si mesma, dó do seu sono preguiçoso e inocente que tanto demorou a se despertar. Fumou com vontade, como se aliviasse o lamento que acabara de sentir, descobrindo-se. Soprou pela segunda vez, deprimidamente e com um olhar frio e direto, o desprezou. -Sua vez de escolher. Foi o que a interrompeu, foi o que ele disse, entregando-lhe o cardápio. Ela então, colocou o cigarro no cinzeiro. Ele re...

E eu aqui.

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Amanhã tenho que comprar meus materiais. Segunda-feira começa o " batidão ", o dia 9. Finalmente chegará... Nem sei se gosto do 9, sabem? Acho que nem me lembro dos meus 9 anos. (Será? Eu lembro de tanta coisa!) Aliás, eu nem sabia que tinha tanta simpatia pelos números assim. Bem, vai ser bem engraçado me arrumar de novo de manhã. Conhecer novos educadores e novos colegas, de manhã. Hoje acordamos cedo ( Momys , Tia Geisa e eu) e senti aquele ar, aquele ar frio e prazeroso que só existe quando se acorda cedo. Havia me esquecido desse gostinho. Vai dar tudo certo nesse cursinho , visualizei , não sei como, que vai. Lorena disse um dia( lá no Nerd 's) diretamente nos meus olhos, do nada, na escada, assim: "Sonhei. Sonhei que a vida ia ser boa." Isso de alguma forma me modificou. Meu modo de pensar na vida depois desse comentário foi alterado de tal maneira que nem eu, (e olha que eu sei muito de mim!) sei como. E é irreversível. Já tentei pensar que é bobagem,...

Quando eu nunca ficava vermelha.

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Não sei se contei isso para alguém, se guardei isso para mim e esqueci de avisar aos de fora, ou se existe algum tipo de psicologia em relação a isso, o certo é que durante alguns anos da infância eu tinha um medo estranho. Medo de vermelho. Vermelho não é uma cor normal, quer dizer, é, mas é uma cor forte, apaixonante, sedutora e claro, incomparável. Um dia, do nada, ou talvez porque associei a cor com sangue ou dêmos, etc...(Advirto: Quem tem imaginação fértil também vai a Roma sem ter boca!) Me flagrei com uma pitada de neurose quanto a vermelho. E me lancei então a ter medo da rica pobre cor. Dessa neura adiante, não pintava muitos desenhos de vermelho. Não usava mais vermelho. Retirei tudo que eu tinha de vermelho do meu estojo, armário, maquilagem e vida. Era o fim, era o holocausto do vermelho! Dormi muito tempo de luz acesa por causa da luz pequenininha vermelha que aparece no ar- condicionado. Estar dormindo ali no escuro, querendo descansar e ter a sensação que aquele pin...