pra sempre clandestino
Q uase como uma menstruação inesperada, vem como um aborto repentino, cretino aborto espontâneo, forçado. Vem como um aborto que meu corpo joga pra fora, repugna e cospe. Eu vomito, expulso alguns restos, retiro, não sei mais se é uma fuga, eu estava apenas correndo desde então, sempre pra bem longe, bem longe... e de longe mistérios, segredos, solidão daqueles planos invalidados, as nuvens do céu trazem meu próprio fantasma a despertar nos meus braços, óh minha menina que sangrava, óh minha menina confusa, óh minha menina bruta e condenada a dormir para sempre... tento lembrá-la em meus braços em que tempo estamos, quantas horas se passaram desde lá, e como não tem mais razão para sentir tanto. Que triste, que triste, que triste eu sei melhor do que ninguém. Foi um tempo que passou devagar, arrastado, queimando toda a nossa pele, foi um tempo em que o destino nos rasgou em mil verdades e mentiras que perfuraram meu corpo de uma vez, não me confunda com nosso medo, você me deixa as