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domingo, 9 de junho de 2019

Carta a mão


Há uma conexão da minha pele com teus dedos, com meus dedos e tua pele. Nossos beijos são tão macios, devassos e precisos. Teu carinho abraça minha alma, colore as horas e torna as lembranças mais preciosas. Tu advinha meus desejos mais secretos sem que seja preciso eu dizer. Me sinto teu número, me transporto pra bons lugares quando estou contigo, sem passagem, sem tempo e senhas, sem problemas...

Há um encaixe em nós, uma força bonita nos gemidos, um movimento perfeito pelo espelho. Depois de ti, me sinto tão eu. Sou maior, sou melhor, sou amanhã. Gosto do teu corpo submisso ao meu tantas vezes, e como eu gosto meu deus, de me render e entregar, de não ganhar nenhuma única vez. 

Há um tesão que não passa, uma conversa simples que martela na minha cabeça, uma poesia no olhar, no sorriso, na gracinha, na comida... Há uma campanha ferrenha pelo nosso amor batendo no meu peito. Minha vida, minha estrada, nosso encontro, e uma nova passagem. Depois de você, eu sei que nem comecei. Existem dias maravilhosos pra chegar. Existem fotos mais bonitas pra se tirar. O peso das malas que iremos carregar, a ponta do lápis quebrando ao mudar os desenhos do projeto da casa e quem sabe um cachorro levado e feliz em nos ver chegar.

Quem explica quando somos paz? 
Quem decide quando somos felizes? 
Quem castiga quando somos corajosas? 
Quem suplica quando vamos até o fim? 

O tempo há de mostrar o que mais virá. O que mais existe, persiste e deve se ressignificar. O tempo passa a ser um amigo, um desejo, uma prata brilhante de compromisso nos dedos, um altar de preces e proteção. Amo-te como nunca amei. Sinto como nunca senti. Quero como nunca quis. Espero como nunca esperei. Preocupo como nunca preocupei. 

Quem explica quando estamos amando? 
Quem conhece quando somos verdade?
Quem ficará do nosso lado quando estamos enfrentando?
Quem entende quando não há mais confusão?

Amo-te, amo-te, amo-te. 




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