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Mostrando postagens de julho, 2008

Feitio estranho.

Ele retirou um peso das costas. É chato terminar um relacionamento, quando já está terminado na prática. Continuar naquele "faz de contas" hipócrita era desperdício. Eles não eram muito de conversar, com o passar do tempo a rotina os levou a caminhos individualistas e sozinhos, e nenhum, com suas indiferenças, conseguia declarar que o barco estava afundando, e como o tempo nunca pára, foram os dois fugindo da situação, deixando para segundos planos útopicos. Figiam hipócritamente bem! Percebiam tudo que se passava mas como se fosse um jogo, o outro jamais poderia sonhar que o outro percebe o que se passa, (eu não sei qual a vantagem de fingir que nada se percebe, mas era exatamente o que eles faziam). Ela sempre a pensar: "Ele nunca foi muito atento ao que eu penso, eu acho." E ele, sempre a indagar-se, não com ele mesmo, (eles não costumam se perguntar formalmente) inscoscientemente: "Como começou isso?" O fato, é que não souberam ceder, nem ao menos fala...

Minha mentira deliciosa - Nina

Minha irmã é uma mentira. (É você mesmo Nina) Ela me faz rir sem saber porque. (Meus risos na maioria das vezes, tem "porquê's" que os de fora entendam?Não.) Mas é por ser uma pura e deliciosa mentira. Já descobri que afoga tédio e dores em suas bolachas recheadas, açúcares derretidos e iogurtes empacotados. Os filhos dela, realmente não sentirão dor, porém serão obesos dependendo da tedência de engordar de seu futuro marido. Quando Lucas chora (nosso irmão de 1 ano e 7 meses) ela fica perdida e corre para a cozinha, procura algo que tenha glicose. Prepara brigadeiro se não tiver algo pronto. (E prepara brigadeiro também, quando nada temos pra fazer, leia-se tédio.) E junto com ele, se drogam na doçura. Por alguns momentos ele realmente esquece os porquês de suas lágrimas. Nunca vou entender sua intimidade com o açúcar. Mas pelo gosto sei que é bom e pelo jeito é anestésico. Acho engraçado como ela encontrou essa maneira de esquecer seus conflitos. Talvez nem ela saiba d...

22 de julho de 1991 - Me deparei com 17 anos!

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Tempos atrás imaginava essa idade e eu. Hoje, imagino essa idade que chega e aquela que já se foi. Foi. Na época tudo parecia certo, uma "eu" com objetivos, escolhas e personalidade formada. Percebi que cresci sim, tanto mentalmente quanto fisicamente, mas algo deu errado nos meus planos de menina...descobri que minha "eu" futura sou eu mesma! De verdade! E não outra pessoa que renascerá das cinzas. Me abalei, entretanto adorei saber. Estarei comigo mesma a vida inteira.

Na sala de espera.

Abri a porta do consultório e me deparei com duas pessoas dentro, a moça que anota os horários e um menino de mais ou menos minha idade, sentado, de certo, esperando. Bebi água, peguei uma revista, cruzei as pernas e sentei-me. Silêncio sepucral(Três pessoas ali!). E só não era tão sepucral porque o ar condicionado clamava um único som. Então, resolvi conversar com a revista (toda vez que leio escuto uma voz). Não sou desesperada por uma conversa, àlias necessito de mim mesma (ficar sozinha) muito, agora quando existem pessoas ali, o ambiente se torna desconfortável e sinto cheiro de desconfiança, isto é ameaçador pra mim! Pronto, falei. Eu e a revista conversamos sobre o açúcar. O menino logo foi atendido e sumiu lá pra dentro. Ficamos eu e a anotadora. Logo depois, um garotinho chegou e sentou-se, de frente pra mim mas para esquerda um pouco. (confesso que quando ele entrou, pensei "se ele se sentar na minha frente é porque não é tão tímido, se ele sentar do meu lado é tímido, s...

Não misturo mas viajo.

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Me lembro de um pijama que tinha todo vermelho. Pijamas dos antigos! De calça e blusa comprida. No centro da blusa comprida havia um coração de listrinhas brancas e vermelhas, aquele coração todos os dias era sujo por toddy do fundo de um copo de leite que fazia parte da minha rotina, e vida. Eu não mexia o leite com toddy, achava melhor tomar o leite todo para depois sobrar apenas o toddy no fundo do copo, como recompensa. A coisa mais linda pra mim era ao acabar de tomar o leite, enxergar como um pirata enxerga uma ilha em alto mar, aquele tesouro! Pretinho, brilhando, uns pedaçinhos meio avermelhados, às vezes ele era molhado pelo leite apenas na superfície, voltando a sua forma original de pó. Eu achava aquilo simplesmente fascinante! E confesso que toda vez que tomo, viajo nessa fantasia criada quando ainda era criança. Viajo tanto nessa minha fantasia que quando ninguém está por perto, enfio a mão dentro do copo e pego naquele tesouro, lambo os dedos e me sinto muito feliz. Uma ...

A Profecia dos dias bons.

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O que percebo sobre os dias bons e altamente eufóricos é que por mais que tenham sido bons, eles também desaparecem. Nos escapam das mãos. O mínimo que podemos fazer é guardá-los na lembrança e relembrá-los no dia seguinte com falta de pedaços, não tão necessários. Serão apresentados e a cada novo dia eles serão amputados, partes não tão necessárias. Contado, ele será interpretado, podendo perder sua essência e passará a ser idéia e depois idéias... A sorte desses dias é que eles são passados por pessoas, estas possuem ,cada uma, um toque especial, do qual, quando se reunirem irão completar cada sumiço, falta, amputação, interpretação, e até tudo que foi desnecessário, talvez. Reza a lenda que é apenas nesse encontro de pessoas, nessa reunião, que os dias bons e altamente eufóricos, podem ser vistos novamente, por completo.

Rótulos para as flores também.

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Haviam duas Rosas a conversar: -Olá rosa branca como estás? -Tudo na paz. E você rosa vermelha? -Cansada. Mas tenho que responder sempre "Estou um amor." Dona Cris ouvindo a conversa se intrometera: -Porque todo mundo associa rosa vermelha com amor? E apelava: Quem foi que disse que Rosa vermelha é sinal de paixão? Nem tudo que é aplicado a todo mundo é aplicado a mim. Dizia com glamour. Rosa vermelha não significa amor nem paixão. Rosa vermelha a partir de hoje significa: Piedade. No outro dia o diálogo se repetiu mas agora a Rosa vermelha era sincera. A Rosa branca gostou daquilo e também se revoltou, e a rosaiada inteira resolveu apelar. Criaram espinhos. E é por isso que hoje são tão formosas porém orgulhosas, graças a Dona Cris. E a partir daquele dia, naquele lugar, os namorados não sabiam mais o que entregar.