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Mostrando postagens de outubro, 2010

Não tem nenhum monstro.

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Deitada. Em cima da tampa do poço, é o melhor lugar da casa. A tampa é de um poço que havia há muito tempo atrás na cozinha lá de casa, hoje serve de mesa de quintal. Olho para o céu. Um poço que eu nem lembro se era usado, que eu nem lembro se tinha água. Pisco. Há uma mudança radical da casa naquele tempo e da casa hoje, havia varais em cima do poço e em cima da tampa havia eu, eu dançante. Abro os olhos. Dançanva num show perigoso de "se essa tampa quebrar, você vai parar no fundo do poço." Nubla-se o céu. "No fundo do poço?", eu perguntava metida, "É. No fundo do poço.", "E o quê que tem no fundo do poço? É só vocês mandarem uma corda e esperarem eu subir!", dizia em tom que a irritava, "É tão fundo que você cansaria de subir e é escuro...já tentou ouvir o que tem por de trás dessa tampa que tanto pula?". As nuvens vão se juntando. "Nunca ouviu nada? Ás vezes eu ouço a água balançando, repare Fernanda." Pisco devagar. Lemb...

Aguaceiro danado.

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Quem não esteve na capital em julho (período de férias para alguns) se espantou ao voltar, e perceber que a fumaça estava por todos os lados. A cidade estava coberta de “névoas” que mais parecia um filme de terror. O horizonte da cidade, de onde se viam planaltos de curvas verdes e inalcançáveis, agora estava devastado pelo fogo insaciável que iluminava as noites e dias da cidade e queimava a consciência do cidadão abafado.Desde agosto, passamos por um período de seca extremamente conturbador. Perceptivelmente, neste período de sol “rachando”, é de se observar que nas rotatórias os jatos de água estão sistematicamente a encharcar não só as gramas como os asfaltos, enquanto em alguns bairros a água da população nunca chega. A justificativa da assessora de comunicação da Saneatins (companhia de saneamento do Tocantins) , Jesuíta, responde que “os jatos de água nesses jardins e rotatórias, a Saneatins não tem nada a ver, isso aí é da prefeitura, a prefeitura que faz a captação de ág...

O rubi

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“Minha ilha, quando cheguei quase afogado, salvo pelas sereias, descobri seu mundo fantástico e decidi que seria o lugar ideal para esconder meu melhor tesouro. Na verdade fui salvo pela ambição, eu tinha algumas esmeraldas. As sereias disseram que precisavam das jóias para atrair um navio de marinheiros surdos. Fizemos um trato, eu lhes entreguei as jóias, elas me deixaram na praia. Mas como eu ia sair de você sem um barco? Havia a condição de que eu nunca te dissesse como cheguei ai, disseram que eras uma megera e que seu ponto fraco era ser curiosa, me deixarias vivo enquanto eu não contasse como consegui te invadir, por isso, nunca contei. Percebi que elas faziam questão demais para eu não te dizer como cheguei sã em você. Ficou óbvio que elas perdiam alguma vantagem com isso, então as ameacei em terra de lhe contar, dizendo que morto de qualquer jeito eu estaria se não tivesse um barco para voltar. Por isso o barco chegou sozinho aquela manhã. Pode julgá-las traiçoeiras querida, m...