Eu sou a mosca que não pousou na sua sopa,
que teve medo de ser abanada,
e morrer afogada
diante de bóias de quiabo e cenoura.
A mosca que não pousa em ninguém,
que carrega sujeira sem saber,
que discute filosofia no brejo com o mosquito da dengue, antes que os sapos verdes cheguem para se alimentar.
A mosca que beijou a muriçoca mas que a largatixa que comeu.
A mosca que atrapalhou teu sono, sem saber que você estava exausto, e ainda te fez não dormir preocupado.
Do canto da parede,
sem dente, eu vou para luz
morrer de luz,
dançar para luz,
secar
Um comentário:
Sopa de quiabo e cenoura nao parece convidativa.
Mosca que nao pousa em ninguém, parece nao existir.
"secar pra sempre", me deu fome.
No mínimo, interessante.
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