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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Sem voz nenhuma.

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Com a família olhando sentia tanta vergonha que saiu de perto dele, lembro-me bem. Depois só o viu por de trás daquela cerquinha e levou um susto, porque sempre levava quando percebia que ele a olhava há mais tempo do que ela percebera. Ela não gostava daquele olhar, mas os olhares dele, mesmo que ela dissesse para que não olhasse daquele jeito, era sempre igual aquele. Talvez, ele não tivesse muita culpa se tinha olhos de despedida. Seus olhos eram mansos, meio emaranhados, meio tristes, vividos e profundamente alegres por apenas vê-la, e ela estava dançando com um vestido branco e uma flor na cabeça.  Ela levou um susto, como eu dizia, se irritava ao perceber que estava sendo observada a mais tempo que quando reparara a observação, e brigou com ele como de costume fazia para disfarçar a vergonha, o susto,  e arrancar um sorriso e um balançar de pernas dele.  Ela continuou a dançar, apesar de saber que ele queria obviamente que ela viesse ao seu encontro.  ...

13 horas você deixa de existir.

"Carol, Carol, Carol... ...Ô Carolina não vou suportar não te ver... Carolina eu preciso te falar Ô Carolina eu vou amar você..." Sexta feira eu cheguei da boate e te mandei uma mensagem, nossa amizade era assim, repentina, sem regras, cheia de pressentimentos,  sms e sinceridade. Não sei porque mas seu término de namoro deve ter acontecido na hora certa porque eu te conheci melhor nesse tempinho sofrido, te levei pra passear, te mandei algumas piadas pra te fazer sorrir, te dei conselhos, ouvi sua história, contei a minha e estávamos sempre mandando sms uma pra outra nesse curto espaço de tempo pra uma amizade que tava indo tão bem. " Nanda, voltamos. " Fiquei tão feliz por você aquele dia, tava ansiosa pra saber como tinha sido, pedi pra que você não se afastasse e nos encontramos na semana espírita, mas não deu tempo de contar os detalhes.  Um dia você parece que adivinhou que eu tava mal. " Carol vou na benzedeira, to vomitando. " comente...

Não tem espaço

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Meu bem? Ta acordado... ? Onde é que eu guardo todos os amanheceres?! Você encheu meus quartos de raiva, sujou a cozinha de mágoa, não limpou os pés quando eu tentava limpar essa casa. Você está cego? O que é isso no seu olho? Não viu o tapete que agora eu coloquei na entrada? Não vá  pisar onde já está tudo quase limpo e perfumado, seus sapatos me parecem sujos, você não pisou na grama da calçada, ne? Porque elas precisam respirar e eu plantei aquelas flores com todo cuidado durante todos esses meses. A calçada está ai pra isso, e mesmo assim... esses sapatos! Meu bem? Ta dormindo...? Essa foi a  faxina mais complicada e demorada de todos os tempos. Você sabe quanto tempo eu gastei pra deixar tudo isso aqui arrumado? Quantas janelas eu fechei morrendo de calor, pra varrer toda aquela sujeira sem que o vento estragasse tudo? Você sabe quantos dias eu perdi pra deixar isso aqui bem aparentado? Sabe quantos copos eu quebrei no muro e depois tive os pés cortados porq...

Há um herói em cada coração

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Antes que uma lágrima exclusa queira sair rasgando do meu coração para os olhos, eu vou me pintar. Vou me pintar de um jeito que fique bonita até o sol raiar e vou sorrir de tudo, mesmo que nem tudo seja engraçado, porque agora eu entendo o poder das máscaras, agora eu entendo porque elas precisam existir. Não julgo mais as máscaras, as vezes é necessário, as vezes nos salva de muito constrangimento e de loucuras desagradáveis que insistem serem arrotadas a qualquer hora do dia. Eu vou aprender com as máscaras e usá-las sem esquecer quem sou, não estou em busca de ser falsa, mas apenas me proteger, viver na carne viva é muito perigoso, não posso mais concordar com tanta exposição, intensidade é bom, mas quando a onda é de tristeza pode ser um caminho sem volta. Heróis usam máscaras, eu preciso encontrar minha heroína, nem que seja na mentira tão persistida até virar verdade. Uma vez me disseram que existe um herói em cada coração, tudo que eu preciso é de uma vela, pois há de haver ...

Minhas asas sem você

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Eu pedia pra mim mesma que elas se escondessem, porque de alguma maneira você parecia ser dono de alguma coisa em mim. Eu pedia para que minhas asas ficassem quietinhas e que se prendessem dentro das  minhas entranhas e talvez por isso sentia tantas dores por dentro.  Eram duas asas brancas lindas que eu tinha,  mas que por algum motivo doentio você não podia as ver. E ao mesmo tempo em que eu estava completamente no paraíso com você, eu também estava no inferno, todo santo dia.  Acho que ouvi tanto das suas mágoas que não queria jamais te machucar  com meu próprio jeito de ser, então eu decidi esconder minhas asas, mesmo sabendo que deveria ser eu mesma com qualquer um, e principalmente com que se está apaixonada.  Mas não dá pra esconder uma coisa que cresce dentro da gente. Não dá pra esconder uma coisa que nasce pra ficar do lado de fora. Além do mais, eu sou muito magrinha e acho que foi por isso que fui ficando cada vez mais fininha, fininh...