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Mostrando postagens de novembro, 2008

Gostaria muito de vê-la.

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A menina vivia atrás daquele muro. Ninguém imaginava como ela era. Alguns espiavam em cima da árvore alta da esquina, mas pouco viam. Todos gostavam da voz, pelo menos a voz faziam idéia. Uns diziam que ela era feia, "Só pode!", pois nunca aparecera. Outros que era linda, tão linda que era capaz de decepcionar todo mundo por manter beleza demais e acabar por ser convencida. Mas de nada adiantava tamanhas suposições, a menina não aparecia para conclusões. Ela cantava, sorria e de vez em quando gritava de felicidade, mas era tanta felicidade que alguns não aguentavam de curiosidade e faziam de tudo para escalar o muro e saber o que lhe trazia tantas gargalhadas. O muro não facilitava. Parecia ser feito de gelo, escorregadio! Nem escadas, nem as próprias mãos e nem mesmo qualquer outra forma de escalamento existente fazia alguém subir naquele muro. E os adultos não concordavam em quebrá-lo, era praticamente acabar com um patrimônio alheio e histórico da vizinhança. Claro que que...

Onipresente.

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Desde que comecei a pensar ou saber que pensava, ou desde que descobri que o mundo é feito de pensamentos, com o tempo a gente percebe que procuramos um tal de tempo, mesmo o vivendo, inconstantemente . Ás vezes vejo o mundo inteiro correndo atrás dele, percebo a esperança feliz da humanidade o procurando, o recuperando, o vivendo, o planejando . É como se ele fosse um Deus. Imortal, inquestionável, não se sabe para quê nem o porquê mas ele está aí, ninguém vê, mas sentimos. Sentimos com as rugas aparecendo, os cabelos clareando, a carne amolecendo , as mãos enrugando o corpo já desistindo e até quando vemos algumas ideias esclarecendo. Concluímos então, ele existe! Ele está aí para quem quiser ver. Existe prova mais concreta do que as mudanças que ocorrem nas nossas vidas? Provas mais concretas do que o "diabo" do arrependimento? Sabe, eu sou uma pessoa que associa tudo que vê e juntamente com isso, também faço outra coisa sem parar. Tenho a mania de pensar nos primeiros s...

Mas já acabou?

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No começo do ano. Para a eternidade. Extâse moment's. Uno moment's. Segunda família. Uma vez C sempre C. Chapeuzinho roxo. Cegaram-me. Peace and Love. Centro de aprendizagens terceiro C. Trio das confissões. O querido lindão professor Franklin! = .D Licença poética. Centro das atenções? haha! Santa cruz... (Literalmente haha) Esse ano foi o ano mais engraçado de todos os que já estudei aqui na Santa Cruz. Apesar de todos sermos “concorrentes” deu para notar como todos os terceiros anos estavam mais unidos? Mais sorridentes? Mais eufóricos? Esse ano nos unimos mais e as panelinhas resolveram abrir nem que seja um pouquinho, suas tampas. Creio que a idéia do “pela última vez” infectou todo mundo. Foi a primeira vez que percebi a hierarquia entre o A, B OU C fraquejar. Resolvemos logo no fim, conversar mais com aquela pessoa que vemos desde a quinta-série, e que nunca prestamos muita atenção. Analisamos melhor as crianças no recreio, desistimos de sentir aquele desespero ...

Não é o Rei abacaxi, mas é um Kiwi.

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O kiwi não é doce, nem salgado. -Existe fruta salgada? O kiwi é azedo mas não tão azedo como o limão. O kiwi não tem sementes chatas que devem ser retiradas, nem sementes grandes demais que devem por isso serem chupadas por algum tempo para só depois serem cuspidas. As sementes do kiwi são pequenas, mas não imperceptiveis porque são negras e brilhosas e se encontram ao redor de uma mancha branca, sem contar ainda que podem ser engolidas! Aliás, podemos dizer que o kiwi sem as sementes não seria tão gostoso! O que nas outras frutas, a maioria, não acontece, elas precisam mesmo serem retiradas. O kiwi não é vermelho nem amarelo, é verde! Mesmo maduro continua a ser verde! Isso não é engraçado? O kiwi por fora é peludo, como se usasse um casaco, pode ser cortado horizontalmente ou verticalmente que continua bonito e não soa esquisito aos nossos lábios. Ao contrário de outras frutas. E assim o Abacaxi perdeu as eleições e um novo império começava.

Des-manchando.

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De repente tudo deixou de ser ridículo . De repente tudo suou extremamente normal e a ânsia tomou conta de mim. Me lembrei de quem eu era no começo do ano, do que sentia, do que pretendia, do que eu pensava e de quanto mudei e consegui ser, não tudo, mas quase que metade do que eu queria. Isso é ótimo ! Isso é extremamente motivador, estimulante... ok! E xcitante! Aos poucos vou me desmanchando, me livrando do que eu não quero, e me libertando, me libertando da grotesca casca.

Imediatamentemente guardando?

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Será mesmo que ficar calado diante do que passamos é a solução? Ando passando por um processo doloroso de escolha sobre o que eu vou ser. Se vou querer ser aquela menina medrosa que fui, onde nada dizia mas pensava,nada falava mas escutava, nada demonstrava mas sentia, ou se vou ser a garota determinada e madura que costumo ser aqui dentro de mim e que está sempre analisando,estudando comportamentos e fatos, comparando, elogiando ou criticando situações e pessoas. Escuta-se que o melhor é ficar calado, tanto que frases do tipo: "Seja dono do seu silêncio para não ser escravo de suas palavras" circula por nossos ouvidos como um grande fato. Entendam meu dilema! Preciso ser sincera, honesta, direita, e ao mesmo tempo não posso ser insensível . Já percebi que não existe a opção que agrada o meu corpo e minha mente, e ao mesmo tempo o corpo e a mente de outra pessoa. Por isso, se escuto algo desagradável vou ter que decidir se vou expor meus sentimentos a essa pessoa, ou se vo...

Um realizado sonho.

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Os sapatos eram cansados, foram cansados desde o dia em que foram comprados, contudo seria mesmo muito injusto amargarem, pois os passeios de Judite muito os compensava. Afinal, nem todo sapato passeia todo dia. Era sempre a mesma rotina, um vestido pendurado, som ligado, e os sapatos nos pés para uma caminhada. Judite era uma gracinha , rechonchuda, ancas largas, barriguda e parecia engraçada. Acreditava que se não fosse gorda seria burra, porque como ela mesmo sempre dizia "No colegial se aprende que precisamos ser bons em algo, os bonitos não precisam disso." Por mais que exista exceção , ela tinha até um pouco de razão, gente bonita desde o início, se acostuma a não demonstrar muito conteúdo. As caminhadas eram longas e inexatas , ela podia andar da esquina até a árvore, comprar um livro e ir ao hospital ou analisar o cartaz do cinema e depois passar na costureira. Judite, sendo gorda aprendeu a associar fatos com filosofia. Por exemplo: Comer é gostoso, disso concluía ...

Rua Anchieta, setor noroeste.

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Essa rua sempre será de lembranças, foi aqui que eu vivi e aqui que eu senti meu mundo. Eu adoro essa rua, de pedras tão chutadas e asfalto bombado que já vi, ainda quando era barro. Cada casa ao meu redor, modificada, inusitada. Bar que já virou restaurante, que já virou galpão, que já virou escola, que por fim decidiu ser farmácia, Silva. Árvores que foram ursupadas por calçadas, crianças que foram ursupadas por seus próprios adolescentes e novos bebês que logo serão ursupados por suas próprias crianças. Eu amo essa rua, tantas vezes desejada em dias longos e estressantes... "chega logo minha rua! chega logo minha rua!". Rua amiga da minha casa, foram tantos anos, tantas viradas na mesma esquina, tantos joelhos ralados pelo mesmo "quente cinza". Com loucos originais, velhas caducas, moleques sujos e donos de bola, com suas bolas em alheios quintais, tantas vezes espiados pelo vizinho do lado, ou mesmo roubados, as mangas das magueiras. Gritaria, música alta, oraç...

Pérola da Illa.

Eu: - O que vai cair na prova Ianne ? Ianne ? - Para a gente escrever o percurso da seiva bruta, os fatores , uma explicação enorme! Illa : - Ou...fala aí! Ianne : -É muita coisa, mas vou falar rapidão ...À medida que a água é perdida pela transpiração... Illa interrompe : -Coitada! Eu: -Quê Illa ? (Crise de riso)

Das crianças a vaca.

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Cheguei 15:00 horas ontem a tarde no colégio, apesar de ter marcado 14:00 com as meninas, resolvi pegar carona desta vez com a mamãe em vez de ir com papai e as crianças. Ela chegou de Brasília anti-ontem e eu sentia saudade de andar de carro com minha estressadinha perfeita! Quanto tempo não ía para a aula de espanhol no colégio? Um mês? Encontrei Aline e Illa, nos sentamos no chão do colégio para estudar nosso "transporte de seiva" da prova de hoje, enquanto o horário da aula de espanhol ou melhor prova! (por isso eu fui hêhê ) não chegava. Logo o recreio foi anunciado e as crianças foram soltas, não conseguimos mais estudar, claro! Não pelo barulho e bagunça que elas fazem, mas pela minha boca e olhos que não paravam mais de serem usados, ficamos observando, rindo, comparando aquelas crianças com pessoas que conhecíamos, com nossas crianças "agora guardadas", com nossos desejados filhos, escolhendo os mais bonitos, mais charmosos , mais engraçados, mais ch...