o chão continua periodicamente limpo
Desde os tempos das balas de prata, é sobre fantasmas que eu sei conversar. É sobre eles que eu falo e suspeito. Eu os sinto por perto. É deles inclusive que tenho medo do abandono. É tudo tão ao mesmo tempo que não da tempo de ter uma ideia exata se tenho medo por tê-los por perto ou se tenho medo de sentir falta deles por me sentir sozinha. É confuso, mas de certo modo eu me acostumei a estar acompanhada por eles. Me pergunto as vezes porque eles não são capazes de me dar pistas mais concretas sobre o porão. Continuo cavando esse buraco mais e mais fundo, sendo observada por eles ou não. O que eu sei é que até um tempo atrás, não sabia muito bem porque cavava. Mas cavava com medo e escondida. É sempre essa compaixão inerte que pulsa, minha espinha tem poder de ordenar e fazer ter certeza das coisas que eu faço. Minha moral é muito grande. As vezes eu não consigo conviver tanto com ela, quanto mais eu cavo, mais eu encontro tantos erros que podem ser reaproveitados enterrados. São ...