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quinta-feira, 3 de maio de 2012

A bela e a fê


"Em uma gélida noite de inverno, uma velha mendiga bateu na porta do príncipe, oferecendo uma singela rosa em troca de abrigo para se proteger da neve e do frio. O príncipe enojado pela aparência da velha recusa a oferta e a manda ir embora. Ela o aconselha a não deixar-se enganar pelas aparências externas, pois nem tudo é o que parece. Quando o príncipe voltou a expulsá-la, ela se transformou em uma bela feiticeira. O príncipe tentou pedir perdão, mais era tarde, ela já havia percebido que não havia amor no coração dele, e para castigá-lo transformou-o em uma fera horrenda. A feiticeira lançou uma maldição no castelo e em todos os que lá viviam. Horrorizado por sua monstruosa aparência a Fera se confinou no castelo com um espelho mágico, que era sua única janela para o mundo exterior. A rosa oferecida pela mendiga era encantada e iria florescer até o 21ª aniversário do príncipe. Até lá se ele amasse e fosse correspondido o feitiço se quebraria, senão ele estaria condenado a permanecer Fera para toda a eternidade."

Hoje li um artigo muito interessante (e viajado) sobre o conto A bela e a fera (da simbologia alquimia ao processo de individualização*) e em resumo o artigo abordou o caráter transformador dos personagens (seres humanos), desde a transformação na aparência animalesca (fera) para perfeita (príncipe) como também na transformação interior, como a de Bela que no começo é uma heroína boazinha, indiferente e humilde - tendo inclusive medo da Fera inicialmente - até a heroína que convive com a fera, admite estar amando e decide que sente saudades do seu pai mas que vai voltar para a fera e ser feliz pra sempre ao seu lado. O artigo conta mais ou menos que a história fala sobre personagens que se encontram em  estados inconscientes, e que precisam se encontrar atravez de um processo de individualização.
A rosa é o prenúncio de todas as transformações na história, pois a partir dela que a fera é amaldiçoada e que o pai da bela também é quase morto pela fera -por querer levar a flor para a filha- sendo a rosa também um simbolo de que haverá transformação, pois torna possível o encontro da Fera com a Bela.
Eu não sabia que as flores tinham o significado de totalidade, e segundo Jung o simbolismo da rosa é extremamente rico e associado a formatos de procura do ego, busca pela perfeição e até representação da alma, já que as flores também representam o elixir da vida, uma vez que há floração.

Quando ele colheu a rosa daquele jardim, uma Fera apareceu e disse:- Você não devia mexer no meu jardim, por isso vai ser meu prisioneiro!


O que mais me chamou a atenção também, foi a parte em que o autor diz que a separação corresponde ao primeiro ato de criação. ("Cindi a luz das trevas"). De forma nada otimista (rs) eu também entendi que razões, boas intenções e vontade nunca chegam desacompanhadas, mas que deveriam! E por conta disso, os conflitos veem como missão para que aconteça o nascimento da consciência e do ego. 


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