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Mostrando postagens de dezembro, 2016
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O  teu nome, a s cores, o corte,  altura e a acidez...  a capacidade de admitir, era bonito o suficiente. Já não estava mais fantasiando sozinha. Alguém estava realmente me olhando, mesmo que tudo que eu pudesse, desde o início e por fim, era apenas querer.  Não posso escrever sobre o que nunca existiu.  Não posso escrever sobre o que passou pela minha cabeça diversas vezes.  Não posso escrever sobre besteiras que me aceleraram por dentro.  Nem para onde eu olhava, para onde eu queria olhar. Os caminhos que eu fazia para os pequenos planos do dia, para as pequenas atenções na noite. Não posso escrever sobre aquelas portas de vidro. Sobre os chinelos de quem não vivia mais entre nós. O que é que eu via e a forma com que os dias começaram a se passar. O churrasco, o barulho das pedras. Não posso lembrar de gestos para que eu me sentasse, bem no início, bem ali do lado... e se eu tivesse sentado? Eu não posso escrever sobre o que alguns, ninguém, e todo ...

o paraíso me pertence

Desapaixonei. Agora sim. Agora eu posso respirar. Agora eu posso recomeçar da onde eu havia parado. Agora eu posso seguir em frente de verdade. Sinto o cheiro do campo, escuto a música novamente, estou livre, ah... estou livre outra vez, nada mais pode me impedir de ser feliz. Minha existência é real, é rio, é grande. Meu mundo nunca mais cairá dessa maneira. Eu estou poderosa de novo, eu me transformo em um gato, eu me transformo em mulher, eu pulo, eu caio de quatro. Eu não posso mais morrer. Cada salto que eu dou são quilômetros de distância que me carregam sem quem eu possa medir a dimensão, sempre para a frente. Bem a frente do que eu possa enxergar. É excitante quando saio da terra, quando tento fazer giros no ar, quando percebo que é bem mais forte do que eu. Eu estou sendo carregada por uma força descomunal. Para frente. A coragem me abraça e me segura. Eu gostaria muito que isso tivesse um nome. Quando eu durmo, meus dentes não estão mais caindo nos meus sonhos. Estou realmen...

Estrelas que não precisavam de céu

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Não sei como funciona, todavia, ainda me excita as mais de não sei quantas cenas que não construí sozinha. As vezes me pergunto como seria entrar naquela casa e vê-la com outros móveis, com outras pessoas, com outros fantasmas. Nem parece que foi nessa vida. Nem parece que eu ainda existo. Nenhum pedaço meu está perdido de fato. Nenhum pedaço meu está no passado. E não me sinto triste com isso. Nada de anormal. Eu sempre quis um fim. Meu começo, minha saga. Ainda cheguei a querer acreditar que sentia mesmo. Mas ninguém trai a si mesmo. Tudo grita mais alto quando não se pertence de fato a alguma situação. E não posso mentir, que isso me dava um tesão cabuloso. Era o que mais me excitava desde sempre. Por favor não pare, continue, eu dizia depois de um palavrão que nem existia no meu vocabulário. Quem sou eu? Não sinto coesão em pedir desculpas pela verdade. Mas seria exagero não ter medo se ser estranha. Eu era uma mulher. Uma egoísta. Eu adorava ser tão ingênua e isso não matar uma v...