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Mostrando postagens de março, 2018
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Q uando bateu, meu coração veio a disparar de tal modo que eu não conseguia segurar meu respirar.  Vou morrer? Me questionava com medo por não saber mais me controlar, mas havia controle, eu o sentia também. Como nunca antes. Sentia na minha pele, dentro da minha mente e na minha garganta. Então é assim o controle? Eu me perguntava sem antes nunca tê-lo percebido tão perto da minha alma. Tudo aquilo era eu de verdade. Mas eu mais intensa, descascada e um pouco desprotegida. Ainda não conseguia segurar meu respirar, sabia que precisava esquecê-lo para conseguir curtir as demais sensações, se é que poderiam ser boas. Os amigos me diziam, relaxa, relaxe... e então naquelas fotos do mural sem luz as fotos conversaram comigo como nos jornais do filme harry potter. Uau, como minha mente é capaz de me fazer ver isso? Antes disso, ainda no palco, o brilho das roupas dos orixás saíram dos tecidos. O batuque me tirava de dentro de algo que não era meu corpo. Se eu lembrasse do meu corpo...

meu desfile

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D epois de tantos anos, finalmente sou mais capaz de enxergar o que é que se passa aqui por dentro.  Agora eu vejo o tamanho do meu medo, agora dá pra se mensurar. Sei seu peso, seu início e o seu fim. Não é maior do que eu. Apesar de ser eterno. Agora só não pode ser maior do que eu, como antes, porque não é mais um mistério completo. Definitivamente e ainda bem, não é mais. Tudo se esclarece, mesmo que seja fumaça. Está comigo por tantos anos... mas agora não é mais meu maior problema. Não é só meu inclusive. Meu estranhamento, meu escuro, meu maior inimigo, minha tristeza estranha... Escrevi e escrevo pequena ou grande sobre o medo. Contudo, sou mais forte do que ele. Repare bem como nunca deixei de ser espontânea, engraçada e autêntica por carregar fumaça na alma. E ainda, o principal! Não deixei de ser corajosa. Há tantos e vários momentos em que fui mais forte do que o medo, em que tracei meu destino, em que senti o que não entendia e deixei acontecer. Em que tomei inici...
A morena já está de guarda, ela pensa que é um grande rotivaler. Mas ela é a menor da casa. Ela fica do lado, grande soldado acompanhando o prazer matinal do segundo menor da casa. Ele gosta de ler. Em tempos de muitos egos, indiretas e ignorância compartilhada, ele já é o rei. Pra ele não importa se é sábado de manhã, no seu reinado, sem valer nota, sem valer dinheiro, sem ameaças... criança lê por puro prazer. Por dentro ele mal sabe, mas só por isso ele já é grande... Grande de verdade. Quem sabe a Morena também não é, com tanta valentia e coragem. Ela acredita mesmo que é um rotivaler. Ele vira as páginas, ri, arruma os óculos, balança na rede com o livro em mãos...é sábado e são 426 páginas. Ela fica de olho, as vezes levanta as orelhas, olha para os lados. Nem meio dia ainda...Ele lê, ela vigia e eu já por dentro dos cheiros, do que o destino quer com isso, dos sinais da vida, dos submundos dos meus lados... ele lê, ela vigia e eu já desconfiada, já tem um castelo, já tem um rei...
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Escrevo sempre para mim, por mim, para o que é novo e o que ainda é velho, mas lateja. Para me conhecer nas palavras, para me marcar ou me esquecer por dias. Escrevo porque sou só exausta mesmo. Nasci exausta, nasci. Atormentada pelo que não ouço, pelo que não vi, pelo que decido. Escrevo porque sei de tudo, mas não posso falar. Porque já compreendi, mas não estou pronta pra saber. Porque estou crua constantemente e as roupas não me descrevem e se escondem de mim. Dizem que se escreve mais quando se está triste, pois ainda que eu dance, ainda que eu me apaixone ou trabalhe ou me levante! Escrevo mentalmente milhões de roteiros, crio milhões de filmes, fantasio todas as pessoas para que tudo pareça melhor e mais suportável... Não crio personas, não mudo meu nome, eu não sei... Aparecem as palavras, os sentimentos talvez gostem do meu abraço, das minhas verdades negociadas em palavras, de pessoas fabricadas pelos sopros que chegam no meu ouvido. Sei que não existe bem isso, as vezes, ...