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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dos pregadores a maldição.


"Malditos sapatos!", chegou em casa e os retirou como se jamais fosse calçá-los outra vez. As meias, eram responsáveis pela a inusitada volta aquela manhã. Foi a padaria, comprou flores na esquina, comeu o sonho antes de chegar em casa, reparou a amarelinha na calçada, e sentiu dor nos pés.
Ligou o som, e ouviu uma música antiga que lhe trouxe saudades desconhecidas. Arrumou a calçinha embolada, e grosseiramente retirou as cortinas da janela para ver o que se passava na rua, que acabara de ver, que acabara de querer ver algo a mais. Nada de inusitado, nem a pidança do estômago. Passou pelo banheiro, fez careta para o espelho, passou pela sala, ligou a TV, mudou o canal, desligou a TV, passou pela varanda e reparou as roupas estendidas.
Os cílios superiores pressionaram os inferiores três vezes dando o sinal. Para que fizesse seus próprios olhos perceberem que não basta só eles quererem dormir, ela os fechou e se sentou ouvindo a música querendo lembrar-se, "Por que era tão bom escutá-la?"
Não ousava mexer mais nenhuma parte do corpo.
Mais cedo, ela viu o vento fazendo as pernas pretas se mexerem no varal, ficou tão surpresa com as pernas da meia dançando que resolveu usá-las. As meias agora estavam livres dos pregadores, e estavam presas as pernas, foi por isso que ela se vestiu, descascou uma banana, se sentou depois de jogar a casca no lixo, e pensou no que poderia fazer calçando os sapatos...

malditos.

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