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Mostrando postagens de julho, 2023

gol

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Acordei com a descoberta de que quero fazer um golaço, mas não sei jogar futebol. O que deixa de ser problema quando a passo a saber que posso aprender. Tudo se aprende. Sempre pareceu muito óbvio, muito chato, muito comum. Dom! Mas quando estamos envelhecendo vamos percebendo que há mistérios no que é óbvio também. Os mistérios que a gente não para pra pensar. Como posso fazer um gol bonito? O gol da mudança, da subida de números, da classificação, da vitória e transformação? Até certo tempo eu tomava um café da manhã com enjoos matinais, depois dormia já pensando no meu lindo café da manhã e seu preparo. As coisas vão mudando, vão sim. Vão sendo óbvias e preciosas. Vão sendo gourmet. Vão sendo iguais, mas diferente de antes. Tentamos sair do óbvio, na juventude, por algum motivo pretensioso... Depois estamos lá voltando e voltando para o começo. Meu gol será feito, será sim! Eu sei jogar ora bolas! Eu já vi na TV, na internet, no vídeo... Alguns me dizem que preciso amar jogar, ...

Onça pintada

Um dia me encontro de novo com aquela onça pintada que conversou comigo.  Daqui, onde estou, talvez ela não consiga me acessar.  Foi meu trampolim,  um lindo mergulho,  um fabuloso despertar. Talvez ela consiga me observar mesmo que eu nunca mais a tenha visto,  mas talvez, também seja emprestada daquele outro lugar.  O que ela me disse ainda guardo na memória e no coração.  Medo e admiração.  Medo e presença.  Medo e respeito.  Medo e coragem.  Força feminina como sina… Não existe onço, com O, no masculino,  nunca se esqueça Fernanda, não existe! Só onçA com A no final.  Não se curve! E é preciso aceitar o próprio tamanho,  e não se retaliar e machucar para caber  num espaço pequeno demais para amar.  Se acostume com os desencontros,  com os desencantos,  com os decepcionistas,  Encare e seja selvagem,  nunca submissa,  de quatro apenas para atacar de quatro apenas para aceitar e ev...

girassol

Percebi que gosto de ver teus olhos em cima dos meus Estou de vez em quando procurando por eles Me encaram com tanta coragem Me encaram sem segredos Mas tudo isso que eu vejo não é sobre mim É sobre sua própria grandeza  Tua calma é tão alma flor E minha risada um espírito cheio de ardor  Nossos ritmos são um tanto diferentes Mas antes de ti já me rodeava algo  Já me preparava e era preparada para algum segredo  Acredite flor, há axé por toda parte fazendo arte com meus devaneios…  Está tudo tão dourado agora,  Me desculpa se eu já me vi tão rápido dentro dos teus olhos,  Sei que tu ainda nem consegue se ver totalmente dentro dos teus… Me desculpa flor, se te derrubei no rio Ainda nem te conhecia  Estou aprendendo a ser menos eu Não ser apressada é tão bonito  Faz pouco tempo que eu aprendi a desacelerar Faz pouco tempo que eu aprendi a ir mais devagar Faz pouco tempo que me encontrei de novo, Que rezei de novo, Que aprendi a girar e não fica...

32

As vezes eu tenho a impressão de que antes de eu nascer eu fiz um contrato espiritual de que se eu conseguisse chegar viva aos 31, tudo começaria a acontecer da melhor maneira possível. Não sinto saudades alguma do passado, nem das pessoas que passaram, nem das experiências que me transformaram. Eu amo, sinto e quero a todo momento viver o presente. O presente é tudo que tenho, tudo que faço, tudo que me movimenta, tudo que me resta e agradeço. Passei anos presa ao passado ou almejando futuros, perdida numa Matrix absurda que não me fazia enxergar o óbvio, o justo, o imprescindível. Passei anos com medo, com emoções desgovernadas, com dores exageradas. Olhando para trás percebo alguma coisa especial ao meu redor, uma proteção, ainda que eu tenha sido um pouco turbulenta, ainda que eu tenha ficado um pouco maluca, ainda que eu fosse uma topeira cega diversas vezes entre meus lapsos de poesia, ceticismo, pessimismo e sabedoria interna. Percebo um destino...