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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Fundo do mar

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O mar se encarregará de me dar as respostas Viajarei até ele para o grande ritual Afrodite sabe mais do amor do que pensamos Yemanjá sabe mais sobre acolhimento como nenhuma outra… Vai dar certo, eu acredito. As ondas levarão a prata e o que eu não dei conta de carregar. Levarão o elo e a falta de consideração. Levarão o que deu errado,  o olhar que não veio  e limparão as incertezas deixadas no meu coração.  As ondas vão se misturar com meu choro e não saberemos mais de quem é o sal que corre pelas minhas bochechas… As ondas vão se misturar com os meus sentimentos e uma linda amizade brotará… isto é, entre mim e o que eu temo. Sinto que as ondas vão me devolver sorrisos em pequenos passos. Sinto que as decisões poderão ser tomadas do fundo do coração.  O mar resolve quando a gente nem se dá conta.  O mar é profundo, intenso, verdadeiro, mágico. Que as Deusas analisem Que as Deusas abençoem  Que meu corpo expurgue e meus caminhos se tracem… Vou pular as ond...

Saídas

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  Os poemas saem de mim como se fossem demônios exorcizados. Me falam coisas que o meu orgulho tem vergonha de escutar. Me mostram o meu medo de amar, desfilam com ele e a entrega,  dançam num salão de desculpas sem fim. Meus poemas surgem do nada por eu estar sensível a tudo. Caem de mim quando limpo a maquiagem, suam em mim após um exercício físico, pulam para fora num vômito sintomático.  Eles estão até bonitos, apaixonados,  em sofrimento. Eles caminham rejeitados ao meu redor na utopia de que tudo melhore. Querem ser lidos no futuro com alguma risada.  Querem ser lidos no presente como uma terapia.  Querem abafar o passado e todos os seus erros e vícios armados…  Querem uma comunicação não violenta.  Meus poemas querem ter paz! Balançar na rede Exprimem uma vontade genuína de ser feliz. Exprimem coisas que o dinheiro não pode comprar.  Procuram desenhar a saudade, com cuidado, com saúde e  insistem ao mesmo tempo em versos soli...

Olhos tampados

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Não posso te ver,  achei por muitos dias que podia,  quis muito, mas agora eu entendi. Não sara mais, não me ajuda,  não me cura, não tranquiliza, não me acolhe.  Agora, é o meu espírito que faz um alerta de sobrevivência, e então a minha alma evita, e evitando vamos todos juntos: respirar direito.  É tão estranho… Evitar para não adoecer,  para não regredir na escala do tempo, para não desmaiar por dentro, nem desanimar do caminho. Meu círculo se renova e conheço pessoas que tu nunca mais vai conhecer também.  Piso numa fogueira, sinto frio… Talvez eu morra se eu te ver. Agora, aparece em mim um sentimento de covardia, de fuga, sério demais. Agora eu sinto medo de tudo desaparecer bem na minha frente. Temo a invasão da certeza de que tudo não passa de um simples desencontro, como o de tantas pessoas por aí.   Temo que não seja mais complexo,  porque se não é complexo é comum, e se é comum não é especial, não é o principal.  Estou e...

Umbral

Dormir é tão bom É onde posso me encontrar sem a falta Acordar me traz a sensação de que fui roubada…  Olho pro espelho e penso que gostaria de sorrir Os dias passam e eu me pergunto se faz muito tempo Por que é tão difícil agora abraçar a liberdade ? Por que é tão difícil desligar-se de algo que não existe mais ?  Não quero ficar presa a essa realidade, mas o meu espírito fica e com muito medo não se levanta da mesa Eu digo “vamos, vamos embora!” E ele não se mexe, não tem coragem de soltar Como posso ir embora sem ele?  Serei um corpo sem alma?  Como posso fazê-lo levantar? Dormir é tão bom  É onde posso me encontrar sem a falta

Acordar

Hoje não acordei forte, não acordei esperançosa, não acordei achando que tudo vai dar certo.                  Hoje por algum motivo profundo eu não consegui ser racional, não consegui não passar mal, não evitei meu sentimento, não fechei a porta e me deixei de castigo.                  Hoje rezei de joelhos, chorei no espelho, pedi logo para o anoitecer.        Amanhã, amanhã quem sabe meu verso seja o reverso. Amanhã quem sabe eu estarei alegre e de pé. Amanhã quem sabe eu acorde encantada e desejada. Amanhã…   Amanhã quem sabe já consiga me lembrar sem dor, sem crime. Hoje, infelizmente, fui de carne e osso. Fui alma desamparada Carta que nunca chega Flor que se despedaça Declaração sem amor Despedida sem abraço Remédio esquecido Amanhã, talvez eu seja de aço. Amanhã, talvez eu seja olho no olho. Amanhã talvez eu seja coragem,   vontade, amizade e a solução para todo...

minha carta

Só por hoje, eu quero me perdoar por ter sido tão dura comigo mesma. Não é fácil administrar uma mente adoecida. O importante é que eu cuido, eu enfrento... eu preciso me acolher e aceitar que possuo uma ótima qualidade de me pegar pelo braço, nem que seja aos prantos, e sair andando até encontrar soluções... além de ter a sorte de ter uma família muito bonita como rede de apoio, é claro.  Quero também me perdoar porque acreditei que tudo tinha um jeito,  que tudo se  transformava, que eu tinha um poder de consertar as coisas e a sorte de caminhar junto numa jornada. Eu vi o brilho dos olhos do outro diminuindo, eu vi a falta de desejo saindo do meu quarto, o sorriso que não era mais o mesmo ao ver minha gente, meu cachorro. A falta de empolgação na fala. As inúmeras desculpas para se distanciar. Vi, tudo, mas estava cega do outro olho. Fiquei concentrada num medo do futuro... e perdi o presente. Não foi culpa minha, eu estava doente.  Quero me pedir desculpas por te...