queria escrever sobre o que foi feito. escrever como era. como eu permiti e dizer que toda vez que tem estrada eu não passo, eu remonto lá atrás. queria escrever o que foi dito. escrever como eu escutei e entendi. como eu era antes e como eu fiquei com tudo que aprendi. mas toda vez que não tem estrada, eu passo com medo. Eu quero ser coragem pelo que já superei. mas ainda não sou isso. quero ser abraço, mas ainda não tenho braços. Ainda aqui, nessa altura do campeonato, ainda aqui não tenho braços. não me sinto correndo mais. não é mais sobre fugir. não me sinto parada, sofrendo, não é mais sobre fingir. não me sinto perdida, mas tenho pernas. nem tão pouco me sinto definida... eu virei partida, batida silenciosa no roer das unhas. eu não beijo, ainda que diga milhões de poemas de amor. eu não amo, eu não sou. Nos sonhos ainda estou voando. Ainda vou para um bairro atrás da casa que me dá medo. Ainda estou sendo perseguida. Ainda tem uma igreja arranha céu e nuvens. eu enxergo elas no telhado. não sei como estou em cima e embaixo ao mesmo tempo. tem uma pessoa que não pode me ver. sempre tem. Um ar de perigo pelas ruas. Quem é de fato você? Meu cabelo cresce, e junto com ele todas as minhas neuras. Quantas cabeças querem nas bandejas? não me elogiem agora, irei decepcionar. não vai sobrar pele. superdicas. ordem. manual. quero acordar em três segundos. quero ver as crianças guiando as vítimas. vou arrancar meus dedos. e continuarei tocando. um dia vou contar tudo. desamarrar a fumaça. aparecer. não vou sentir medo. vou ouvir todos os segredos. eles não me olham, e nem vão. tem muito ele por aqui. há uma marca na minha sombra. uma hora proteção outra hora condenada.
Junho & Julho (2025):
meio água meio abaporu na praia meio costurada e tropicalizando na cicatrização de uma parte da alma mês 6 que mês meio besta meio fera meio mordido, mês que voou como um carcará, comendo minhas decisões firmes e caminhos necessários, não me mando do vento atento eu sigo desvinculo desvinculo e arremeço novas estradas novos degraus passagem esquisita nostalgia cinza limites e medos enfrentam-se ao som da quadrilha, da reta final do texto, da linha que passa pelo rio tocantins, do teto de palha de Filadélfia, do limão que me ascende na caipirinha que traz o mês 7 perfeito e assombrado eu me levanto meio arranhada, descoberta, me misturo entre lágrimas, rio, cachoeiras e sorrisos pólvora… e adeus mulher! adeus e madrugada ê… um fluxo, um desmanche, com tintas de sol, travessia, segredos, com tintas de calor, mentirinhas e receios… verdade ou consequência? quem posso ser agora? tenho sede do que parece e vem sendo desenhado a lápis algo se esvai e fica apenas e essencialmente poético. (pr...
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