Corais
Sonhei que eu nadava no mar sem medo de onde iria chegar. E nadava, nadava, nadava até ouvir o barulho das gaivotas e esquecer o som da praia. Nadava de costas, sentindo o sol no meu peito e barriga. Tudo era azul, em cima e embaixo. Tudo era sol e luz. De repente havia uns macacos pretos comigo, não sei bem de onde eles surgiram. Eram engraçados e peludos. Uma hora pareciam grandes, maiores do que eu, outra hora pareciam pequenos e travessos. Nadávamos juntos e em sincronia, parecíamos bailarinas marítimas. Chegamos em alguns corais e paramos para fazer cocô. Cagávamos com força e satisfação. Ninguém nos via. Eramos todos selvagens. Os macacos pulavam comigo, ríamos, até que eles sumiam e eu andava sozinha pelos corais pensando que o dia não fosse acabar. Uma hora eu parava e respirava fundo e pensava com orgulho de mim mesma, por ter nadado tanto sem medo da imensidão e do mistério do mar. Alguém me dizia através do vento que corria entre meus cabelos que eu deveria nadar