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Mostrando postagens de novembro, 2016

às vezes decido ser armadilha

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Tem um homem me observando por todos os lugares. Onisciente. Todos os lugares. Um homem na minha cabeça. Um homem no que eu deixei de dizer. Atrás das árvores, dentro do carro, das casas, sentado nos bares. Há um homem no céu me olhando, no trono me ordenando, na lua descobrindo o que eu não poderei ver. Existe um homem dentro do tanque, enquanto lavo minhas calcinhas. Um homem que respira dentro da água, que cabe num espaço minúsculo. Homens por todas as partes. Eu ando, ando, sem correr. Eles acendem as luzes para mim. Piscam o pisca alerta de acordo com os meus passos. Querem alguma coisa. Eu não sei o que eu quero. Amar é muito forte e o mundo dos fracos. às vezes decido ser armadilha, outras vezes subo lá em cima do muro e os espero com uma vara de pescar. Quando você esquece, quando você é apenas ser humano, alma perturbada, lá vem elas com seus cafés, fazendo questão de te lembrar que há um homem nos seus sonhos, dentro do seu quarto, observando se seus sapatos ainda estão sujo...
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Já devia ter escrito sobre, mas me faltam palavras pra escrever sobre o que ainda sobrevive. Eu só posso, quando morto. Mortinho da silva. Abrir a porta do porão é arriscado, perigoso. Suspeitar é perigoso. Tem alguém aí? E então eu me afasto, dou mais passos para trás e tranco novamente. Te escondo. Estou infeliz. Mas depois me lembro que sempre fui um pouco. Está tudo anotado, desde sempre para que eu me lembre e não seja inédito. Para que eu ache a alegria anormal, a felicidade estúpida. Afinal de contas, a vida por si só é pessimista. Queria ter mudado meu roteiro, eu confesso. A decepção me abraçou com tanta força que estou sem ar em alguns dias da semana. Por algum momento achei que seria salva, mas não foi bem o que aconteceu. Eu ainda estou ali sobrevivendo. O calendário parou. As coisas estavam desmoronando, desmoronando... agora eu simplesmente estou flutuando perdida. Quanto inferno astral de uma só vez... e agora o mundo inteiro vai piscar e rezar como se nada tivesse acon...

meus joelhos fortes, libertinos

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Tirem essa girafa maluca da minha frente, ela não gosta de me ver contente. Animal paranóico, cheio de neuras. Não se contenta, não se contenta. Quer me parar, quer ser meu amigo, não se decide, não sai da frente. Me escuta, me vê chorar, me pede que pare, me pinta inocente, gosta de mim inocente, bem inocente. É assim que me faço pra me proteger... ah, se eu pudesse te dizer tudo, tudo e mais pouco, seria um show de escárnio, um exagero. Um descarrego, o diabo montado na minha garupa, meu sangue fervendo e o fogo saindo de todos os meus orifícios. Aí todo mundo ia ver que eu não sou flor que se cheire, que minha alma tá cheia de buracos negros permanentes, que minha história é mais profunda e meu humor vem do fundo do poço mais frio. Que ótimo pensarem que nasci ontem, que não sangro, que não carrego pedras nos peitos, que sou fácil para destruir psicologicamente. Que ótimo pensarem que cheiro rosas, que sou frágil, menina, menina, ah, menina! Eu não estou cega seus cretinos! Nunca e...

Um por um

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Eu devia ter feito um escândalo, chegado mais perto, gritado bem alto, olhado nos olhos, ter passado um medo, dizer que era agora, que continua sendo verdade, que não era coisa da minha cabeça, que eu sonho, suspiro, respiro, torço e imagino. Devia, sei lá, ter feito um barraco, caído no chão, ficado em silêncio, empurrado o corpo, puxado os pêlos, dizer que nunca mais, que até poderia não ser tudo verdade, mas que alguma coisa de diferente acontecia. Poderia ter dito quem sabe , que nem tudo era coisa da minha cabeça mesmo, porém admitido, afinal eu não minto, e ter reclamado... reclamado bem mais! Perguntado, por que não? Passado na frente, passado do lado, saído por de trás do balcão, do sofá, de um lugar escuro. Ter feito parte de um presente ainda que fosse pra não ser futuro. Eu podia não ter me escondido, nem ter fingido, e ter cumprimentado um por um, não me esquivando do você. O que é que eu fiz afinal? Abracei o medo, me entreguei para o medo e deitei vazia mais uma vez. N...

Belzebú me dê aqui um abraço!

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O diabo vem comprando nossas almas, bem debaixo do nosso nariz.  Não venha me punir, todos somos cúmplices. Você está vendendo a música que eles querem,  e eu usando tudo que eu sei fazer para convencer números. Ele não precisa de algo que eu tenho,  eu é que preciso de algo que ele tem. No começo,  bem sabia que poderia ser estranho,  pode haver uma energia de injustiça no ar...  mas tudo é tão ideológico,  fantasia,  e quem é que queremos enganar,  se é desse mundo mesmo que fazemos parte? Descobri numa madrugada qualquer,  dessas que você pode estar numa festa,  dessas que você pode estar com insônia,  Amando, lembrando, dançando ou beijando um desconhecido,  nós...  nunca...  nós nunca fomos anjos!  Quando eu vi, já não suportava segunda feira. Quando dei por mim, clamava pela sexta. Se eu não fizer, alguém irá fazer. Minhas costas as vezes doem... Tem uma...

um poema pra tu

quando tu começa a ouvir Lirinha eu já começo a rir de nervosa desculpa, mas você é tão previsível tá tudo indo pras festas de novo belas, inesquecíveis, criativas, ah, se eu tivesse perto já tava dançando no seu balcão não tem mais a casa e os problemas os mesmos ah, seu eu tivesse perto já tava dançando no novo salão pra você brigar comigo pra te ajudar a ficar um pouco mais feliz lá vem o passo a passo que você sempre faz  mulher vê se não espiroca nem toma nada agora espera...  me espera que eu tomo com você... vergonha, tudo de novo vai fugir até quando? eu previa, eu te disse eu prevejo teimosa da gota  lá vai você de novo cometer essas cenas ouvir essas músicas bater palmas pro nirvana é tanto mecanismo que tu apronta no amor é só uma partida  outra vez tu e essa mania de querer partir  e se partir toda no meio  toda vez isso, qualquer dia desses eu apareço ai na sua casa pra gente comprar com...