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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando eu não podia mudar o final


Quando eu tinha 6 anos de idade, viajamos para a capital e mamãe disse que iríamos conhecer o cinema. Era 1997, Nina não sabia ler direito ainda, estava aprendendo. O filme era legendando, então lembro que mamãe comentava o filme baixinho pra Nina entender, e eu que ja lia, tentava acompanhar as imagens e legenda  rápidas na tela, daquela história emocionante chamada: Titanic.
A sala escura me deixou um pouco distraída, lembro que teve uma hora que cheguei a olhar pra trás e fiquei impressionada com aquele monte de gente olhando pra luz ao mesmo tempo. Por muito tempo achei a Kate Wislet a atriz mais bonita que já tinha visto na vida, jurei que pintaria meu cabelo de vermelho quando crescesse e acho que o Jack (Leonardo Di Caprio) aparecia nos meus sonhos vez ou outra até a oitava série!
Enfim, quando o filme chegava no final, meu coração ficou disparado e eu não queria entender que o Jack havia morrido congelado. Acho que até aquela idade, nunca tinha visto nenhum filme sem um final felizes pra sempre, e lembro que fiquei meio que sabotando o final comigo mesma, desde a hora que sai do cinema até as quinze vezes que o loquei quando chegou na locadora.
Lembro que era VHS ainda, e eram duas fitas de vídeo. Muitas vezes, eu obrigava a Nina e eu  a assistirmos apenas a  primeira fita, pra não ver o final na segunda. Outras vezes, passava da cena que ele morria, até chegar na última cena do filme, em que ela o encontra no relógio com todos do navio, jovem outra vez.
É engraçado como eu não conseguia aceitar que o filme realmente acabava daquele jeito,  ele morto, ela velha, e o coração do oceano no fundo do mar. Ao mesmo tempo que adorava o filme, odiava. Cheguei a achar que por tê-lo na minha tv eu podia fazer alguma coisa pra mudar o final, mas só depois de quase estragar a fita do filme (de tanto assistir) é que eu pude aceitar que o filme era daquele jeito mesmo e eu é que aceitasse. O tempo passou, e o filme começou a passar na tv, mas ai na tv foi tudo diferente,  porque na tv tem a propaganda que avisa bem antes que o Titanic vai passar dia tal, hora tal, e que ninguém pode perder. Então foi na tv que eu tive tempo de preparar minha cabecinha impressionada, pra ver aquele filme emocionante de final triste.

p.s: Fernanda prefere um romance e um drama do que comédia. (:

2 comentários:

Unknown disse...

E eu tmb fiquei criando mil e umas possibilidades para não aceitar a idéia do jack ter morrido.
A primeira vez que vi não entendi direito e pensei: "talvez eu tenha perdido alguma parte".
Na segunda vez morri de chorar na hora que ela solta a mão dele, e ele afunda.

Enfim, foi baseado em fatos reais né?!

Fernanda de Alcantara disse...

rs a história de amor eu acho que não, mas o navio ter afundado foi.