As cores dos seres verdes que você criava e apareciam nas paredes brancas dos meus quartos.

D eixamos rolar, e rolamos juntos naquele quarto pequeno, num ritmo tão envolvente que parecia mesmo que estávamos seguindo por uma estrada e paramos exatamente no mesmíssimo lugar. Pude sorrir, te fazer cócegas covardes, conversar sobre espíritos, dor, a reação das pessoas, seus clientes, nossos amigos em comum, sua plantinha secreta, cores, cabelos, magreza, comida e parávamos de falar pra nos satisfazermos e depois desenhar, desenhar muito feito quando eu era criança e queria esquecer as angústias da vida debaixo de um pé de manga do quintal, inventando mil e umas histórias e mais histórias nos papéis que daquela época podiam ser mágicos pelas minhas mãos. Você me contava sobre os passarinhos, tinha iniciativas legais, respondia minhas mensagens sempre com soluções e fazendo acontecer algo, era discreto, legal, manso, carinhoso e um bom ouvinte. O mais irônico disso tudo, é que você não sabe, mas foi a primeira pessoa que eu vi quando mal cheguei naquela cidade. Minha prima...