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Mostrando postagens de novembro, 2009

O mistério das comidas.

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Não sei cozinhar. E eu penso nisso às vezes. E esse é um dos meus dilemas que empurro com a barriga. Não saber cozinhar é praticamente não saber sobreviver. É admirar o cheiro da comida saindo da panela como se fosse um...um... desenho do Picasso! Que você admira mas não sabe fazer, que está sendo feito para você com toda uma penumbra de criativadade, atenção, e mistério. Não saber cozinhar me fez afirmar: " Eu admiro o que não sou capaz de fazer, incrivel! " Segundos depois, me fez entrar em crise: " Mas, se eu admirasse o que não sou capaz de fazer, eu admiraria também qualquer coisa vinda ou vinculada a exatas, não?" e terminei desafirmando tudo por conta do que eu nunca gostei, matemática. Quando eu era menina, pensava que cozinhar seria resolvido com livros de receita, tive ainda um plano de comprar um caderno e entrevistar minhas avós anotando tudo que eu queria aprender a cozinhar, minha missão seria começar do arroz e terminar nos grandes banquetes de ceia...

Na ilha Fê(cunda)

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Vivo, não aparentemente, em uma ilha. Uma ilha de pensamentos, de conceitos, de ideias, de vontades, de devaneios. Nessa ilha ninguém pisa. Nessa ilha, eu, livremente, passeio pela vegetação sem horário de chegada, sem horário de partida. Faço chover em um pestanejar, e e nsolarar num simples estralar . Apesar de viver em uma ilha, descobri que sou a ilha! E que mesmo assim, preciso de liberdade, eu morro de vontade! E como me é pernicioso ser livre por aí, vou no meu barco voador. Meu barco, pequeno barco flutuante de madeira ou sem motor. Dessa forma, consigo estar adentrando em muitas praias, posso rechaçar, posso dissuadir, ser unânime! E brinco, falo, me impressiono, porque tudo é novidade. Eu não desço do barco. O meu negócio é embarcar nas viagens. Fico ali sentada, com meu guarda-chuva, protegendo-me da luz demasiada, acho que todos nós devemos ter um pouco de sombra. Estar na penumbra, é o que há! Nessas praias, eu viajo feliz, e não há fadiga, nem injúrias o suficiente para ...

Meu príncipe entrevado.

"- O senhor vai ganhar de novo, né? Por que não posso andar para trás?!" - Porque na dama só anda para frente Nanda." O banheiro está ensopado. A casa, uma parentada. A dor de cabeça passou. E por mais que não fizesse sentido nenhum para mim chegar perto de você agora, fui obrigada. Não era você, estava tão inchado, ainda bem que não parecia você, eu já sabia que não ia ser você lá. O Eduardo, tadinho, nunca quis te ver desde que soube, e vomitou quando chegou perto de ver, ele também sabia que não encontraria você. As mãos ainda eram suas, resolvi olhar só para elas, "O senhor acerta bem no meio das latinhas! Eu não consigo! Esse estilingue tá quebrado?" "Mira no meio Nanda, assim ó!" cheias de marcas, foram tantas agulhadas, tantas tentativas. Nem parece, mas acabou finalmente o nosso viver daquela suspeita. Posso me lembrar de quando suspeitamos da notícia, pela primeira vez. Aquele dia deixei de me ver como filha, estávamos fingindo que do...

Até mais ver...

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Não voltarei para casa. Aquele dia, matei, morri, e suicidei todo um processo. Não voltarei para casa. Não do jeito que saí. Não na fome que sentia. Nem nunca mais vou me despedir ferida. Não vou deixar de amar quem em casa continua. Do jeito que eu sonhei, o que vivemos, permaneceu com um “Para sempre” e seguiremos felizes. Não vou esquecer de nada, porque esquecer é a coisa mais feia do meu mundo. A única tragédia é que não sinto mais tanto, e por mais trágico, foi só assim que finalmente ganhei uma bóia e parei de me afogar. E foi assim que deixei para sempre (e sem querer) de sentir a sensação: casa, mesmo que eu volte por lá. O jeito sozinha, é basicamente cambalear ali e aqui, com o guarda chuva em pé, no foco da corda, que ás vezes é bamba. Equilibrar é fundamental, e às vezes sambar na frente de todo mundo na rua também. Aconselho continuar na bolha enquanto o instinto for seguro. Só espoque quando sufocar. Quando der, telefone, chore, grite, (e escreva sempre), de vez em quand...

A verdade, a pura verdade.

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Você nunca vai entender minha tamanha maldade, porque você é uma pessoa que a bondade vem da confiança. Eu, nunca confiei inteiramente em nada, e isso vem, claro, da minha própria desconfiança de que tenha alguém tão mau quanto eu. Desconfio do que você fala, ponho a culpa em você em cada uma das suas viradas de costas para mim, e deduzo que meus exageros e vontades ás vezes postos nos meus discursos, nos seus também existam. Mas, acredito, e te subestimo, que seus pontos de vista devem ser um pouco menos envenenados que os meus. Nem sinto remorso, eu me acostumei com a minha hipocrisia. Já me acostumei com a falta de verdade e a presença do fingimento paciente. Sua boca abre. Parece que é tão inocente que talvez não perceba que esteja transmitindo nas conversas sua verdade. Não é pura! Não é a minha, e por favor, não é nada além...é sua boca, e ela fecha. É por causa da minha maldade percebida, e sua bondade inconsciente, que a verdade pura nunca vai existir. Que as versões sempre vão...

Afã

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Quanto tempo falta para eu nunca mais ser assim? Quanto tempo falta para eu simplesmente dizer sim? Quanto tempo falta para eu abraçar a liberdade sem receio? Quanto tempo falta para eu ganhar dinheiro? Quanto tempo falta para eu cortar essa corda ,e não pegar essa onda, que me amarra? Quanto tempo falta para eu descer dessa árvore sem cair? Quanto tempo falta para eu finalmente sentir, já que me conheço? Quanto tempo falta para eu me conformar de vez? Quanto tempo falta para eu, por começo entender? Quanto tempo falta para esse caos "adolecêntico" passar de vez? Quanto tempo falta para eu parar de confundir que perceber serve para temer menos e aprender mais? Falta tempo quando...quando falta tempo...esse tempo presente, esse tempo falta.

A Cruz Vermelha.

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Entre a frivolidade da juventude, decidiu ser médico, quando do corpo já entendia, decidiu ser turista. E turistou onde não havia gente entendida como ele. Conquistou a confiança de muitos, e no fundo ansiava, não queria ser só doutor. Conheceu ela na porta da sala de cirurgia, conheceu apenas os olhos, o resto coberto de branco, outras vezes de verde. Corria, com as vidas, e quem abria o caminho era a dona dos olhos, talvez uma enfermeira. O certo era que nunca lembrava dela por conta da rotina, e somente nas emergências a via, somente naquele momento de euforia, de responsabilidade, de começar o que sabia. Certo dia acabou-se as luvas, e foi isso que fez com que ele fosse buscar uma caixa na sala de cirurgia. Lá dentro, a moça levou um susto e ele também. Ele, porque pela primeira vez ela estava de rosto e de cabelo e não só de olhos e nem abrindo caminho. Ela, por acabar de ter pensado uma heresia. O doutor pôs-se a esquecer de luvas dias e dias, o que na primeira semana, provocou r...