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quarta-feira, 26 de março de 2008

Eu, museu de grandes novidades.


Agora vou compartilhar uma observação jamais escrita, mas que sempre está na minha cabeça, desde de criança.

Tem pessoas que vivem de futuro. Pensam sempre na festa do dia tal, No próximo bimestre, Na prova do vestibular, Na faculdade, Nas férias, No final de semana, e sempre repetem: "Se eu conseguir...", "Vai ser bom...", "Quando chegar esse dia...".

Sempre que vejo pessoas assim, na maioria das vezes, penso comigo: "Quando esse dia chegar ela vai parar de desejar? Se ela conseguir, ela vai querer mais?"
Por outro lado existem as pessoas que vivem de passado. Eu declaro metade de mim, nesse bloco. Nós, pessoas que vivemos de passado, pensamos sempre no ontem, na infância, nas conversas mais bestas de um dia que a muito tempo já se passou, Tentamos relembrar outras pessoas de seus passados, contando os nossos, relembramos com comparações do que pensamos hoje. Falamos de passado como se tivessemos 60 anos de idade... Discutimos o passado! Como se...se... estivessemos lá, no mesmo dia, pensando na mesma coisa, com a mesma cara. Demora um pouco pra gente se tocar que todo mundo esta andando, sonhando, fazendo, e criando "novos - futuros passados", e demora um pouco pra gente se tocar de que enquanto pensamos nisso muitos nem se lembram, tocam a vida como uma bola..."Só não sei se será gol."

Parece chato ser a única que lembra das coisas em mínimos detalhes. Parece mais chato ainda, admitir que morremos de medo do que pode nos acontecer se nos entregarmos ao presente. É chato não ter muitas estórias pra contar, a não ser "águas passadas".

Mas como eu posso viver o presente, sem medo?

Metaforicamente escrevendo, parece que um belo dia acordei e me disseram: "Agora és uma moçinha. "

Sabe porque estou escrevendo isso aqui? Porque estou sofrendo antecipadamente por uma coisa que estou pensando que vai acontecer! Meu passado está acabando. Cada dia que passa as estórias tornam-se repetitivas, e estória repetida ninguém merece, né? , Sendo assim vou chegar em um ponto onde não vou ter mais o que contar. Serei a Dona sem assunto. Serei a Dona Nostálgia repetitiva.

Será que eu tenho tendência de ser uma "solitária dos gatos"?

O que seria melhor, ser uma pesssoa que pensa em futuro ou em passado?

O lado bom dessa vida amorosa com o passado é que nós, pessoas que relembram as coisas, fazemos também, de um certo modo, as coisas andarem para frente. Relembrando ações, erros, acertos, olhares, pessoas, amizades, brincadeiras, risos, e tantas outras coisas...que fazem até os lados ruins do passado se transformarem em uma coisa boa no futuro.

Lembro (lá vai eu lembrar das coisas.) que quando tinha 10 anos pensava tantas coisas para quando tivesse com quase 17 (rs). E aqui estou eu. É óbvio, e claro para quem acompanha minha vida, que não sou a mesma...Nem fisicamente, Nem psicologicamente, Nem "belezamente" (Hoje em dia estou um pitel hein?) Mas percebi (Não hoje, faz tempo! haha) que as coisas nem sempre serão como desejamos que sejam um dia. Nesse caso, a culpa é dos filmes da sessão da tarde que um dia fizeram parte da minha rotina.

Por que nos filmes é tudo tão fácil? A pessoa cresce e tal...um dia ela acorda e lembra do passado? Como ela consegue passar tanto tempo sem pensar no passado?

Esse texto não significa que eu seja um museu. Ou que eu seja uma... ultrapassada. Significa que eu penso muito nas coisas que aconteceram. Significa apenas que eu dou muito valor a cada página passada e que sou feliz e grata por todos e tudo que fizeram isso acontecer.



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