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domingo, 30 de julho de 2017

O rio me disse pra acordar de um sono que não me faz sonhar mais. Disse que meu amor não é fácil de afogar. Que sou tempestade, que sou terra e água corrente. O rio me contou segredos que eu já sabia mas não era capaz de compreender. Me contou coisas sobre o passado que fazem o presente ser pura gratidão. Falou sobre partida e quantas e mais quantas chegadas após isso. 
O rio silenciou. 
O sol me queimou.
Eu me confundo as vezes no tempo que estou. De repente, sinto o peso de um ano inteiro numa data só. Tenho medo das aves. De repente envelheço. Fecho um ciclo sem perceber. Cubro o desenho. Viro um capítulo. Me transformo, violenta como uma onda. Queria entender um pouco mais sobre me quebrar, me desmanchar, mas ainda é tão cedo...ainda é tarde...não sei que palavras usar. Sinto alívio constante, sinto medo também...não é fugir...não é fingir... as horas, eu me confundo as vezes no tempo que estou. Eu fiquei azul de repente. Já fui vermelho, já fui roxo e amarelo. Estou toda azul. É diferente sonhar sendo azul. É diferente gostar do azul. É peculiar cantar no azul. Velejo... voou... estou suspensa e profunda em duas dimensões quando bem quiser. Estou azul. Ainda há muito pra sonhar. 
 

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