Destino interno
Ela me espiava e eu sabia disso mesmo dormindo. É porque ela sou eu. Mesmo me dando a impressão de que éramos duas pessoas diferentes. Ela me dizia coisas sobre ser triste e toda aquela vida que eu estava levando, enquanto eu vivia aquela mesma vida presa pela descoberta do estranho prazer e de tentar ser quadrada. Eu mentia, mentia que não fazia ideia e nem me preocupava sobre o amanhã. Ela sabia que não era verdade e mesmo assim, dormindo ou acordada, sabíamos também que aquela vida ia melhorar um dia e eu estaria tão livre, feliz e organizada que saberia exatamente como seria meus amanhãs, e onde eu queria estar. Era sempre assim. O que me dava constante impressão de que eu não estava sozinha, de que eu era meu próprio guia e carrasco. Mais que uma só! Éramos também, minutos depois de todas as vezes que eu recebia aquelas declarações de amor, faísca. Eu bem sabia, mesmo gostando de receber elogios e declarações, que não gostava totalmente, por entender que de mim não podia ser jama...