Já devia ter escrito sobre, mas me faltam palavras pra escrever sobre o que ainda sobrevive. Eu só posso, quando morto. Mortinho da silva. Abrir a porta do porão é arriscado, perigoso. Suspeitar é perigoso. Tem alguém aí? E então eu me afasto, dou mais passos para trás e tranco novamente. Te escondo. Estou infeliz. Mas depois me lembro que sempre fui um pouco. Está tudo anotado, desde sempre para que eu me lembre e não seja inédito. Para que eu ache a alegria anormal, a felicidade estúpida. Afinal de contas, a vida por si só é pessimista. Queria ter mudado meu roteiro, eu confesso. A decepção me abraçou com tanta força que estou sem ar em alguns dias da semana. Por algum momento achei que seria salva, mas não foi bem o que aconteceu. Eu ainda estou ali sobrevivendo. O calendário parou. As coisas estavam desmoronando, desmoronando... agora eu simplesmente estou flutuando perdida. Quanto inferno astral de uma só vez... e agora o mundo inteiro vai piscar e rezar como se nada tivesse acontecido. Alguém, por favor, me arranque de mim mesma. Quero me desligar. Eu queria estar realmente escrevendo sobre outra coisa. No início era realmente uma outra intenção. Mas cá estou eu aqui de novo, escrevendo sobre as bordas. As bordas que me apertam o peito e perturbam a alma.
Junho & Julho (2025):
meio água meio abaporu na praia meio costurada e tropicalizando na cicatrização de uma parte da alma mês 6 que mês meio besta meio fera meio mordido, mês que voou como um carcará, comendo minhas decisões firmes e caminhos necessários, não me mando do vento atento eu sigo desvinculo desvinculo e arremeço novas estradas novos degraus passagem esquisita nostalgia cinza limites e medos enfrentam-se ao som da quadrilha, da reta final do texto, da linha que passa pelo rio tocantins, do teto de palha de Filadélfia, do limão que me ascende na caipirinha que traz o mês 7 perfeito e assombrado eu me levanto meio arranhada, descoberta, me misturo entre lágrimas, rio, cachoeiras e sorrisos pólvora… e adeus mulher! adeus e madrugada ê… um fluxo, um desmanche, com tintas de sol, travessia, segredos, com tintas de calor, mentirinhas e receios… verdade ou consequência? quem posso ser agora? tenho sede do que parece e vem sendo desenhado a lápis algo se esvai e fica apenas e essencialmente poético. (pr...

Comentários