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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Dos finais de novela

Comer. Comer o orgulho com sal.  Chorar com medo e achar corajoso.  Vontade de arrancar o pedaço da boca, das costas, dos cílios, dos dedos.  Implicar pra ficar charmosa.  Suspirar e querer falar.  Desistir numa sequência de beijos.  Sentir o abraço.  Sentir a existência do dedo midinho na falta do abraço.  Selecionar as juras sensatas. Fugir das promessas exageradas da televisão.  Não saber mais o que se passa na televisão.  Tá. Tudo. (Meu!) Bem. "Insista, insista." A verdade. Contentar.  Descontar.  Alimentar o jeito. O jeito é sorrir sem jeito. ...não tem mais jeito.  Encher.

Marida e mulher.

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Lembro que no começo eu controlava o cartão de crédito, você dizia que devia ser minha missão, eu dizia que era um dinheiro invisível. Era sempre assim, você pés no chão, eu filosofando, ou vice versa dependendo de onde estávamos no calendário menstrual. Loira, magra, olhos verdes. Estrábica quando eu menos esperava. Aparentemente responsável. Tá, meio atrapalhada e sem juízo de vez em quando, tinha sua malandragem, dava seus pulos e sabe o que eu acho disso? Que era o mínimo que Deus podia lhe dar. Desde sempre (me arrependo de nunca ter dito isso direito, porque você merecia) eu senti que seu coração era bom e que tua beleza era cansada.  E ao passar dos meses percebi como muita gente se aproveitava disso em você, e tenho muita raiva da tua revolta ser tão bem escondida e tua carência tão escancarada. Outrora, apenas te (e me) perdoou abraçando seus motivos. Não sei se fiz certo abrindo meus ouvidos, mas espero que tenha sido terapêutico desde o dia que você abriu sua boca, e com...

Desmanchava no ar

Ficou completamente envergonhada quando viu sua letra pela 1ª vez. Foi por um triz que não enlouqueceu sozinha e quase soltou o papel no chão pra se esconder atrás da porta, vermelha que nem molho de pimenta. Nem vendo um homem nu a deixou tão mais surpresa quanto ter nas mãos aquele envelope valioso e carregado daquelas miudinhas tímidas. Mas, esperava mais... quando leu na décima quinta vez, claro. Ainda sem acreditar que conseguiu. Sim! Era uma carta, ainda não era de amor, mas era pra ela. Destino não era, também não era por acaso. Fugia-se um do outro que nem diabo da cruz, mas voltavam a se aparecer que nem o cão na alma de crente. E assim as coisas acontecem, não é mesmo? Mas acabou. Como bem previam e nunca se esqueciam de assinar em baixo, e engavetaram-se todas aquelas possibilidades reprimidas de ter quebrado a cara um do outro, ou vai saber se os corações. Singelo, íntimo, tormento da gastrite ainda desconhecida, não decifrar o que seria dito foi impressionante até se con...