Páginas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Descascando essas condições


Evaporar é estar nos lugares menos prováveis, com a mesma cor de cabelo, gastando dinheiro com roupas que encontrem meus reais motivos de ser significada, ai meu deus... ai meu deus... nunca tive tanta vontade de ser incrível como agora, é isso!
Bem, me disseram que isso vai passar quando eu piscar meus olhos. Piscarei meus olhos economizando apenas para novos lugares, e comendo muita comida gostosa. Se eu quiser, deixa que eu repito, se eu quiser, deixa...Deixa, eu ir fazendo minhas coisas, sabe? Essas que vocês não fazem porque preferem assistir televisão, essas mesmas que vocês acham que não é nada e sempre me perguntam porque eu não compro uma Tv. 
Saiam da calçada, tentem bater a campainha sem esses dedos nervosos, eu estou ai dentro. Completamente por dentro de deixar a luz do dia chegar e o primeiro raio de sol anunciar meus amanheceres. 
Afastem-se da calçada se não forem entrar, que eu vou andar de bicicleta, serei metamorfose constante. Não me peçam pra por culpas na cestinha, tenho sossego na garupa, e é bom, não vou desaprender fácil assim a administrar esses demônios e bençãos que me invadem, eu fiquei maluca pra sempre, cara. Pra sempre! E a loucura vai vir, como sempre, mas me encontrará preparada, fiquei com um certo tipo de experiência com ela, não há mais o sem dizer até que ponto seremos amigas, rendidas, nem o medo insuportável de onde é que ela pode ter vindo e vai continuar chegando, o importante é que eu suporte até os resultados...afinal, quando será o ápice e  hora de tudo se transformar e buscar por mim ? Ainda não sou eu, 
ainda não sou eu... 
percebem?
Não. Não perguntem dessa forma por mim. Lembrem apenas dos meus sorrisos. Olha lá, meu timbre de voz se esvaindo, vocês precisam de mim? Eu não vou comprar uma TV.
Olha esses horários, essas mesas quadradas, nem as madrugadas eu quero tanto assim mais... andam se iniciando e a terminar eu tendo que seguir regras, pra chegar em alegrias efêmeras e eu não gosto de brincar assim, se brincar jogo todas essa mesas no chão com tudo em cima. Eu quero minhas próprias metas sinceras, agora.
Acordar, dormir, acordar...nunca suspeito de uma vez. Sou uma dose a cada hora dos dias, sou pra não me assustar, comigo e de repente, o barulho das minhas botas denunciando no silêncio da rua ensolarada e vazia que eu não quero só chegar, que eu caminho muito mais que querendo chegar pra tomar um banho e descansar. Eu caminho pra não existir mais em nenhum desses lugares que já conheço e repito, pra não perder o gosto, porque é tudo muito pouco, muito pouco pra me fazer apenas suportar. 
Preciso correr, sem placas que dizem que outra vez é preciso passar dos meus limites, outra vez que nada! Tá na hora, sabe? Na hora de parar de ouvir as várias de mim pedindo pra serem soltas, elas querem reviver (coitadas...), mas eu não quero nenhuma delas.
Eu não preciso tanto dessas velhas 'eu's", eu quero 'eu's' novas, desconhecidas, atrevidas e endiabradas sem reconstrução, quero umas que cheguem jogando essas reformas tudo no mato! Estou farta, dispensando, desapegando, descascando essas condições e entrando e saindo na estrada eu vou encontrar voos nos pés, voos na alma, e vocês vão ver...quem chegar primeiro, leva.


Nenhum comentário: